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Anita e o dia da Mãe

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Fev 29, 2008
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Aproxima-se o Dia da Mãe. A Anita e o João gostavam de lhe fazer uma surpresa. Uma surpresa de arromba! - Julgo que gostaria de um bonito relógio. - Nem penses nisso! Como é que o havíamos de pagar? - Vamos ver quanto dinheiro há no mealheiro… Não está muito pesado!

- Não chega para comprar um relógio… É preferível oferecer um disco. É o presente ideal. Vamos à discoteca. Querem ouvir este? - pergunta a empregada. - Tem canções muito bonitas.

Está bem - concorda a Anita.

Eu prefiro jazz e rock - afirma o João.

É difícil escolher um disco, pois não sabem as preferências da mãe. É melhor procurar outra coisa…

“A mãe havia de gostar de um anel ou de um colar!” , pensa a Anita.

- Podia usá-lo nos dias de festa.

E um guarda-chuva também era útil.

Mas o dinheiro não chega…

- O principal - diz o pai - é a intenção. Pensem bem. Julgo que hão-de

encontrar em casa da avó tudo o que precisam para um presente.

O pai tinha razão.

Foram todos para casa da avó.

- Olha o que descobri nesta gaveta - diz a Francisca, prima da Anita: - Um pedaço de estopa e novelinhos de lã de todas as cores…

- Para quê? - pergunta a Anita.

- Vou fazer uma tapeçaria… Vai demorar… mas conto tê-la pronta no Dia da Mãe. E tu, Anita?

- Tive uma ideia… Se desenhássemos um batik?

- O que é um batik? - pergunta o João.

- É um tecido pintado. Precisamos de um quadrado de pano, cera e tintas.

- Cera?… Não temos!

- Não temos? Há aqui velas que podemos derreter. - E o tecido? E as tintas?

Todos sabem que há de tudo no sótão do avô… na condição, claro, que a avó esteja de acordo!

Mas a avó concordou:

- Meninos, tenho este óptimo tecido do tempo em que bordava. Fiquem com ele e é só seguir o desenho… Deu-lhes um pequeno funil para deitar a cera derretida. - É prático, não é?

E agora, ao trabalho. O tecido é estendido e pregado a um quadro de madeira, para não mexer.

- Que irão fazer? - pergunta o Pantufa.

- É bom de ver! - responde o Bigodes. - Vão desenhar com cera.

- O quê?

- Sei lá! Um dragão ou um peixe exótico…

- E depois?

- Depois mergulham o tecido na tinta, para colorir o desenho nos sítios onde não há cera. - E fazem isso muitas vezes? - Uma vez para cada cor.

Cuidado! A tinta mancha! Compra-se na drogaria mas o avô descobriu algumas amostras de cores numa lata. - Achas que vai ficar bem?

- Já vamos ver…

Falta derreter a cera, mergulhando o tecido em água a ferver. Falta, ainda, retirar o tecido do tacho de cobre, com muito cuidado…

O resultado? Está à vista.

- Não gosto deste desenho - bufa o Bigodes. - Parece um pássaro florido.

- Pior para ti. Eu acho-o muito bonito!

O avô acompanhou atentamente a operação e deu alguns conselhos.

Está entusiasmadíssimo com o resultado:

- Bravo! Bravo! Mas ainda falta retocar um pouco o desenho… e não se esqueçam de o passar a ferro. É uma bonita prenda para o Dia da Mãe! E, depois de pensar um pouco:

- Levem também o velho relógio de cuco, que está’ no sótão… Sabes, Anita, era da nossa sala de jantar, quando a tua mãe era pequena. Podes oferecer-lho.

- Para que serve o cuco? - pergunta o Pantufa.

- Para cantar as horas. A casinha dele é um relógio. - Podemos ouvi-lo, avô? - Vamos tentar.

É preciso deitar óleo nas engrenagens e apertar uns parafusos.

Cuco… cuco… cuco…

Ainda trabalha, meninos, ainda trabalha!

- Como vão levar o relógio para casa sem que a mãe veja? - pergunta a avó. - Se ela o vir deixa de ser uma

surpresa!

- Escondam-no dentro do tacho de cobres - diz o avô. - No tacho?… Que ideia!

- Porque não? Vão ver que dá resultado.

- O tacho está muito sujo, avô!

- Ora essa, limpem-no. É cobre!

A mãe da Anita tinha ido à cidade.

- Aproveitem ir agora para casa - recomenda o avô. E põem-se a caminho…

- Obrigada pelo relógio!

Pouco adiante, encontram o filho do caseiro: - Que levam aí?

- Não se pode dizer. É uma surpresa! - responde o Pantufa.

Anita e João chegam a casa… É melhor esconder o relógio na arrecadação do jardim e fechar a porta à chave. O segredo ficará bem guardado…

Quem poderia entrar lá dentro? Ninguém, claro! Mas com o gato Bigodes pode-se esperar o pior.

Viu tudo (é muito curioso). Quando chegou a noite, entrou na arrecadação pelo postigo.

- Esse cuco não me vai escapar!

E fica à espreita.

- Cuco, estás aí?… Responde!

O cuco faz orelhas moucas. A noite é longa. Se for preciso, o gato esperará até ao dia seguinte.

… E chega a manhã!

- Cuco!… Cuco!… Já é manhã! - canta, de repente, a ave saindo da portinha.

Bigodes quer atirar-se a ela.

Decididamente este cuco não é como os outros!

Que vem a ser isto? Um pássaro mecânico? ,Uma caixinha de surpresas?…

Clique! A portinha fecha-se e o gato entala a pata.

Socorro!… Socorro!…

foge a sete pés.

Que te aconteceu, Bigodes? - pergunta a mãe da Anita.

Foi o cuco da arrecadação!

- Quem fechou esta porta à chave?… Anita!… João!…

Anita e João aproximam-se a correr.

- Guardámos as ferramentas do jardim e perdemos a chave! - afirma a Anita, muito corada. Não é bem verdade. Mas também a mentira não é grave, pois querem fazer uma surpresa à mãe. Mas a mãe não é tola, claro!…

Adivinha que qualquer coisa se trama à sua volta.

O pé? tenta desviar-lhe a atenção. E passa uma semana…

Chega o dia tão esperado.

É altura de comprar flores no mercado. Um ramo para a mãe, outro para a avó.

A família está reunida.

- Fizemos este batik para ti - explica a Anita, comovida. - Um batik? Que bonita surpresa.

- Sabes? A avó ajudou-nos muito. E o avô também… Não foi nada fácil! E aqui está o relógio de cuco. - O relógio do avô?

- Sim, neste bonito embrulho… Vais ver…

- Querida mãe, desejo-te as maiores felicidades.

És a melhor mãe do Mundo. Oferecemos-te estas flores de que tanto gostas.

- Obrigada, queridos. Estou muito contente, pois fizeram tudo com amor… E este relógio é maravilhoso! Já o conheço desde pequena e tinha saudades dele!

- Cuco!… Cuco!… É meio-dia.

- Ainda canta!… Será possível?

Estão todos muito felizes. As flores são bonitas e cheiram bem.

O cuco canta. Há festa em casa. É o Dia da Mãe!

FIM DO LIVRO
 
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