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A Força Aérea Portuguesa (FAP) recusa ceder terreno das actuais instalações para a construção do troço da Circular Urbana de Alverca (CUA) a nascente da linha-férrea. Segundo a Câmara Municipal de Vila Franca, os técnicos da instituição militar alegam razões técnicas e de segurança. Em causa estão possíveis interferências com as transmissões militares que regulam o tráfego aéreo e a insegurança gerada pela construção de um viaduto junto do perímetro militar, revelou o vice-presidente da câmara. Alberto Mesquita (PS) participou numa reunião onde o assunto foi abordado e saiu conformado com a posição dos militares. “Há questões de carácter legal que vamos ter muita dificuldade em ultrapassar”, disse o autarca que avançou desde logo com a hipótese de se estudar uma alternativa de traçado a poente da linha de caminho de ferro e sem a interferência nas instalações do Ministério da Defesa.
Mas a oposição não se conformou com a posição da FAP. CDU e PSD exortaram a maioria socialista a “não baixar os braços” e a unir-se com a oposição em torno duma reivindicação junto do Governo. A câmara decidiu por unanimidade continuar o processo negocial para que em nome do “interesse público” da variante de Alverca, o Ministério da Defesa ceda parte dos seus terrenos e viabilize “um traçado que sirva melhor as populações”.
Rui Rei, vereador da Coligação Mudar Vila Franca, referiu que “a FAP tem de fundamentar os seus argumentos” e defendeu que o município deve munir-se de estudos técnicos que provem que não há nenhuma incompatibilidade resultante da proximidade da variante ao perímetro militar. O autarca social-democrata reafirmou a possibilidade do Museu do Ar ser deslocalizado para outro local na freguesia de Alverca, possibilitando a construção do traçado que defende para a variante “por ser melhor e mais barato”.
Rui Rei apelou à presidente da câmara para que, em conjunto com todos os partidos, mobilize a população em redor desta causa e “use a sua capacidade de influenciar o governo”.
Nuno Libório da CDU insiste na ideia de que o município não pode abdicar do reconhecimento do interesse público da variante e propôs que a câmara continue a envolver as centenas de munícipes de Alverca que têm manifestado interesse em acompanhar a evolução deste processo “fundamental para dar mobilidade à freguesia de Alverca”.
A presidente Maria da Luz Rosinha (PS) garantiu empenho na procura da melhor solução mas considerou que deve ser seguida a via do diálogo com as instituições e governantes que terão de dar pareceres para o reconhecimento do interesse público do projecto.
Dez anos depois e com centenas de milhares de euros gastos em estudos e avaliações, o processo ainda não passou da fase de estudo prévio.
O documento aprovado pela câmara aponta para que a variante de Alverca tenha dois viadutos e duas rotundas e um traçado que obriga à demolição de casas junto à estação dos comboios. O custo previsto para a obra é de 30 milhões de euros e a Estradas de Portugal (EP) já garantiu o financiamento.
Para adiantar serviço foi aprovada por unanimidade a alteração simplificada ao Plano Director Municipal (PDM) de modo a viabilizar o avanço da construção em terrenos que estavam protegidos pela Reserva Ecológica Nacional (REN).
A variante foi afastada da Rua Vilar Queirós- via que atravessa uma zona urbana com casas e equipamentos públicos de um lado, e escolas do outro- para satisfazer centenas de pessoas que vivem perto do local e não querem uma variante ao pé da porta. O vice-presidente da câmara disse que “a rua será uma via para escoamento do tráfego urbano”, mas com velocidades reduzidas.
O traçado que foi proposto mereceu a aprovação da Estradas de Portugal (EP) que sugere duas rotundas junto à estação de caminho de ferro e próximo da Adarse. Equacionado está também o prolongamento da variante até ao Bairro do Torrão, a Norte do Sobralinho, em vez de ficar pela zona da antiga Previdente.
O MIRANTE