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Artes: Fotografias de David Goldblat em Serralves

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Artes: Fotografias de David Goldblat em Serralves

Porto, 23 Jul (Lusa) - O Museu de Arte Contemporânea de Serralves inaugura sexta-feira duas novas exposições, "Intersecções Intersectadas" do fotógrafo sul-africano David Goldblatt e "Todas as Histórias", que apresenta obras da colecção da Fundação de Serralves.

David Goldblatt é considerado um dos maiores fotógrafos da actualidade, autor de "algumas das mais poderosas imagens da nossa era".

Nascido em 1930, na África do Sul, Goldblatt começou a trabalhar como fotógrafo em 1961, tendo o seu trabalho sido desde o início influenciado pelo apartheid.

Em extensas séries de fotografias (inicialmente publicadas em livros e revistas) Goldblatt deu rosto às estruturas sociais estabelecidas por aquele regime opressivo, criando "uma imagem complexa e contraditória da fracturada sociedade sul-africana".

Através da fotografia a preto e branco, Goldblatt capturou imagens das minas de ouro em decadência e dos seus operários, dos negros pobres do Soweto, da classe média branca em Boksburg, perto da Cidade do Cabo e da vida dos Afrikaners, parte da população branca que Goldblatt invejava pelas suas fortes raízes sul-africanas, mas que ao mesmo tempo culpava pelo apartheid.

A exposição das obras de David Goldblatt em Serralves é principalmente composta por pares de fotografias que confrontam imagens a preto e branco (tiradas durante o apartheid) e imagens a cores (do pós-apartheid).

Retrata, por vezes, o mesmo local com 20 anos de diferença, introduzindo assim um forte elemento temporal no seu trabalho.

Na exposição que agora inaugura em Serralves, estes pares de fotografias têm a sua primeira apresentação fora da África do Sul.

"Intersecções Intersectadas" inclui ainda outras séries de trabalhos, a cor e a preto e branco, trípticos que mostram o mesmo local de vários ângulos e imagens da série "In the time of AIDS", bem como cerca de 40 imagens da cidade de Joanesburgo, dos vários períodos da carreira de Goldblatt.

Esta exposição que ficará patente até 12 de Outubro, será composta por cerca de 100 fotografias e representa uma pequena parte do vastíssimo arquivo fotográfico de Goldblatt, resultado de quase cinco décadas de carreira.

A outra exposição que é inauguirada sexta-feira, denominada "Todas as histórias", comissariada por Sandra Guimarães e Isabel Braga, apresenta uma selecção de filmes da Fundação, sendo alguns deles exibidos pela primeira vez no Museu de Serralves.

As obras abordam, sob uma variedade de formas, a migração da linguagem cinematográfica para o campo das artes plásticas, e reflectem sobre questões implícitas ao género do cinema, tais como a narrativa, o tempo, o espaço ou a construção de imagens.

A ideia desta mostra parte da vontade de reconsiderar o papel da narrativa em obras de filme ou vídeo, apresentando assim "uma multiplicidade de narrativas".

"Estas são-nos contadas de forma explícita através das imagens em movimento ou de forma implícita solicitando a participação imaginativa do observador", disse á Lusa fonte do Museu.


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