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Alemanha: Combate à crise domina encontro de Angela Merkel com Wen Jiabao em Berlim

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Alemanha: Combate à crise domina encontro de Angela Merkel com Wen Jiabao em Berlim

28 de Janeiro de 2009, 09:40

Berlim, 28 Jan (Lusa) - A cooperação no combate à crise financeira deverá dominar a visita oficial do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao a Berlim, que põe também fim ao conflito diplomático entre os dois países em torno da questão do Tibete.
"A crise representa também uma possibilidade de cooperação", declarou um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China antes de Wen Jiabao iniciar o seu périplo pela Europa, que inclui também visitas à Suíça, Espanha e Reino Unido, e à União Europeia, em Bruxelas, e ainda a participação no Fórum Económico Mundial, em Davos.
Tema central do encontro entre Wen Jiabao e a chanceler Ângela Merkel, na quinta-feira, será a preparação da Cimeira do G-20 (grupo de oito Estados mais industrializados e dos principais países emergentes), a realizar em princípios de Abril, em Londres.
Segundo vários observadores, Wen Jiabao pretende também obter mais peso para os países em desenvolvimento e os países emergentes, de que a China é o principal expoente, nos grémios internacionais.
Merkel e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, esperam, por sua vez, que o plano anti-crise recentemente aprovado pelo governo chinês, no valor de 460 mil milhões de Euros, para apoiar as empresas locais, permita à indústria alemã obter mais encomendas na China.
Neste sentido, Berlim apelará a Wen Jiabao para que os concursos a abrir pelas empresas do Estado decorram "com celeridade e em pé de igualdade", disse uma fonte diplomática na capital alemã.
Além disso, a chanceler alemã, que tem pugnado por um maior controlo dos mercados internacionais, quer saber como é que a China pretende contribuir para a estabilidade dos mercados financeiros.
Wen Jiabao trouxe à Europa na sua comitiva cerca de 130 empresários, o que reflecte a preocupação de Pequim de que o Velho Continente adopte medidas proteccionistas para combater a crise económica, e reduza as importações chinesas.
Apesar de a tónica da visita ser claramente a economia e as finanças, Wen Jiabao não visitará Paris, o que foi interpretado como uma retaliação pelo facto de o presidente francês Nicolas Sarkozy se ter encontrado no ano passado, na Polónia, com o Dalai Lama, líder espiritual do Tibete.
Pequim já teve um conflito diplomático idêntico com a Alemanha, depois de Angela Merkel ter recebido o Dalai Lama na Chancelaria Federal, em Setembro de 2007, o que levou a China a protestar oficialmente e a anular vários encontros ao mais alto nível.
O incidente, porém, parece estar encerrado, embora na capital alemã se continue a especular sobre eventuais concessões feitas para acalmar o regime chinês.
A International Campaign for Tibet exigiu entretanto que a questão dos direitos humanos e da autonomia deste território seja tema das conversações de Ângela Merkel com o primeiro-ministro chinês.
Durante a sua visita, além de assinar vários acordos conómicos, Wen Jiabao avistar-se-á também com o presidente alemão Horst Koehler, e com o ministro da Economia, Michael Glos.
A sua agenda em Berlim inclui ainda um discurso perante empresários e especialistas em tecnologia.
FA.
Lusa/fim
 
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