Nelson14
GF Platina
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No outono da vida,
provocando uma pausa
entre a dor e a ferida,
um musicista surgiu.
Usando teclas da alma,
digitou uma síntese
no monitor de um peito
rarefeito de vírus, spams,
e invasores virtuais incontidos.
Com bits e ênclises,
esboçou seus dotes
de crápula sedutor.
E a cada investida,
de postagens equivocadas,
o mendicante de afetos,
apócrifo e silente,
infestava a memória por completo.
E como uma criança em recreio,
ofuscada ditirambicamente,
ao sabor formatado
pelos elementos precisos,
numa conduta imoral,
fez cúmplices do lume,
que pouco a pouco,
ao páramo levava.
Surfando na tela
serenamente fútil,
o ego cingido
de tanta vexação,
se harmonizava.
Eis que o acaso abrevia,
e numa justeza fria,
nocauteia o pc.
A razão comparece.
O musicista infectado
por um vírus fatal,
sucumbe num leito.
Na lembrança reavivada,
teclas e emoções embaralham-se,
e o fundo de tela, sem alma,
regurgita a vida.
Desconheço autor