Portal Chamar Táxi

Anestesiologista falsifica dados

Khufu_31

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Jan 6, 2009
Mensagens
828
Gostos Recebidos
0
Fraude
Anestesiologista falsificou dados em artigos científicos durante mais de uma década

Um médico e especialista em medicamentos para anestesias está acusado de uma grande fraude: uma investigação feita pelo hospital onde trabalha revelar que falsifica informação sobre a sua investigação há mais de uma década.

Scott Reuben, com 50 anos, trabalha no Centro Médico Baystate, em Springfield, Massachusetts, desde 1991, e foi até há pouco tempo um guru na área da ortopedia, desenvolvendo estudos pioneiros que promoveram a anestesia multimodal. Muita da investigação que fez foi subsidiada pela empresa farmacêutica Pfizer.

A notícia apareceu este mês na revista Anestehesiology News, que revelou que vários artigos que publicou nas revistas Anesthesiology, Anesthesia & Analgesia e Journal of Clinical Anesthesia foram ou estão para ser retirados. “Estamos a falar de milhões de pacientes em todo o mundo para quem a forma de se mitigar a dor pós-operatória foi condicionada pela investigação de Reuben”, disse à revista Scientific American Steven Shafer, director da Anesthesia & Analgesia.

O médico era defensor da anestesia multimodal, que aposta no uso de vários tipos de fármacos que afectam diferentes níveis da dor, podendo utilizar-se doses mais pequenas de cada um.

Desde 2000 que o médico tentava convencer os cirurgiões ortopédicos a utilizarem os inibidores de dor COX-2, substituindo analgésicos que criam dependência, como a morfina.

Este inibidor estava presente em drogas como o Vioxx, que em 2004 foram postos fora do mercado por aumentarem o risco de ataque cardíaco e AVC, e o Celebrex da Pfizer, que no mesmo ano foi alvo de um estudo onde era sugerido que podia aumentar o risco cardíaco.

No entanto, o especialista só começou a ser investigado em Maio de 2008, quando o director académico do hospital, Hal Jenson, descobriu que o quadro de avaliação da instituição não tinha aprovado a continuação da sua investigação. Reuben “violou a confiança de Baystate, da comunidade e da ciência”, disse Jenson.

Para além da falsificação de informação, que permitiu produzir artigos que apoiavam a utilização dos fármacos que estudava, para não levantar dúvidas acerca da sua investigação tentava persuadir cirurgiões ortopédicos a serem co-autores nos artigos. Um destes médicos acabou por ver o seu nome num artigo que nunca escreveu, o que alegadamente revela que Reuben forjou a sua assinatura.

Outro dado importante é que o hospital não sabe em quanto a Pfizer subsidiou o trabalho do médico entre 2002 e 2007.

“É um pouco frustrante”, disse Jane Albert, porta-voz de Baystate. “Não sei quantos dólares é que Reuben e o seu grupo receberam”. A Pfizer confirma que atribuiu uma bolsa independente ao médico, mas não adiantou o montante.

Segundo Paul White, o outro director da revista Anesthesia & Analgesia, estas bolsas variam entre os dez e os 100 mil dólares (7,75 e 77,5 mil euros). “Há muita responsabilização que ainda não foi feita”, disse White, citado no site da Scientific American. “Foi tudo focado em Scott Reuben, mas existem terceiros que também são responsáveis”, concluiu.


in O Público
 
Topo