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Afinal, quem matou Bin Laden? Há duas versões

kokas

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Set 27, 2006
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Passaram três anos e meio desde que um grupo de uma força de elite entrou numa casa em Abottabad, no Paquistão. Armados até aos dentes e com óculos de visão nocturna, subiram as escadas, e num dos quartos, o homem da frente abriu uma porta e viu-o: Osama bin Laden, o inimigo número um da América. Disparou.
O que aconteceu a seguir demorou apenas 15 segundos, mas é alvo de imensa especulação e relatos contraditórios dos envolvidos. Um dos membros da equipa veio dizer esta semana publicamente que foi ele que matou Bin Laden. Outros discordam e reivindicam o mesmo para os tiros que dispararam.
A mais recente polémica sobre o raide que matou Bin Laden aconteceu porque um antigo membro da Equipa 6 (considerada a força de elite dos SEAL, trabalhando frequentemente com a CIA) decidiu dar uma entrevista à Fox News assumindo-se como “o atirador”.
Em aparente retaliação, um site de questões militares lançou o seu nome antes que isso acontecesse, dizendo que Robert O’Neill, 38 anos, tinha assumido ter disparado dois tiros que mataram Bin Laden. O’Neill tinha já antes contado a sua versão à revista Esquire, sem no entanto se identificar. Desta vez assumindo a sua identidade, repetiu-a agora numa entrevista ao Washington Post.
Outro antigo membro da equipa, Matt Bissonnette, escreveu um livro em 2012 detalhando a operação. Nele, Bissonnette (que assinou o livro com um pseudónimo, mas a sua identidade foi mais tarde revelada) diz que foi o primeiro homem da equipa que disparou os tiros que mataram Bin Laden. Segundo o relato de Bissonette, os tiros disparados a seguir por si e por outros membros da equipa tinham sido os chamados “rounds de confirmação”.
No artigo da Esquire, O’Neill dizia em relação ao homem da frente: “Não acho que ele o tenha atingido. Ele acha que sim.” Foi também este homem não identificado que afastou as duas mulheres que estavam no quarto, temendo que elas tivessem coletes de explosivos.
“Por Deus e pelo país - Geronimo, Geronimo, Geronimo”, comunicou um dos SEAL aos responsáveis reunidos na situation room que esperavam ansiosamente por notícias em Washington, referindo-se ao nome de código dado ao líder da rede terrorista Al-Qaeda. “Geronimo E.K.I.A - enemy killed in action”, concluiu – Bin Laden era dado morto.
Com a operação envolta no maior segredo, sem nunca terem sido divulgadas imagens da operação ou de Bin Laden morto, e com o corpo deste lançado no mar (para não haver local de peregrinação), poderá manter-se a controvérsia durante muito tempo.
Nas informações prestadas após o raide a um membro da administração Obama, o código de união da equipa foi mantido por O’Neill, lembra um outro elemento da equipa que assistiu ao momento. Quando lhe perguntaram quem tinha disparado o tiro que matou Bin Laden, O’Neill disse: “fomos todos”. “Teve classe”, comentou o outro elemento que assistiu à troca de palavras. Mas O’Neill não parece ter resistido ao impulso de ter crédito pela acção – mesmo que isso implique risco acrescido para si próprio, já que arrisca-se a ser alvo de um ataque de vingança por extremistas.
O’Neill já está no centro de ameaças de jihadistas, segundo um site que vigia trocas de mensagens de jihadistas na Internet, em fóruns, redes sociais e sites. “Enviaremos aos lobos solitários da América a foto deste Robert O’Neill que matou Osama bin Laden”, dizia um jihadista numa conta no Twitter. “Aos nossos queridos muçulmanos nos Estados Unidos da América, aqui está a vossa hipótese de chegar ao Paraíso”.
O pai de O’Neill já tinha dito que nem o antigo SEAL nem a família tinham medo de ameaças que pudessem vir de extremistas: “Eu digo que vou pintar um grande alvo na minha porta e digo: venham cá.”

Muitos operacionais estão indignados com a vinda a público quer de Bissonette quer de O’Neill. O livro do primeiro, que foi um best-seller, está a ser alvo de uma investigação sobre a possível revelação de informações confidenciais – Bissonette está a promover entretanto um segundo livro, desta vez submetido a aprovação anterior pelo Pentágono. Por seu lado, O’Neill tem feito o “circuito de conferências” e palestras motivacionais desde que saiu dos SEAL.

Actualmente a promover o seu segundo livro, Bissonnette recusou-se a comentar a afirmação de O’Neill. “Há duas pessoas diferentes a contar duas histórias diferentes por dois motivos diferentes”, disse, numa entrevista à emissora norte-americana NBC. “Ele diz o que diz. Não quero tocar nesse assunto.”



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