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Astrónomos confirmam eclipse descrito na «Odisseia»
Cientistas chegaram a uma data do fenómeno
Fenómenos astronómicos mencionados na Odisseia, o célebre poema épico atribuído a Homero, coincidem com a descrição de um eclipse solar total, indica um estudo divulgado esta terça-feira pela Academia das Ciências dos Estados Unidos, escreve a Lusa.
Tendo em conta a raridade deste tipo de eclipses, a descrição do fenómeno por Homero poderá ajudar os historiadores a datar a queda de Tróia, que teria ocorrido durante os acontecimentos relatados na Ilíada e na Odisseia, segundo os autores da investigação.
A teoria do eclipse solar total tem sido discutida há séculos por historiadores, astrónomos e helenistas, mas nunca passou de uma hipótese por falta de índices astronómicos que a sustentassem.
Todavia, os autores do estudo julgam ter descoberto pistas astronómicas na obra de Homero que poderão contribuir para uma nova leitura histórica deste período - explica Marcelo Magnasco, director do laboratório de matemática e física da Universidade Rockefeller (Nova Iorque) e co-autor da investigação publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Cientistas procuram referências
Os cientistas procuraram em toda a Odisseia referências astronómicas específicas que pudessem ser associadas a datas precisas.
O passo seguinte foi situar cada uma dessas referências em relação a uma data de referência, a do regresso de Ulisses, quando ele mata os pretendentes que se aproveitaram da sua longa ausência para cortejar Penélope, sua mulher, de acordo com a obra.
Marcelo Magnasco e o seu colega Constantino Baikousis, do Observatório Astronómico de La Plata (Argentina), outro co-autor, identificaram quatro acontecimentos astronómicos específicos.
No dia da morte dos pretendentes, Homero descreve em várias passagens a sombra provocada pela passagem da Lua à frente do Sol, que transforma o dia em noite, assinalam os cientistas.
Seis dias depois do massacre, Homero escreve também que Vénus é visível muito alto no céu.
Vinte e nove dias antes da matança, Homero indica que as constelações das Plêiades e do Boieiro podem ser observadas simultaneamente ao pôr-do-sol.
Finalmente, 33 dias antes deste acontecimento, o poeta dá a entender que Mercúrio está numa posição elevada no céu ao amanhecer.
Fenómenos nunca se repetem
Astronomicamente, estes quatro fenómenos ocorrem em intervalos de tempo diferentes e nunca se repetem exactamente da mesma forma.
Os investigadores tentaram determinar uma data num intervalo de cem anos que englobasse a presumível data da queda de Tróia e correspondesse aos intervalos em que se produziram os quatro acontecimentos astronómicos mencionados na Odisseia.
A data a que chegaram foi 16 de Abril de 1178 antes de Cristo.
«Se considerarmos como exacto o acontecimento da matança dos pretendentes, o dia do eclipse, poderemos deduzir que todos os acontecimentos descritos na Odisseia são historicamente exacto», sublinha Marcelo Magnasco, que no entanto admite o carácter ainda hipotético destas conclusões.
IOL
Cientistas chegaram a uma data do fenómeno
Fenómenos astronómicos mencionados na Odisseia, o célebre poema épico atribuído a Homero, coincidem com a descrição de um eclipse solar total, indica um estudo divulgado esta terça-feira pela Academia das Ciências dos Estados Unidos, escreve a Lusa.
Tendo em conta a raridade deste tipo de eclipses, a descrição do fenómeno por Homero poderá ajudar os historiadores a datar a queda de Tróia, que teria ocorrido durante os acontecimentos relatados na Ilíada e na Odisseia, segundo os autores da investigação.
A teoria do eclipse solar total tem sido discutida há séculos por historiadores, astrónomos e helenistas, mas nunca passou de uma hipótese por falta de índices astronómicos que a sustentassem.
Todavia, os autores do estudo julgam ter descoberto pistas astronómicas na obra de Homero que poderão contribuir para uma nova leitura histórica deste período - explica Marcelo Magnasco, director do laboratório de matemática e física da Universidade Rockefeller (Nova Iorque) e co-autor da investigação publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Cientistas procuram referências
Os cientistas procuraram em toda a Odisseia referências astronómicas específicas que pudessem ser associadas a datas precisas.
O passo seguinte foi situar cada uma dessas referências em relação a uma data de referência, a do regresso de Ulisses, quando ele mata os pretendentes que se aproveitaram da sua longa ausência para cortejar Penélope, sua mulher, de acordo com a obra.
Marcelo Magnasco e o seu colega Constantino Baikousis, do Observatório Astronómico de La Plata (Argentina), outro co-autor, identificaram quatro acontecimentos astronómicos específicos.
No dia da morte dos pretendentes, Homero descreve em várias passagens a sombra provocada pela passagem da Lua à frente do Sol, que transforma o dia em noite, assinalam os cientistas.
Seis dias depois do massacre, Homero escreve também que Vénus é visível muito alto no céu.
Vinte e nove dias antes da matança, Homero indica que as constelações das Plêiades e do Boieiro podem ser observadas simultaneamente ao pôr-do-sol.
Finalmente, 33 dias antes deste acontecimento, o poeta dá a entender que Mercúrio está numa posição elevada no céu ao amanhecer.
Fenómenos nunca se repetem
Astronomicamente, estes quatro fenómenos ocorrem em intervalos de tempo diferentes e nunca se repetem exactamente da mesma forma.
Os investigadores tentaram determinar uma data num intervalo de cem anos que englobasse a presumível data da queda de Tróia e correspondesse aos intervalos em que se produziram os quatro acontecimentos astronómicos mencionados na Odisseia.
A data a que chegaram foi 16 de Abril de 1178 antes de Cristo.
«Se considerarmos como exacto o acontecimento da matança dos pretendentes, o dia do eclipse, poderemos deduzir que todos os acontecimentos descritos na Odisseia são historicamente exacto», sublinha Marcelo Magnasco, que no entanto admite o carácter ainda hipotético destas conclusões.
IOL