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Informação Alimentação? O nosso cérebro escolhe antes de escolhermos (na prática)

Lordelo

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Imagine que está num supermercado no corredor das bolachas. Supostamente sem pensar, deixa de lado as mais saudáveis e vai direto aos pacotes com chocolate. Mas será que foi assim tão sem pensar?


Ainda não se sabe muito bem como é que o nosso cérebro utiliza todas as diferentes informações no que diz respeito a decisões alimentares - como consideramos os vários aspetos diferentes de um alimento, como o sabor, a textura ou o preço. No entanto, quando é que todas as informações sobre cada alimento se tornam disponíveis para o nosso cérebro fazer uma escolha?


Um novo artigo publicado pela revista Appetite, citado pelo ScienceAlert, mostra que, apenas milissegundos depois de vermos um alimento, muitos atributos diferentes refletem-se na atividade cerebral. Isto acontece mesmo rápido e muito antes de qualquer pessoa poder decidir conscientemente se vai comprar ou comer um determinado alimento.


A velocidade com que o nosso cérebro processa os diferentes aspetos dos alimentos, naturalmente, afetará as nossas decisões. Por exemplo, estudos revelam que podemos processar o quão saboroso achamos um determinado alimento mais rapidamente do que o quão saudável ele é. Essa particularidade pode influenciar as nossas escolhas em preferir alimentos mais saborosos, em vez dos que são mais saudáveis.


E como é que se investigou a rapidez com que processamos os diferentes aspetos dos alimentos? Através daa eletroencefalografia, um método que permite registar a atividade elétrica cerebral com precisão de milissegundos.


Foi registada a atividade cerebral das pessoas enquanto lhe eram mostradas imagens de diversos alimentos, entre eles carnes, frutas e doces. Também foi pedido que avaliassem cada alimento em diversos aspetos, como o sabor, teor calórico ou o quanto gostariam de comer determinado alimento. Depois foram comparados padrões de atividade cerebral (o quão diferentes eram as respostas cerebrais a diferentes alimentos) com os padrões de classificações (o quão diferentemente esses alimentos eram classificados).


Isso permitiu testar se os alimentos que apresentavam as maiores diferenças nas avaliações, também apresentavam as maiores diferenças na atividade cerebral.


Quais as conclusões?


Perante tais avaliações, chegou-se à conclusão que informações sobre diferentes aspetos dos alimentos, como a salubridade, as calorias e familiaridade, foram refletidas na atividade cerebral já 200 milissegundos após a imagem do alimento ser apresentada no ecrã.


Estas respostas cerebrais rápidas ocorreram antes que as pessoas pudessem ter consciência do alimento que estavam a ver. Outros aspetos dos alimentos, como o sabor e a vontade de os comer, refletiram-se na atividade cerebral um pouco mais tarde.


A escolha dos alimentos antes de os escolher


Assim sendo, estas descobertas indicam que vários aspetos dos alimentos podem chamar a nossa atenção precocemente e ajudar a orientar as nossas decisões alimentares. O cérebro avalia muitos aspetos diferentes dos alimentos automaticamente e com o mesmo ritmo, levando assim as nossas escolhas alimentares antes mesmo de termos consciência delas.


De destacar também que foi descoberto que a salubridade dos alimentos foi representada na atividade cerebral antes do sabor. Também houve semelhanças no que diz respeito à maneira como as pessoas julgam diferentes aspetos de um alimento. Por exemplo, alimentos menos familiares também foram classificados como menos saborosos.


A partir desses padrões, foram identificadas duas dimensões 'alimentares-chave' que podem ser particularmente importantes no que toca ao momento em que o cérebro avalia os alimentos. A primeira é a dimensão "processada": quão natural ou processado um alimento é. A segunda é a dimensão "apetitosa", que explora o quão saboroso e familiar achamos um alimento.


Segundo o ScienceAlert, ambos foram refletidos em padrões de atividade cerebral de forma muito rápida - cerca de 200 milissegundos depois de ver determinado alimento.


Neste estudo recorreram apenas a imagens, mas, destacam também, há outros fatores importantes para as decisões alimentares, como o cheiro ou até o som. Por exemplo, cheirar uma manga ou ouvir o som de um alimento na fritadeira, e tudo isto também são elementos processados rapidamente pelo cérebro.


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