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- Set 24, 2006
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Grande Depressão
A fotografia Migrant Mother, uma das fotos americanas mais famosas da década de 1930, mostrando Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, março de 1936, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar sua família. Seu marido havia perdido seu emprego em 1931, e morrera no mesmo ano.
A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande recessão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Este período de recessão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de actividade econômica, em diversos países no mundo.
O dia 29 de Outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão, mas a produção industrial americana já havia começado a cair a partir de Julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que estendeu-se até 29 de Outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de accionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Esta quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande inflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando assim drasticamente as taxas de desemprego.
Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e especialmente o Canadá. Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina e o Brasil, a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização.
Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos em 1933. Neste ano, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal. Essas políticas económicas, adoptadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schaact [1] na Alemanha nazista foram, 3 anos mais tarde, racionalizadas por Keynes em sua obra clássica [2].
O New Deal, juntamente com programas de ajuda social realizados por todos os estados americanos, ajudou a minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. A maioria dos países atingidos pela Grande Depressão passaram a recuperar-se economicamente a partir de então. Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos factores primários que ajudaram a ascensão de regimes de extrema-direita, como os nazistas comandados por Adolf Hitler na Alemanha. O início da Segunda Guerra Mundial terminou com qualquer efeito remanescente da Grande Depressão nos principais países atingidos.
Causas da Grande Depressão
Economistas, historiadores e cientistas políticos têm criado diversas teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com surpreendente pouco consenso. A Grande Depressão permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou massiva deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos Estados Unidos da América, e outras influências.
Segundo teorias baseadas na economia capitalista concentram-se no relacionamento entre produção, consumo e crédito, estudado pela macroeconomia, e em incentivos e decisões pessoais, estudado pela micro economia. Estas teorias são feitas para ordenar a sequência dos eventos que causaram eventualmente a implosão do sistema monetário do mundo industrializado e suas relações de comércio. Outras teorias heterodoxas sobre a Grande Depressão foram criadas, e gradualmente estas teorias passaram a ganhar credibilidade. Estas teorias incluem a teoria da actividade de longo ciclo e que a Grande Depressão foi um período na intersecção da crista de diversos longos e concorrentes ciclos.
Mais recentemente, uma das teoria mais aceitas entre economistas é que a Grande Depressão não foi causada primariamente pela quebra das bolsas de valores de 1929, alegando que diversos sinais na economia americana, nos meses, e mesmo anos, que precederam à Grande Depressão, já indicavam que esta Depressão já estava a caminho nos Estados Unidos e na Europa.
Actualmente, a teoria mais em voga entre os economistas é de Peter Temin. Segundo Temin, a Grande Depressão foi causada por política monetária catastroficamente mal planeada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, nos anos que precederam a Grande Depressão. A política de reduzir as reservas monetárias foi uma tentativa de reduzir uma suposta inflação, o que de fato somente agravou o principal problema na economia americana à época, que não era a inflação e sim a deflação.
Quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque
Em 24 de Outubro de 1929, os preços das acções na Bolsa de Valores de Nova Iorque caíram subitamente. Estes preços estabilizaram-se ao longo do final de semana, para caírem drasticamente novamente na segunda feira, 28 de Outubro. Muitos accionistas passaram a entrar em pânico. Cerca de 16,4 milhões de acções subitamente entraram à venda na terça feira, 29 de Outubro, dia actualmente conhecido como Quinta-Feira Negra.
O excesso de acções à venda e a falta de compradores fizeram com que os preços destas acções caísse em cerca de 80%. Com isto, milhares de pessoas perderam grandes somas em dinheiro. Os preços destas acções continuaria a flutuar, caindo gradativamente nos próximos três anos. As milhares de pessoas que tinham todas as suas riquezas na forma de acções eventualmente perderiam tudo o que tinham.
A súbita quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque causou grande incerteza entre a população americana, quanto ao futuro do país. Muitos decidiram cortar gastos supérfluos. Outras pessoas, aquelas que haviam comprado produtos através de empréstimo e prestações, reduziram ainda mais seus gastos, e assim poder economizar dinheiro para efectuar seus pagamentos. A súbita queda nas vendas do sector comercial americano estendeu a recessão ao sector industrial e comercial dos Estados Unidos.
