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70 mil em risco de ficar sem médico cubano
Os médicos cubanos que vieram para Portugal estão a preparar-se para abandonar o país. Os contratos de trabalho terminam no final deste mês, mas muitos já estão de férias e deixaram indicações de que já não deverão regressar aos centros de saúde.
Os 44 clínicos que chegaram em 2009 para colmatar a falta de profissionais foram colocados sobretudo no Alentejo e no Algarve, onde têm assegurado médico de família a mais de 70 mil pessoas.
Os centros de saúde ainda não receberam qualquer garantia do Ministério de Paulo Macedo de que estes profissionais serão substituídos ao abrigo do acordo entre Portugal e Cuba.
Mas fonte oficial da tutela disse ao SOL que estes médicos só poderão regressar quando forem substituídos.
No Centro de Saúde de Alpiarça, em Santarém, os dois médicos estrangeiros que ali trabalham há mais de dois anos e meio estão de partida para Cuba.
Os clínicos encontram-se de férias, mas informalmente já alertaram a direcção da unidade de saúde que vão abandonar o trabalho em Fevereiro.
«A saída destes dois médicos vai deixar quatro mil utentes sem médico de família e fará toda a diferença no atendimento dos doentes», reconhece ao SOL Luísa Portugal, directora do agrupamento de centros de saúde da Lezíria II.
«Vamos perder metade dos médicos naquele centro de saúde».
A responsável não tem nenhuma garantia de que os profissionais vão ser substituídos.
Os clínicos, ao abrigo de um acordo entre o Governo português e o Estado cubano, têm contratos para trabalhar durante três anos. Cabe ao governo de Fidel Castro assegurar a sua substituição.
«Neste momento, dos 116 mil utentes, 30 mil não têm médico de família.
E este cenário vai agora agravar-se», explica a médica, lembrando que a população está envelhecida e dispersa, tendo dificuldades de transporte para aceder aos cuidados. «Não tenho garantias de que serão substituídos, mas tenho essa convicção», remata.
Maior impacto no Alentejo
A debandada de médicos cubanos vai ter maior impacto no Alentejo.
Mais de metade dos 44 clínicos que chegaram a Portugal em 2009 foram colocados nesta região, onde 40 ficaram a trabalhar e já estão integrados.
Nos centros de saúde do litoral, há 14 cubanos, mas os seus responsáveis não foram informados oficialmente de que vão perder os profissionais e nada sabem também sobre a sua substituição.
Isto apesar de já estarem a ser organizados entre colegas jantares de despedida.
«Oficialmente não tive qualquer informação, mas tenho conhecimento de que os contratos terminam agora» – afirma Paulo Espiga, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do litoral alentejano.
«Os clínicos cubanos estão perfeitamente integrados e têm um desempenho em tudo equivalente aos nacionais», explica. «Cada um tem, em média, 1.800 utentes em lista. Por isso, a situação é preocupante», reconhece.
O responsável lamenta a perda destes profissionais, que tiveram formação e conhecem os seus doentes.
E, apesar de não ter nenhuma informação da tutela, já começou a preparar um plano de emergência para reduzir o impacto destas saídas.
É que, mesmo que estes clínicos sejam substituídos por outros, vão ter de receber formação de quem já trabalha nas unidades.
«Os clínicos cubanos chegaram ao centros em Setembro de 2009, mas no primeiro mês apenas assistiram a consultas.
Em Outubro, deram consultas acompanhados por outros médicos e só em Novembro começaram a ganhar autonomia.
Precisaram destes dois meses para se ambientar», lembra Paulo Espiga.
A mesma preocupação é sentida no Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo, onde chegaram a trabalhar dois clínicos cubanos.
«Um foi de férias em Agosto de 2010.
Não voltou nem foi substituído», diz o responsável do centro de saúde, Jorge Santos.
A única médica que ali se manteve já está a fazer as malas de regresso a casa.
«A colega estava perfeitamente integrada.
Foi de férias e sei apenas que não vai voltar», diz o médico.
«A informação que nos chega é muito escassa e tem até características de algum secretismo», lamenta.
«Não nos permite um planeamento atempado. Temos de dar resposta e não temos recursos».
Contactado pelo SOL, o gabinete de Paulo Macedo garante que todos estes médicos vão ser substituídos, mas admite que o processo pode demorar meses:
«Estes médicos só poderão partir quando tiverem quem os substitua.
São funcionários do Estado cubano e são estas as garantias deixadas».
