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Aves - Identificar + onde e como Observar ...

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billshcot

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Nov 10, 2010
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Conhecer a topografia das aves é essencial para se poder proceder à sua identificação


O corpo das aves é, como todos sabemos, coberto com penas. Estas não se distribuem uniformemente, agrupando-se em regiões, mais ou menos evidentes e que, com mais ou menos variações, são comuns a todas as aves. Em conjunto com as partes nuas (bico e patas), estes grupos de penas forma o que se designa por topografia das aves.

A identificação de aves no campo constitui um desafio aliciante. Embora à primeira vista possa parecer algo relativamente fácil, a verdade é que pode ser uma tarefa bastante complexa e que exige alguma paciência. A tendência natural de quem está a dar os primeiros passos neste domínio é olhar para as aves como um todo. Deste modo podem perder-se muitos detalhes fundamentais para a identificação. Cada ordem de aves apresenta geralmente características próprias que as distinguem das demais. Assim, a primeira preocupação deverá ser aprender a olhar de uma forma seletiva para as aves. Há vários aspetos a ter em conta quando somos confrontados com uma espécie desconhecida:

Tamanho: A correta avaliação do tamanho de uma ave constitui o primeiro passo para a sua identificação. Sempre que possível, o tamanho deve ser calculado usando outras aves mais conhecidas como termo de comparação.

Cor: A coloração geral da ave constitui um dos aspetos mais importantes a ter em conta. Convém notar que, sob luz desfavorável, as cores podem parecer diferentes daquilo que na realidade são.

Marcas particulares: A maior parte das aves possui características particulares de plumagem que as distinguem das outras. Deve pois procurar-se qualquer marca que se saliente da plumagem.

Forma e silhueta: A forma e a silhueta das aves constituem também boas características para auxiliar à identificação. A sua correta avaliação permitirá, à partida, eliminar várias hipóteses.

Comportamento: Muitas espécies de aves têm comportamentos característicos. A sua observação cuidada poderá constituir um bom indício para a identificação.

Cantos e chamamentos: A maior parte das aves emite cantos e chamamentos distintivos. Escutar os sons produzidos pelas aves constitui uma das formas mais seguras de as identificar.

Em voo: Muitas vezes apenas é possível observar as aves em voo. Normalmente, neste tipo de observações, tudo se passa muito depressa. A identificação tem de ser feita imediatamente pois, regra geral, não há segunda hipótese. O tipo de voo (planado ou batido, por exemplo) e a forma como se desenrola (em linha reta ou circular, por exemplo) constituem também elementos importantes.

Plumagens: Em muitas espécies, os juvenis e imaturos têm plumagens diferentes das aves adultas e os machos têm plumagem diferente das fêmeas. Para além disso, muitas espécies mudam de aparência consoante a época do ano, apresentado uma plumagem mais vistosa durante a época nupcial e ficando depois com um aspeto mais discreto durante o resto do ano.

Material Necessário para observação

Os binóculos constituem um instrumento indispensável para quem se quer iniciar na observação de aves. Existem vários modelos e marcas no mercado, sendo geralmente os mais aconselhados os que têm uma ampliação entre 8x e 10x e uma abertura/diâmetro de lente entre 30 e 50 mm.

Embora não seja essencial, um telescópio permite a observação de pormenores difíceis de ver com uns binóculos, permitindo também uma observação mais distante, e portanto sem perturbar tanto as aves. Constitui um auxiliar precioso na identificação das espécies.

O uso de um guia de campo é fundamental para qualquer observador de aves. Antes de escolher convém ter em conta a qualidade dos desenhos ou fotografias, a qualidade do texto, a qualidade dos mapas de distribuição, o tamanho, a maneabilidade, a resistência e o preço.

Um caderno de campo poderá revelar-se muito útil quando necessário anotar os pormenores das aves observadas. As características do local de observação, as condições climáticas e uma listagem das espécies observadas são informações que poderão vir a ser necessárias mais tarde.

Por último, deve-se optar por utilizar roupa confortável e discreta. O calçado, especialmente, deve ser confortável e resistente.

Onde Observar

Alguns Locais para Observação de Aves

Dada a sua conspicuidade, podemos observar espécies de aves praticamente em todos os pontos do país, desde os jardins das cidades até aos locais mais remotos e intactos.

O elenco de espécies que podemos potencialmente observar num determinado local depende, por um lado, da distribuição geográfica das espécies, e por outro, do habitat em questão. Em Portugal podemos encontrar uma elevada diversidade de habitats: montanhas, estuários, escarpas, montados, lagoas costeiras, pseudo-estepes cerealíferas, etc.

Da lista aqui apresentada fazem parte apenas alguns dos locais mais conhecidos para a observação de aves. Muitos outros locais com boas condições para ver aves existem certamente no nosso país.