As altas taxas de juros dos Estados Unidos foram um dos factores que estenderem a Grande Depressão à Europa. Os países europeus - especialmente aqueles que utilizavam-se do padrão-ouro, para manter um câmbio fixo com os Estados Unidos, foram obrigados a aumentar drasticamente suas próprias taxas de juros, o que levou à redução de gastos por parte dos comerciantes e habitantes destes países, que levou à quedas na produção industrial destes países.
A economia dos Estados Unidos da América entrou em uma fase de grande recessão econômica que perduraria até 1933. Até este ano, a economia dos Estados Unidos somente colapsaria. Durante este período, milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais foram fechados. Outros foram obrigados a demitirem parte de seus trabalhadores e/ou a reduzir salários em geral.
A Grande Depressão nos Estados Unidos da América
A Grande Depressão causou pobreza geral nos Estados Unidos e em diversos países do mundo.
Aqui, família desempregada, vivendo em condições miseráveis, em Elm Grove, Califórnia, Estados Unidos.
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro. A situação dos bancos era agravada pelo fato que muitos destes bancos haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros. Após o início da Grande Depressão, porém, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar suas dívidas. Isto, por sua vez, causou a queda dos lucros destas instituições financeiras. Pessoas que utilizavam-se de bancos, temendo uma possível falência destas, removeram seus fundos destes bancos. Assim, várias instituições bancárias foram fechadas. O total de instituições bancárias fechadas durante a década de 1920 e de 1930 foi de 14 mil.
Em 17 de maio de 1930, o governo dos Estados Unidos aprovou uma lei, o Ato Tarifário Smoot-Hawley, que aumentava as tarifas alfandegárias em cerca de 20 mil itens não-perecíveis estrangeiros. O Presidente americano Herbert Hoover pedira ao Congresso uma diminuição nos impostos, mas o Congresso, ao invés disto, votou a favor do aumento dos impostos. Um abaixo-assinado, assinado por mil economistas, pediu ao presidente americano rejeitar este aumento. Apesar disto, Hoover assinou o Ato em 17 de maio. O Congresso e o Presidente acreditavam que isto iria reduzir a competição de produtos estrangeiros no país.
Porém, outros países reagiram através da aprovação de leis e actos semelhantes, assim causando uma queda súbita nas exportações americanas. As taxas de desemprego subiram de 9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933. Durante a década de 1930, a taxa de desemprego nos Estados Unidos não retornaria mais às taxas de 9% de 1930, se mantendo em perto da casa dos 20%.
Com o crescente fechamento de instituições bancárias, menos fundos estavam disponíveis no mercado americano, fazendo com que a produção industrial americana continuasse a cair. Em 1929, o valor total dos produtos industrializados fabricados nos Estados Unidos foi de 104 bilhões de dólares. Em 1933, este valor havia caído para 56 bilhões, uma queda de aproximadamente 45%. A produção de aço caiu em cerca de 61%, entre 1929 e 1933, e a produção de automóveis caiu em cerca de 70% no mesmo período.
1933 foi o ápice da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. As taxas de desemprego eram de 25% (ou um quarto de toda a força de trabalho americana). Cerca de 30% dos trabalhadores que continuaram nos seus empregos foram obrigados a aceitar reduções em seus salários, embora grande parte dos trabalhadores empregados tenham tido um aumento nos seus salários por hora. Outro problema enfrentado foi a grande deflação - queda do preço dos produtos e custo de vida em geral. Entre 1929 e 1933, os preços dos produtos industrializados não-pericíveis em geral nos Estados Unidos caíram em cerca de 25%. Já o preço de produtos agro pecuários caiu em cerca de 50%, por causa do excedente da produção destes produtos - primariamente trigo. A quantidade destes produtos à venda excedia facilmente a demanda, o que causou uma queda dos preços destes dados produtos. Os baixos preços levaram ao endividamento de muitos destes fazendeiros.
Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA
O Presidente americano Herbert Hoover acreditava que o comércio, se não supervisionado pelo governo, iria eventualmente minimizar os efeitos da recessão econômica. Eventualmente, Hoover acreditava, a economia dos Estados Unidos iria recuperar-se, sem que a intervenção do governo americano na economia do país fosse necessária. Hoover rejeitou diversas leis aprovadas pelo Congresso, alegando que davam ao governo americano poderes demais.
