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Autoeuropa. Sem acordo, “VW tem soluções para produzir noutro lado”

kokas

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[h=2]Operários do parque industrial, importadora e câmara estão preocupados com o impasse na fábrica de Palmela.
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“É uma derrota para os portugueses se o impasse na Autoeuropa não se resolver”, considerou ontem Pedro de Almeida, administrador executivo da SIVA. “Nunca se produziram tantos carros em Portugal. Estamos a falar de um carro com um peso importante para as exportações e para a economia portuguesa.”




A crise laboral na Autoeuropa está a preocupar não só a importadora da marca Volkswagen em Portugal mas também os fornecedores da fábrica de Palmela e a câmara. A SIVA lembrou que o gigante automóvel alemão pode deslocalizar a produção do SUV T-Roc se não houver acordo; os trabalhadores das empresas fornecedoras querem evitar conflitos por causa dos horários de trabalho; a Câmara de Municipal de Palmela está a acompanhar o assunto. Os receios foram manifestados em vésperas de nova reunião entre a administração e a comissão de trabalhadores, marcada para terça-feira.




Num cenário extremo e “absurdo”, se não houver acordo, “a Volkswagen tem soluções para produzir os carros noutro lado qualquer”, lembrou Pedro de Almeida.




No parque industrial da Autoeuropa “há empresas que já estão a sentir os trabalhadores a pressionarem porque não querem ter o mesmo conflito que está a existir na Autoeuropa. Querem que as coisas se resolvam rapidamente”, afirmou o coordenador das comissões de trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa, Daniel Bernardino, em declarações à Lusa.




Os novos horários de produção na Autoeuropa arrancam a 29 de janeiro. Até às férias de agosto, a fábrica de Palmela vai funcionar seis dias por semana, com 17 turnos de laboração – três turnos diários de segunda a sexta e dois aos sábados. A semana de trabalho será de cinco dias, com folga fixa ao domingo e uma folga rotativa durante a semana.




Por cada sábado trabalhado, os operários vão receber o dobro, por contar como trabalho extraordinário, mesmo com uma semana de cinco dias de trabalho. Só desta forma, diz a administração, a Autoeuropa poderá cumprir a meta de produção recorde de 240 mil veículos para este ano. Os trabalhadores recusaram por duas vezes os pré-acordos assinados.




Daniel Bernardino teme que o diálogo social no parque industrial possa “começar a ficar fragilizado” por causa dos novos turnos de produção e receia a perda de influência da comissão de trabalhadores, liderada por Fernando Gonçalves. “A organização dos trabalhadores está a deteriorar-se e começa a haver um pouco de anarquismo entre os trabalhadores da Autoeuropa. Preocupa-nos que esta organização fique fragilizada deste modo.”




Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, acredita que administração da fábrica e a comissão de trabalhadores acabarão por chegar a acordo. Uma eventual deslocalização “seria uma catástrofe para a região”.



Eleito pela CDU, Álvaro Amaro lembra que “os números do desemprego têm baixado, não só por atividades ligadas aos serviços e ao turismo, mas, em grande parte, pela qualificação que é feita também na região” pela academia de formação junto à fábrica e que está direcionada para o setor automóvel.





O novo modelo T-Roc começou a ser produzido em agosto na Autoeuropa e está à venda desde novembro em toda a Europa. No mercado português, o SUV deverá representar “mais de 10%” das vendas da Volkswagen já em 2018.




A SIVA, a importadora da marca em Portugal, vai reforçar a oferta de motores nos primeiros meses de 2018: um novo motor a gasolina 1.5, com 150 cavalos, e mais oferta de carros a gasóleo.



Para conseguir responder à elevada procura, a Autoeuropa recebeu um investimento de 677 milhões de euros. A fábrica de Palmela representa cerca de 1% do PIB português e emprega, direta e indiretamente, 8700 pessoas.





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Quando deslocalizarem a fábrica, os portugueses que lá trabalham até irão atirar foguetes.
 
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