• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Anita e a Tia Lucia

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
A tia Lúcia havia dito aos pais da Anita:

- Deixem-na vir passar uns dias comigo. A vida no campo é maravilhosa!

Os pais da Anita concordaram … A pequena fez a mala e partiu

contentíssima.

Mal chega à casa da tia, o cão Nero acorre a ladrar alegremente,

porque gosta muito da Anita.

- Vais ficar muito tempo por cá? - Pelo menos uma semana!

-Óptimo, óptimo! Vou ensinar o Pantufa a correr atrás de uma bola, a saltar e rolar na relva. Seremos bons amigos, verás!

- Está bom tempo, está bom tempo … Todos para o carro! - grita o

Amigo.

O Amigo é o papagaio da tia Lúcia e repete tudo o que ouve ou já

ouviu.

Sabe piscar os olhos na perfeição. É muito engraçado.

No jardim da tia Lúcia há um pombal que precisa de ser pintado. A Anita encarrega-se alegremente dessa tarefa.

E os pombos uns quinze ou vinte, começam a chegar ao mesmo tempo vindos de todos os lados.

Um dos pombos poisa no ombro da Anita e anuncia aos outros: - Venham ver a menina trabalhar!

- Cuidado com a tinta fresca! - recomenda a Anita.

O gato do vizinho é um autêntico acrobata, mas os pombos ralham-lhe:

- Esta casa não é tua! Põe-te a andar, meu estouvado!

Vejam, entrou um pato no jardim. - Vem cá! Vou agarrar-te!

- Isso nunca … cuá-cuá … isso nunca!

- Livra-te de estragares as flores da tia Lúcia!

- É o Pipo, o meu pato, que passou através da sebe-diz Crispim, o filho do vizinho. - Vou ajudar-te e agarramo-lo num instante. Não é nada fácil segurar um pato nos braços. É preciso estar-se habituado. O Pipo não gosta que o agarrem e debate-se furiosamente.

- Deixa-me, deixa-me! Não fiz nada de mal. Que maçador … cuá-cuá !

Esta agora … começou a chover! - E se fôssemos apanhar rãs? - Rãs? Mas aonde?

- Na fonte, é claro! Vi lá muitas.

Trrim …. trrim … trrim … toca o telefone. É a mãe da Anita a pedir notícias.

Anita responde:

- Eu estou óptima … Mando-te beijos e a tia Lúcia também!

O Crispim é muito simpático e há um pato chamado Pipo … Pintei o pombal do jardim e ontem fui apanhar rãs. Hoje está a chover e não podemos sair. Distraio-me a vestir os fatos antigos da tia Lúcia e o

Pantufa está a brincar com o Nero. Encontrámos no sótão uma grafonola velhíssima mas que ainda trabalha …

Chove, chove sem parar… Não se pode pôr o nariz fora de casa.

O Pantufa fica insuportável quando chove. E o Nero não pára quieto:

- Anita, vem brincar com bolas de sabão.

- Bolas de sabão? Mostra-nos como se fazem.

- Não é difícil. Vou preparar tudo num instante. - Despacha-te, Anita despacha-te!

- Calma! Não sejam tão impacientes, meus amigos!

Milhares e milhares de bolas de sabão … E estouram no focinho dos cães. São leves como penas e sobem, sobem … Sobem até desaparecerem …

O Pantufa diz que gostaria de ser uma bola de sabão.

- E eu uma ave ou, melhor, uma libelinha. Se eu tivesse asas - explica o Nero - havia de voar para longe, para o outro lado da montanha.

- Está bom tempo, está bom tempo…. Todos para o carro!

- O papagaio deve ter razão porque vi ontem um lindíssimo arco-íris, o que é bom sinal - diz a tia Lúcia. - Vou levá-los a dar um passeio de carro. Subam todos.

- Mas o motor recusa-se a pegar.

- Que fazer?

- Parece que me esqueci de meter gasolina. Que grande aborrecimento!

- Vamos empurrá-lo, pois não deve ser falta de gasolina.

- Pronto. Já pegou…

- Se fores à montanha -dissera a professora à Anita -vais encontrar muitas plantas diferentes. Precisamente as mais raras nos herbários.

Que sorte! Vamos lá aproveitá-la!

Mas é indispensável não estragar as folhas. São tão frágeis! Algumas parecem rendas. Não há iguais em mais nenhum lado.

Nas ervas, sobre as folhas, entre as pedras do regato vivem milhares de insectos.

Os estudiosos chamam-lhes: coleópteros, lepiclópteros, etc. São nomes muito engraçados, não são?

Mas louva-a-deus, borboleta, efémera - são nomes ainda mais

bonitos. -

Vem aí a noite … São horas de regressar.

- Olha! Aquela cabra fugiu. É preciso agarrá-la. Demasiado tarde. Já desapareceu. - Vamos prevenir o dono dela.

- Espera por mim, Anita!

Anita volta atrás:

- Caíste, Crispim?

- Fiquei preso ao arame farpado! A tia Lúcia chama de longe:

- Meninos, meninos, apressem-se! - Já lá vamos!

- Estás a ver as flores que colhi na montanha? - Que vais fazer com tudo isso? Um chá?

- Que ideia! Vou fazer um herbário.

- O que é um herbário?

É uma colecção de plantas … O mais difícil é conservá-las direitinhas. - E como vais conseguir isso?

- Primeiro, ponho-as a secar entre duas folhas de papel.

- E depois?

- Depois, quando já estão bem secas, colo-as no meu álbum. No fundo da folha de papel escrevo o nome da planta e o local onde a apanhei.

A tia Lúcia fez um bonito quadro com as flores que sobraram e ofereceu-o à Anita como recordação.

Acabaram as férias em casa da tia Lúcia. O pai da Anita vai ficar admirado com o herbário dela. Ainda não está completo, evidentemente, mas isso fica para a próxima vez. Há tantas flores na montanha!

Os dois amigos despedem-se.

- Voltas em breve? - pergunta o Crispim.

- A Anita volta sempre que quiser! - responde a tia Lúcia.

FIM DO LIVRO
 
Topo