Hoover também acreditava que os governos dos estados americanos deveriam ajudar os necessitados. Muitos destes estados, porém, não tinham fundos suficientes para tal. Assim sendo, Hoover propôs a criação de um órgão governamental, o Reconstruction Finance Corportation (Corporação de Reconstrução Financeira), ou RFC, em 1932. Este órgão seria responsável por fornecer alguma ajuda financeira a empresas e instituições comerciais e industriais chave, como bancos, ferroviárias e grandes empresas, acreditando que a falência destas instituições agravaria o efeito da Grande Depressão. No final de 1932, as eleições presidenciais americanas foram realizadas. Os dois principais candidatos foram Hoover e Franklin Delano Roosevelt. Muito da população americana acreditava que Hoover fora o principal causador da recessão, e/ou que pouco fizera para solucionar esta recessão. Roosevelt saiu-se vencedor da eleição, tornando-se Presidente dos Estados Unidos em 4 de Março de 1933.
Roosevelt, ao contrário de Hoover, acreditava que o governo americano era a principal responsável para lutar contra os efeitos da Grande Depressão. Em uma sessão legislativa especial, sessão conhecida como Hundred Days ("Cem Dias"), Roosevelt, juntamente com o congresso americano, criaram e aprovaram uma série de leis que, por insistência do próprio Roosevelt, foram nomeadas de New Deal ("Novo Acordo"). Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores, e reformou o sistema económico e governamental americano, de modo a evitar que uma recessão deste género ocorresse futuramente.
Fila de famílias esperando por ajuda financeira. Diversos programas de ajuda social foram criadas pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1933.
Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration, criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos estatais, para que estes empregassem estes fundos em programas de ajuda social. Outros órgãos governamentais similares foram criados com o intuito de fundear, administrar e/ou empregar trabalhadores na área de construção de aeroportos, escolas, hospitais, pontes e represas. Estes projectos federais forneceram milhões de empregos aos necessitados, embora as taxas de desemprego continuassem altas durante toda a década de 1930.
Outros órgãos foram criados com o intuito de administrar programas de recuperação, como a Agricultural Adjustment Administration, criada em 1933 com o intuito de regular a produção de produtos agropecuários em uma dada fazenda. Outro órgão similar, o National Recovery Administration, criada em 1933, passou a reforçar leis anti-monopólio, estabeleceu salários mínimos e limites na carga horária de trabalho. Esta última agência, porém, foi fechada a mando do Congresso, em 1935, por pouco estimular o comércio americano.
Por fim, outros órgãos federais foram criados com o intuito de supervisionar reformas trabalhistas e financeiras. O Federal Deposit Insurance Corporation foi criado em 1933 com o intuito de promover transacções e o comércio bancário. O Securities and Exchange Commission, criado em 1934, regulava o comércio de bolsa de valores e evitar com que acionistas comprassem ações que o órgão considerassem "perigosas". O National Labor Relations Board foi criado em 1935, com o intuito de regular sindicatos, e de proteger os trabalhadores e seus direitos. Ainda em 1935, um ato do governo americano, o Ato da Segurança Civil passou a fornecer pensões mensais para aposentados, bem como ajuda financeira regular por um certo período de tempo, para pessoas desempregadas.
O New Deal ajudou a minimizar os efeitos da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. A economia americana gradualmente, mas lentamente, passou a recuperar-se, desde 1933. O governo americano também diminiu as tarifas alfandegárias em certos produtos estrangeiros, assim estimulando o comércio doméstico. Ao longo da década de 1930, os Estados Unidos gradualmente abandonaram o uso do padrão-ouro, decidindo ao invés disso, fortalecer a moeda nacional, o dólar, o que também ajudou na recuperação da economia americana. A produção de comodidades tais como automóveis voltaria aos patamares de 1929, porém, somente após o fim da guerra, como a produção de automóveis, por exemplo 1949 - a maior parte da matéria-prima à época possuía prioridade pela indústria bélica nacional.
Porém, apesar dos programas governamentais criados com o intuito de reduzir o desemprego, cerca de 15% da força de trabalho americana continuava desempregado em 1940. Foi necessário a entrada do país na Segunda Guerra Mundial para que as taxas de desemprego caíssem aos níveis de 1930, de 9%. A entrada do país na guerra acabou com os efeitos negativos da Grande Depressão, e a produção industrial americana cresceu drasticamente, e as taxas de desemprego caíram. No final da guerra, apenas 1% da força de trabalho americana estava desempregado. Perto do final da guerra, os Estados Unidos e todos os outros 44 países Aliados assinaram o que é conhecido como os Acordos de Bretton Woods, com o intuito de evitar futuramente uma nova crise monetária e econômica da escala da Grande Depressão.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A fotografia Migrant Mother, uma das fotos americanas mais famosas da década de 1930, mostrando Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, março de 1936, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar sua família. Seu marido havia perdido seu emprego em 1931, e morrera no mesmo ano.
