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A crise não parece afectar a abundância de concertos para este ano, mas limitou o arrojo dos promotores, mais apostados na contratação de artistas há muito conhecidos do que na aposta em novos valores. Joanna Newsom ou Cut Copy são das raras excepções.
O novo ano promete ser um desfile de reencontros nos palcos portugueses, tantos são os retornos já assegurados.
É certo que, dos nomes divulgados até à data, não constam (ainda) os Tindersticks, Nouvelle Vague ou dEUS, mas, atendendo a que muitos concertos serão confirmados apenas ao longo dos próximos meses, haja esperança de que a tradição - tão infalível como a exibição de "Sozinho em casa" no dia de Natal... - ainda seja o que sempre foi.
Em ano de pousio de Rock in Rio Lisboa - de volta apenas em 2012 - e sem digressões planetárias à vista, os concertos capazes de mobilizarem largas dezenas de milhar (excluindo os festivais) ficam reduzidos aos Bon Jovi, confirmados para o Parque da Bela Vista a 31 de Julho.
Mais de um quarto de século depois da estreia, o rock FM (cada vez mais pop, aliás) do outrora cabeludo Jon Bon Jovi continua a cativar multidões. Após alguns anos de ocaso, o quarteto reencontrou nos últimos tempos a centelha comercial: recentemente distinguidos pela MTV com o prémio carreira, os Bon Jovi terminaram 2010 com o invejável estatuto de banda mais bem paga do planeta, por força dos 150 milhões de euros arrecadados com a digressão em curso.
Não será preciso esperar até ao final de Julho para presenciar um espectáculo de grandes dimensões. Já em Março, nos dias 21 e 22, Roger Waters traz a Lisboa (Pavilhão Atlântico) a revisitação do marcante "The wall", por ocasião do 30º aniversário do seu lançamento. A elevada procura de bilhetes obrigou à marcação de uma data suplementar, cuja lotação também deverá esgotar em breve.
Se o clima recessivo não parece ter afectado por aí além a quantidade de concertos agendados, o mesmo não se poderá dizer da capacidade (ou vontade?) das promotoras de apostarem em nomes que representem uma dose de risco mais elevada. Só assim se explica o enésimo regresso de Skunk Anansie ou Gotan Project, bandas que, embora mantenham um público fiel, há muito que deixaram de surpreender.
Apesar de tudo, da lista de concertos já confirmados, constam novos valores como Joanna Newsom (Casa da Música, no Porto, e CCB, em Lisboa, nos dias 24 e 26 deste mês), Cut Copy (Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 23 de Março) Swans (Aula Magna, em Lisboa, e Casa da Música, nos dias 9 e 10 de Abril) ou The National (Coliseu do Porto e Campo Pequeno, em Lisboa, a 23 e 24 de Maio).
Com um peso cada vez mais notório no mercado de espectáculo, os festivais só revelaram uma parcela ínfima das contratações para o Verão. Das já conhecidas até ao momento, destacam-se as actuações, no Alive!, de Foo Fighters e The Chemical Brothers, respectivamente, nos dias 7 e 8 de Julho, no Passeio Marítimo de Algés.
Uma semana depois, a Praia do Meco - local da edição do Super Bock Super Rock deste ano - presencia o sempre aguardado regresso dos britânicos Portishead, cuja relação de forte proximidade com o público português se iniciou também num festival de Verão: há 12 anos, no Sudoeste, na Zambujeira do Mar.
Jornal de Notícias