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António-Pedro Vasconcelos filma sobre o amor e questiona papel do cinema

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António-Pedro Vasconcelos filma sobre o amor e questiona papel do cinema

O realizador António-Pedro Vasconcelos está a rodar o filme "Os gatos não têm vertigens", com o qual tenta responder a um problema que se colocou a si mesmo: para que serve o cinema perante tempos de crise.
Em entrevista hoje à agência Lusa, no final de uma manhã de filmagens em Lisboa, com a equipa técnica e atores fechados numa casa antiga no Chiado, António-Pedro Vasconcelos explicou as motivações por detrás de "Os gatos não têm vertigens", um drama social que é também uma história de amor e de afecto.
O argumento é assinado por Tiago Santos e começou a ser escrito pouco depois de António-Pedro Vasconcelos ter rodado "A bela e o paparazzo", há três anos: "Coincidiu com o começo do agravamento da crise que estamos a viver".
"Pela primeira vez na minha vida pus-me um problema: para que servem os filmes? Para mim era instintivo e natural. Fazia os filmes com aquilo que me preocupava e interessava, tentando sempre que aquilo que eu queria dizer interessasse a outras pessoas", sublinhou o realizador.
Recordou os filmes que fez sobre o trabalho infantil ("Jaime") ou sobre a vida dos ex-combatentes da guerra colonial ("Os imortais"), concordou que o cinema tem que mostrar a realidade, mas reconheceu que não pode deixar os espectadores mais deprimidos nem "vender-lhes escapatórias".
"A única coisa positiva que eu posso falar às pessoas é o amor. É o meu único filme de amor, verdadeiramente. Precisei de chegar a esta idade para conseguir falar do amor como eu gostava", resumiu.
"Os gatos não têm vertigens" é, então, uma história de amor entre uma professora, Rosa, e um tradutor, Joaquim (Maria do Céu Guerra e Nicolau Breyner) que não acaba depois da morte deste, que irá acompanhá-la como um fantasma.
E o filme é também a história de Jó (João Jesus), 18 anos acabados de fazer, numa família problemática, num bairro difícil, que irá conhecer Rosa e de quem receberá o afecto que nunca teve.
Sobre o filme ainda em processo, os três atores, entrevistados pela agência Lusa, elogiaram sobretudo o guião, por ter uma história que "está bem metida na realidade portuguesa", disse Maria do Céu Guerra, por ser um "cinema de história, de humanidade, que fala de pessoas, sobretudo", acrescentou Nicolau Breyner.
"Eu acho que é um filme que abrange uma série de faixas sociais e etárias que vai interessar muito as pessoas e é tratado com muito carinho e não é piegas: está lá a crueldade, está lá a contradição", reforçou a actriz.
"Os gatos não têm vertigens" será ainda a estreia no cinema de João Jesus, actor de 23 anos que passou pela escola do Teatro de Cascais, por peças lá encenadas, e entrou na série televisiva "E depois do adeus".
João Jesus não sabe ainda como ficará o filme - a rodagem ainda se prolongará por um par de semanas -, mas preparou-se para esta personagem com a sua própria experiência de vida, contou à Lusa.
Em "Os gatos não têm vertigens", com José António Loureiro na direcção de fotografia e Tino Navarro na produção, entram ainda atores como Ricardo Carriço, Fernanda Serrano, Afonso Pimentel e Adelaide João.

Fonte: Lusa/SOL
 
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