A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande recessão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Este período de recessão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de actividade econômica, em diversos países no mundo.
O dia 29 de Outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão, mas a produção industrial americana já havia começado a cair a partir de Julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que estendeu-se até 29 de Outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de accionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Esta quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande inflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando assim drasticamente as taxas de desemprego.
Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e especialmente o Canadá. Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina e o Brasil, a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização.
Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos em 1933. Neste ano, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal. Essas políticas económicas, adoptadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schaact [1] na Alemanha nazista foram, 3 anos mais tarde, racionalizadas por Keynes em sua obra clássica [2].
O New Deal, juntamente com programas de ajuda social realizados por todos os estados americanos, ajudou a minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. A maioria dos países atingidos pela Grande Depressão passaram a recuperar-se economicamente a partir de então. Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos factores primários que ajudaram a ascensão de regimes de extrema-direita, como os nazistas comandados por Adolf Hitler na Alemanha. O início da Segunda Guerra Mundial terminou com qualquer efeito remanescente da Grande Depressão nos principais países atingidos.
Causas da Grande Depressão
Economistas, historiadores e cientistas políticos têm criado diversas teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com surpreendente pouco consenso. A Grande Depressão permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou massiva deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos Estados Unidos da América, e outras influências.
Segundo teorias baseadas na economia capitalista concentram-se no relacionamento entre produção, consumo e crédito, estudado pela macroeconomia, e em incentivos e decisões pessoais, estudado pela micro economia. Estas teorias são feitas para ordenar a sequência dos eventos que causaram eventualmente a implosão do sistema monetário do mundo industrializado e suas relações de comércio. Outras teorias heterodoxas sobre a Grande Depressão foram criadas, e gradualmente estas teorias passaram a ganhar credibilidade. Estas teorias incluem a teoria da actividade de longo ciclo e que a Grande Depressão foi um período na intersecção da crista de diversos longos e concorrentes ciclos.
Mais recentemente, uma das teoria mais aceitas entre economistas é que a Grande Depressão não foi causada primariamente pela quebra das bolsas de valores de 1929, alegando que diversos sinais na economia americana, nos meses, e mesmo anos, que precederam à Grande Depressão, já indicavam que esta Depressão já estava a caminho nos Estados Unidos e na Europa.
Actualmente, a teoria mais em voga entre os economistas é de Peter Temin. Segundo Temin, a Grande Depressão foi causada por política monetária catastroficamente mal planeada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América, nos anos que precederam a Grande Depressão. A política de reduzir as reservas monetárias foi uma tentativa de reduzir uma suposta inflação, o que de fato somente agravou o principal problema na economia americana à época, que não era a inflação e sim a deflação.
Quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque
Em 24 de Outubro de 1929, os preços das acções na Bolsa de Valores de Nova Iorque caíram subitamente. Estes preços estabilizaram-se ao longo do final de semana, para caírem drasticamente novamente na segunda feira, 28 de Outubro. Muitos accionistas passaram a entrar em pânico. Cerca de 16,4 milhões de acções subitamente entraram à venda na terça feira, 29 de Outubro, dia actualmente conhecido como Quinta-Feira Negra.
O excesso de acções à venda e a falta de compradores fizeram com que os preços destas acções caísse em cerca de 80%. Com isto, milhares de pessoas perderam grandes somas em dinheiro. Os preços destas acções continuaria a flutuar, caindo gradativamente nos próximos três anos. As milhares de pessoas que tinham todas as suas riquezas na forma de acções eventualmente perderiam tudo o que tinham.
A súbita quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque causou grande incerteza entre a população americana, quanto ao futuro do país. Muitos decidiram cortar gastos supérfluos. Outras pessoas, aquelas que haviam comprado produtos através de empréstimo e prestações, reduziram ainda mais seus gastos, e assim poder economizar dinheiro para efectuar seus pagamentos. A súbita queda nas vendas do sector comercial americano estendeu a recessão ao sector industrial e comercial dos Estados Unidos.