Para obter mais informação acerca destes e de outros locais para observação de aves sugerimos a consulta das seguintes obras :

1. A birdwatchers’ guide to Portugal and Madeira, da autoria de C. C. Moore, G. Elias e H. Costa. (editado por Prion Ltd.);
2. Percursos – Paisagens & Habitats de Portugal, da autoria de P. C. Henriques e R. Neves, coordenação de J. C. Farinha (editado por Assírio & Alvim);
3. Passeios a Oeste, onde observar aves na região do Oeste, da autoria de H. Costa e P. Marques (editado pela Associação de Municípios do Oeste);
4. A Birdwatching guide to the Algarve, da autoria de K. Carlson e C. Carlson (editado pela Arlequin Press).



Albufeira do Rio Azibo

Situada em pleno coração do Nordeste Transmontano, assente num planalto delimitado pelos maciços montanhosos da Serra Bornes a sul, e da Serra da Nogueira a norte, próximo das terras quentes da bacia do Sabor, a Albufeira do rio Azibo (integrada na Rede Natura 2000, com o estatuto de Paisagem Protegida) possui um apreciável património de avifauna que está intimamente associado ao seu enquadramento geográfico. De entre as inúmeras espécies que se podem observar nesta área destacamos, o Mergulhão-de-crista Podiceps cristatus, o Pato-real Anas platyrhynchos, a Narceja Gallinago gallinago, a Garça-real Ardea cinerea, a Garça-boieira Bubulcus ibis, a Águia-calçada Hieraaetus pennatus, a Águia-cobreira Circaetus gallicus, o Tartaranhão-caçador Circus pygargus, o Milhafre-preto Milvus migrans. Para uma listagem mais completa das espécies observáveis consulte o site da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo em Account Suspended

Serra de Montesinho

Na serra de Montesinho predominam os bosques de carvalho e castanheiro, alternados com lameiros e campos de cultura. São comuns a Petinha-dos campos Anthus campestris, a Toutinegra-de-bigodes Sylvia cantillans, o Torcicolo Jynx torquilla, entre muitas outras espécies. Ocorrem nesta área protegida espécies de aves de distribuição restrita em Portugal, como é o caso da Cegonha-preta Ciconia nigra, da Águia-real Aquila chrysaetos, do Tartaranhão-cinzento Circus cyaneus, do Picanço-de-dorso-ruivo Lanius collurio, do Melro-d’água Cinclus cinclus e do Dom-fafe Pyrrhula pyrrhula.

Gerês

Zona montanhosa, onde uma sequência de vales e serras permite a ocorrência de microclimas tanto de influência atlântica como mediterrânica. Ocorrem aqui cerca de 140 espécies de aves, das quais cerca de 100 nidificam. São aqui comuns o Papa-figos Oriolus oriolus, a Cia Emberiza cia, a Codorniz Coturnix coturnix o Picanço-de-dorso-ruivo Lanius collurio, entre muitas outras espécies. Entre as rapinas mais comuns encontra-se a Águia-d’asa-redonda Buteo buteo, a Águia-caçadeira Circus pygarus e o Gavião Accipier nisus. É o único local do país onde se conhece a nidificação do Cartaxo-nortenho Saxicola rubetra, um dos Passeriformes mais raros desta serra.

Alvão

A serra do Alvão é coberta em grande parte por uma vegetação luxuriante, resultante de um clima muito húmido e temperado. Nos vales encaixados predominam os carvalhais, contrastando com a vegetação mais rasteira das zonas mais elevadas da serra. Nas diversas linhas de água que cruzam a serra pode ser observado o Melro-d’água Cinclus cinclus. São também de realçar espécies como a Águia-real Aquila chrysaetos e a Ferreirinha-serrana Prunella collaris.

Douro Internacional

Zona rupícola, onde a paisagem é dominada pelas escarpas do vale do rio Douro. É uma das melhores áreas do país para a observação de aves de rapina. Nidificam aqui espécies como o Grifo Gyps fulvus, o Britango Neophron percnopterus, o Milhafre-real Milvus milvus, entre outras. Destaca-se também a presença de Cegonha-preta Ciconia nigra e de Bufo-real Bubo bubo.

Ria de Aveiro

Esta é uma das zonas húmidas mais importantes do país. Aqui existem vastas zonas de lamas entre-marés, caniçais, salinas e sapais. O número de aves aquáticas que utilizam a zona é relativamente elevado e entre as espécies que aí se podem observar contam-se a Garça-vermelha Ardea purpurea, a Águia-sapeira Circus aeruginosus, o Borrelho-de-coleira-interrompida Charadrius alexandrinus, o Pilrito-de-peito-preto Calidris alpina, o Milherango Limosa limosa, o Perna-vermelha Tringa totanus ou o Perna-verde Tringa nebularia.

Serra da Estrela

Zona montanhosa onde a existência de uma zonação vertical muito acentuada (desde o andar basal, de características mediterrânicas, até ao andar superior, onde domina o zimbro) condiciona também a ocorrência das aves. Os pinhais dos andares intermédios albergam espécies como o Açor Accipiter gentilis ou a Estrelinha-real Regulus ignicapillus. Acima dos 1300 metros ocorrem a Águia-cobreira Circaetus gallicus, a Andorinha-das-rochas Ptyonoprogne rupestris, o Chasco-cinzento Oenanthe oenanthe e o Melro-das-rochas Monticola saxatilis. Nos rios e ribeiras de águas frias e límpidas pode ser observado o Melro-d’Água Cinclus cinclus.

