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"A minha irmã foi martirizada. Quem a trará de volta?": Norte-americanos em Gaza queixam-se da falta de apoio
Cerca de 600 pessoas com dupla nacionalidade aguardam para poder sair de Gaza de forma segura.
Yousif Abu Shaaban tem 19 anos, dupla nacionalidade (palestiniana e norte-americana) e mora em Gaza. Tal como cerca 600 pessoas no mesmo contexto, aguardou o momento adequado para fugir à guerra.
O jovem recebeu a informação da Embaixada dos EUA de que podia deixar o enclave através da passagem de Rafah com a família, mas diz já ser tarde. À custa do conflito entre o Hamas e Israel perdeu a irmã, de 14 anos, e o seu pai, de 44, ficou gravemente ferido. Acusa o consulado de negligência pelo atraso na retirada de cidadãos e garante que vai apresentar queixa.
Na quinta-feira, a família do jovem foi a casa buscar alguns pertences e foi vítima de um bombardeamento israelita. O ataque matou a irmã e deixou o pai de Yousif Abu Shaaban sem um braço.
"A culpa é da negligência da embaixada e de todos os lados que deveriam ser responsáveis por mim. Exijo um inquérito internacional para perceber por que isto sucedeu na minha casa. A minha irmã foi martirizada. Quem a trará de volta? Sou o único que sustenta financeiramente o meu pai. Ele não se mexe sem mim. É cego e agora não tem o braço todo", começou por dizer Yousif Abu Shaaban à Al Jazeera.
Alguns palestinianos, com passaporte norte-americano, acusam os EUA de despenderem mais tempo e recursos na retirada de israelitas que também possuem nacionalidade norte-americana.
"Os palestinos, com nacionalidade norte-americana, não podem partir. Nem os palestinos de outras nacionalidades, que são muitos aqui. Todos têm mulheres, crianças, idosos. Eles não podem continuar a ir pela zona de perigo para chegar à fronteira", contou à Al Jazeera outro homem na mesma situação que Yousif Abu Shaaban.
Pelo menos 4137 palestinianos, incluindo mais de 1500 crianças e mil mulheres, foram mortos em ataques aéreos israelitas na Faixa de Gaza desde que começou a guerra, a 7 de outubro. Cerca de 13 mil pessoas ficaram feridas.
Este sábado, as autoridades americanas avançaram ter recebido informações de que a passagem de Rafah ia ser aberta para permitir a saída de cidadãos com dupla nacionalidade, quando os primeiros camiões de ajuda do Egito entraram em Gaza. Segundo a imprensa internacional terão entrado 20 camiões com medicamentos e alimentos.
As organizações internacionais têm felicitado a entrada de ajuda, mas ainda a consideram "insuficiente" perante o cenário crítico em Gaza.
Correio da Manhã

Cerca de 600 pessoas com dupla nacionalidade aguardam para poder sair de Gaza de forma segura.
Yousif Abu Shaaban tem 19 anos, dupla nacionalidade (palestiniana e norte-americana) e mora em Gaza. Tal como cerca 600 pessoas no mesmo contexto, aguardou o momento adequado para fugir à guerra.
O jovem recebeu a informação da Embaixada dos EUA de que podia deixar o enclave através da passagem de Rafah com a família, mas diz já ser tarde. À custa do conflito entre o Hamas e Israel perdeu a irmã, de 14 anos, e o seu pai, de 44, ficou gravemente ferido. Acusa o consulado de negligência pelo atraso na retirada de cidadãos e garante que vai apresentar queixa.
Na quinta-feira, a família do jovem foi a casa buscar alguns pertences e foi vítima de um bombardeamento israelita. O ataque matou a irmã e deixou o pai de Yousif Abu Shaaban sem um braço.
"A culpa é da negligência da embaixada e de todos os lados que deveriam ser responsáveis por mim. Exijo um inquérito internacional para perceber por que isto sucedeu na minha casa. A minha irmã foi martirizada. Quem a trará de volta? Sou o único que sustenta financeiramente o meu pai. Ele não se mexe sem mim. É cego e agora não tem o braço todo", começou por dizer Yousif Abu Shaaban à Al Jazeera.
Alguns palestinianos, com passaporte norte-americano, acusam os EUA de despenderem mais tempo e recursos na retirada de israelitas que também possuem nacionalidade norte-americana.
"Os palestinos, com nacionalidade norte-americana, não podem partir. Nem os palestinos de outras nacionalidades, que são muitos aqui. Todos têm mulheres, crianças, idosos. Eles não podem continuar a ir pela zona de perigo para chegar à fronteira", contou à Al Jazeera outro homem na mesma situação que Yousif Abu Shaaban.
Pelo menos 4137 palestinianos, incluindo mais de 1500 crianças e mil mulheres, foram mortos em ataques aéreos israelitas na Faixa de Gaza desde que começou a guerra, a 7 de outubro. Cerca de 13 mil pessoas ficaram feridas.
Este sábado, as autoridades americanas avançaram ter recebido informações de que a passagem de Rafah ia ser aberta para permitir a saída de cidadãos com dupla nacionalidade, quando os primeiros camiões de ajuda do Egito entraram em Gaza. Segundo a imprensa internacional terão entrado 20 camiões com medicamentos e alimentos.
As organizações internacionais têm felicitado a entrada de ajuda, mas ainda a consideram "insuficiente" perante o cenário crítico em Gaza.
Correio da Manhã