SOL
Os médicos cubanos que vieram para Portugal estão a preparar-se para abandonar o país. Os contratos de trabalho terminam no final deste mês, mas muitos já estão de férias e deixaram indicações de que já não deverão regressar aos centros de saúde.
Os 44 clínicos que chegaram em 2009 para colmatar a falta de profissionais foram colocados sobretudo no Alentejo e no Algarve, onde têm assegurado médico de família a mais de 70 mil pessoas.
Os centros de saúde ainda não receberam qualquer garantia do Ministério de Paulo Macedo de que estes profissionais serão substituídos ao abrigo do acordo entre Portugal e Cuba.
Mas fonte oficial da tutela disse ao SOL que estes médicos só poderão regressar quando forem substituídos.
No Centro de Saúde de Alpiarça, em Santarém, os dois médicos estrangeiros que ali trabalham há mais de dois anos e meio estão de partida para Cuba.
Os clínicos encontram-se de férias, mas informalmente já alertaram a direcção da unidade de saúde que vão abandonar o trabalho em Fevereiro.
«A saída destes dois médicos vai deixar quatro mil utentes sem médico de família e fará toda a diferença no atendimento dos doentes», reconhece ao SOL Luísa Portugal, directora do agrupamento de centros de saúde da Lezíria II.
«Vamos perder metade dos médicos naquele centro de saúde».
A responsável não tem nenhuma garantia de que os profissionais vão ser substituídos.
Os clínicos, ao abrigo de um acordo entre o Governo português e o Estado cubano, têm contratos para trabalhar durante três anos. Cabe ao governo de Fidel Castro assegurar a sua substituição.
«Neste momento, dos 116 mil utentes, 30 mil não têm médico de família.
E este cenário vai agora agravar-se», explica a médica, lembrando que a população está envelhecida e dispersa, tendo dificuldades de transporte para aceder aos cuidados. «Não tenho garantias de que serão substituídos, mas tenho essa convicção», remata.
Maior impacto no Alentejo
A debandada de médicos cubanos vai ter maior impacto no Alentejo.
Mais de metade dos 44 clínicos que chegaram a Portugal em 2009 foram colocados nesta região, onde 40 ficaram a trabalhar e já estão integrados.
Nos centros de saúde do litoral, há 14 cubanos, mas os seus responsáveis não foram informados oficialmente de que vão perder os profissionais e nada sabem também sobre a sua substituição.
Isto apesar de já estarem a ser organizados entre colegas jantares de despedida.
«Oficialmente não tive qualquer informação, mas tenho conhecimento de que os contratos terminam agora» – afirma Paulo Espiga, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do litoral alentejano.
«Os clínicos cubanos estão perfeitamente integrados e têm um desempenho em tudo equivalente aos nacionais», explica. «Cada um tem, em média, 1.800 utentes em lista. Por isso, a situação é preocupante», reconhece.
O responsável lamenta a perda destes profissionais, que tiveram formação e conhecem os seus doentes.
E, apesar de não ter nenhuma informação da tutela, já começou a preparar um plano de emergência para reduzir o impacto destas saídas.
É que, mesmo que estes clínicos sejam substituídos por outros, vão ter de receber formação de quem já trabalha nas unidades.
«Os clínicos cubanos chegaram ao centros em Setembro de 2009, mas no primeiro mês apenas assistiram a consultas.
Em Outubro, deram consultas acompanhados por outros médicos e só em Novembro começaram a ganhar autonomia.
Precisaram destes dois meses para se ambientar», lembra Paulo Espiga.
A mesma preocupação é sentida no Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo, onde chegaram a trabalhar dois clínicos cubanos.
«Um foi de férias em Agosto de 2010.
Não voltou nem foi substituído», diz o responsável do centro de saúde, Jorge Santos.
A única médica que ali se manteve já está a fazer as malas de regresso a casa.
«A colega estava perfeitamente integrada.
Foi de férias e sei apenas que não vai voltar», diz o médico.
«A informação que nos chega é muito escassa e tem até características de algum secretismo», lamenta.
«Não nos permite um planeamento atempado. Temos de dar resposta e não temos recursos».
Contactado pelo SOL, o gabinete de Paulo Macedo garante que todos estes médicos vão ser substituídos, mas admite que o processo pode demorar meses:
«Estes médicos só poderão partir quando tiverem quem os substitua.
São funcionários do Estado cubano e são estas as garantias deixadas».
SOL