As altas taxas de juros dos Estados Unidos foram um dos factores que estenderem a Grande Depressão à Europa. Os países europeus - especialmente aqueles que utilizavam-se do padrão-ouro, para manter um câmbio fixo com os Estados Unidos, foram obrigados a aumentar drasticamente suas próprias taxas de juros, o que levou à redução de gastos por parte dos comerciantes e habitantes destes países, que levou à quedas na produção industrial destes países.
A economia dos Estados Unidos da América entrou em uma fase de grande recessão econômica que perduraria até 1933. Até este ano, a economia dos Estados Unidos somente colapsaria. Durante este período, milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais foram fechados. Outros foram obrigados a demitirem parte de seus trabalhadores e/ou a reduzir salários em geral.
A Grande Depressão nos Estados Unidos da América

A Grande Depressão causou pobreza geral nos Estados Unidos e em diversos países do mundo.
Aqui, família desempregada, vivendo em condições miseráveis, em Elm Grove, Califórnia, Estados Unidos.
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro. A situação dos bancos era agravada pelo fato que muitos destes bancos haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros. Após o início da Grande Depressão, porém, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar suas dívidas. Isto, por sua vez, causou a queda dos lucros destas instituições financeiras. Pessoas que utilizavam-se de bancos, temendo uma possível falência destas, removeram seus fundos destes bancos. Assim, várias instituições bancárias foram fechadas. O total de instituições bancárias fechadas durante a década de 1920 e de 1930 foi de 14 mil.
Em 17 de maio de 1930, o governo dos Estados Unidos aprovou uma lei, o Ato Tarifário Smoot-Hawley, que aumentava as tarifas alfandegárias em cerca de 20 mil itens não-perecíveis estrangeiros. O Presidente americano Herbert Hoover pedira ao Congresso uma diminuição nos impostos, mas o Congresso, ao invés disto, votou a favor do aumento dos impostos. Um abaixo-assinado, assinado por mil economistas, pediu ao presidente americano rejeitar este aumento. Apesar disto, Hoover assinou o Ato em 17 de maio. O Congresso e o Presidente acreditavam que isto iria reduzir a competição de produtos estrangeiros no país.
Porém, outros países reagiram através da aprovação de leis e actos semelhantes, assim causando uma queda súbita nas exportações americanas. As taxas de desemprego subiram de 9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933. Durante a década de 1930, a taxa de desemprego nos Estados Unidos não retornaria mais às taxas de 9% de 1930, se mantendo em perto da casa dos 20%.
Com o crescente fechamento de instituições bancárias, menos fundos estavam disponíveis no mercado americano, fazendo com que a produção industrial americana continuasse a cair. Em 1929, o valor total dos produtos industrializados fabricados nos Estados Unidos foi de 104 bilhões de dólares. Em 1933, este valor havia caído para 56 bilhões, uma queda de aproximadamente 45%. A produção de aço caiu em cerca de 61%, entre 1929 e 1933, e a produção de automóveis caiu em cerca de 70% no mesmo período.
1933 foi o ápice da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. As taxas de desemprego eram de 25% (ou um quarto de toda a força de trabalho americana). Cerca de 30% dos trabalhadores que continuaram nos seus empregos foram obrigados a aceitar reduções em seus salários, embora grande parte dos trabalhadores empregados tenham tido um aumento nos seus salários por hora. Outro problema enfrentado foi a grande deflação - queda do preço dos produtos e custo de vida em geral. Entre 1929 e 1933, os preços dos produtos industrializados não-pericíveis em geral nos Estados Unidos caíram em cerca de 25%. Já o preço de produtos agro pecuários caiu em cerca de 50%, por causa do excedente da produção destes produtos - primariamente trigo. A quantidade destes produtos à venda excedia facilmente a demanda, o que causou uma queda dos preços destes dados produtos. Os baixos preços levaram ao endividamento de muitos destes fazendeiros.
Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA
O Presidente americano Herbert Hoover acreditava que o comércio, se não supervisionado pelo governo, iria eventualmente minimizar os efeitos da recessão econômica. Eventualmente, Hoover acreditava, a economia dos Estados Unidos iria recuperar-se, sem que a intervenção do governo americano na economia do país fosse necessária. Hoover rejeitou diversas leis aprovadas pelo Congresso, alegando que davam ao governo americano poderes demais.
Hoover também acreditava que os governos dos estados americanos deveriam ajudar os necessitados. Muitos destes estados, porém, não tinham fundos suficientes para tal. Assim sendo, Hoover propôs a criação de um órgão governamental, o Reconstruction Finance Corportation (Corporação de Reconstrução Financeira), ou RFC, em 1932. Este órgão seria responsável por fornecer alguma ajuda financeira a empresas e instituições comerciais e industriais chave, como bancos, ferroviárias e grandes empresas, acreditando que a falência destas instituições agravaria o efeito da Grande Depressão. No final de 1932, as eleições presidenciais americanas foram realizadas. Os dois principais candidatos foram Hoover e Franklin Delano Roosevelt. Muito da população americana acreditava que Hoover fora o principal causador da recessão, e/ou que pouco fizera para solucionar esta recessão. Roosevelt saiu-se vencedor da eleição, tornando-se Presidente dos Estados Unidos em 4 de Março de 1933.
Roosevelt, ao contrário de Hoover, acreditava que o governo americano era a principal responsável para lutar contra os efeitos da Grande Depressão. Em uma sessão legislativa especial, sessão conhecida como Hundred Days ("Cem Dias"), Roosevelt, juntamente com o congresso americano, criaram e aprovaram uma série de leis que, por insistência do próprio Roosevelt, foram nomeadas de New Deal ("Novo Acordo"). Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores, e reformou o sistema económico e governamental americano, de modo a evitar que uma recessão deste género ocorresse futuramente.

Fila de famílias esperando por ajuda financeira. Diversos programas de ajuda social foram criadas pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1933.
Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration, criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos estatais, para que estes empregassem estes fundos em programas de ajuda social. Outros órgãos governamentais similares foram criados com o intuito de fundear, administrar e/ou empregar trabalhadores na área de construção de aeroportos, escolas, hospitais, pontes e represas. Estes projectos federais forneceram milhões de empregos aos necessitados, embora as taxas de desemprego continuassem altas durante toda a década de 1930.
Outros órgãos foram criados com o intuito de administrar programas de recuperação, como a Agricultural Adjustment Administration, criada em 1933 com o intuito de regular a produção de produtos agropecuários em uma dada fazenda. Outro órgão similar, o National Recovery Administration, criada em 1933, passou a reforçar leis anti-monopólio, estabeleceu salários mínimos e limites na carga horária de trabalho. Esta última agência, porém, foi fechada a mando do Congresso, em 1935, por pouco estimular o comércio americano.
Por fim, outros órgãos federais foram criados com o intuito de supervisionar reformas trabalhistas e financeiras. O Federal Deposit Insurance Corporation foi criado em 1933 com o intuito de promover transacções e o comércio bancário. O Securities and Exchange Commission, criado em 1934, regulava o comércio de bolsa de valores e evitar com que acionistas comprassem ações que o órgão considerassem "perigosas". O National Labor Relations Board foi criado em 1935, com o intuito de regular sindicatos, e de proteger os trabalhadores e seus direitos. Ainda em 1935, um ato do governo americano, o Ato da Segurança Civil passou a fornecer pensões mensais para aposentados, bem como ajuda financeira regular por um certo período de tempo, para pessoas desempregadas.
O New Deal ajudou a minimizar os efeitos da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. A economia americana gradualmente, mas lentamente, passou a recuperar-se, desde 1933. O governo americano também diminiu as tarifas alfandegárias em certos produtos estrangeiros, assim estimulando o comércio doméstico. Ao longo da década de 1930, os Estados Unidos gradualmente abandonaram o uso do padrão-ouro, decidindo ao invés disso, fortalecer a moeda nacional, o dólar, o que também ajudou na recuperação da economia americana. A produção de comodidades tais como automóveis voltaria aos patamares de 1929, porém, somente após o fim da guerra, como a produção de automóveis, por exemplo 1949 - a maior parte da matéria-prima à época possuía prioridade pela indústria bélica nacional.
Porém, apesar dos programas governamentais criados com o intuito de reduzir o desemprego, cerca de 15% da força de trabalho americana continuava desempregado em 1940. Foi necessário a entrada do país na Segunda Guerra Mundial para que as taxas de desemprego caíssem aos níveis de 1930, de 9%. A entrada do país na guerra acabou com os efeitos negativos da Grande Depressão, e a produção industrial americana cresceu drasticamente, e as taxas de desemprego caíram. No final da guerra, apenas 1% da força de trabalho americana estava desempregado. Perto do final da guerra, os Estados Unidos e todos os outros 44 países Aliados assinaram o que é conhecido como os Acordos de Bretton Woods, com o intuito de evitar futuramente uma nova crise monetária e econômica da escala da Grande Depressão.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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