Serra da Malcata

A Serra da Malcata é sobejamente conhecida por causa do lince, não tanto pelas suas populações de aves. Uma grande parte da serra encontra-se coberta por denso matagal de esteva e pinhais. Na vertente norte, existem no entanto manchas de carvalhal e lameiros. Entre as espécies que podem ser observadas nestas zonas mais setentrionais contam-se o Bútio-vespeiro, a Felosa-de-papo-branco, o Melro-d’água ou o Papa-figos. As zonas mais elevadas da serra são frequentadas pelo Abutre-preto, a Cegonha-preta ou a Águia-cobreira.

Paúis Baixo Mondego

O vale do rio Mondego encontra-se atualmente bastante transformado. A construção de um sistema de diques e canais permitiu o cultivo de vastas áreas de arroz. Apenas algumas pequenas áreas foram poupadas constituindo autênticos oásis nesta região. Os pauis da Madriz, de Arzila e do Taipal encontram-se cobertos por vastas manchas de caniçal, albergando um número considerável de espécies aquáticas. Entre as espécies que se podem observar nestas áreas contam-se o Garçote Ixobrychus minutus, a Garça-vermelha Ardea purpurea, a Águia-sapeira Circus aeruginosus, o Pato-real Anas platyrhynchos, o Arrábio Anas acuta, a Marrequinha Anas crecca ou a Cigarrinha-ruiva Locustella luscinioides.

Tejo Internacional

O troço internacional do rio Tejo estende-se por cerca de 50 km atravessando uma região agreste e despovoada. Vastas zonas de matos cobrem as encostas do vale e os terrenos adjacentes estão cobertos por azinhais, montados de sobro e terrenos abertos. Ao longo do vale do rio existem afloramentos rochosos que são local privilegiado de nidificação para várias espécies rupícolas. Esta é uma zona com um elevado valor ornitológico. Entre as espécies que aí se podem observar contam-se a Cegonha-preta Ciconia nigra o Britango Neophron percnopterus, o Grifo Gyps fulvus, o Abutre-preto Aegypius monachus, a Águia-real Aquila chrysaetos, a Águia-calçada Hieraaetus pennatus ou o Bufo-real Bubo bubo. Nos terrenos adjacentes ao vale espécies como o Abelharuco Merops apiaster, a Poupa Upupa epops, o Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis ou o Charneco Cyanopica cyana são relativamente comuns.

Portas de Rodão

As Portas de Rodão são um notável acidente geológico resultante do encontro do rio Tejo com a Serra das Talhadas. Esta é uma zona particularmente interessante para a observação de espécies rupícolas. Nas fragas aí existentes nidificam espécies como o Grifo, o Bufo-real, o Melro-azul, a Andorinha-das-rochas ou a Andorinha-dáurica. A Cegonha-preta, o Britango e a Águia-perdigueira são regularmente observadas. Nos últimos tempos, o raro Andorinhão-cafre foi detetado na zona tendo também sido confirmada a sua nidificação. Este é um local de ocorrência regular da rara Ferreirinha-serrana.

Paúl da Tornada

Esta pequena zona húmida fica situada junto à povoação do mesmo nome, a alguns quilómetros a norte das Caldas da Rainha. Apesar dos problemas de poluição, existe neste local uma mancha razoável de caniçal que alberga um leque de espécies considerável. Aqui é possível observar o Garçote Ixobrychus minutus, a Garça-vermelha Ardea purpurea, o Ógea Falco subbuteo, o Galeirão Fulica atra, o Pato-real Anas platyrhynchos, o Rouxinol-dos-caniços Acrocephalus scirpaceus ou o Rouxinol-grande-dos-caniços Acrocephalus arundinaceus.

Paúl do Boquilobo

Ecossistema terrestre inundável, adquire características de zona húmida nos períodos de cheia. Possui uma avifauna muito rica, contando com cerca de 200 espécies. Na primavera instala-se aqui uma das maiores colónias de garças (Carraceiro Bubulcus ibis, Garça-branca Egretta garzetta, e em menor número, Goraz Nycticorax nycticorax) e de Colhereiros Platalea leucorodia da Península Ibérica. A Garça-vermelha Ardea purpurea também aqui nidifica. É um importante local de invernada para anatídeos como o Zarro Aythya ferina e o Arrábio Anas acuta. A Gaivina-dos-pauis Chlidonias hybridus também aqui nidifica.

Lagoa de Óbidos

A Lagoa de Óbidos é a maior lagoa costeira existente em Portugal. Apesar da forte pressão humana e dos problemas de poluição e assoreamento, a lagoa constitui um local de passagem para grande número de limícolas entre as quais se contam, por exemplo, o Pilrito-de-peito-preto, a Tarambola-cinzenta, o Fuselo ou o Pilrito-de-bico-comprido. Nas ilhas de areia que se formam no meio do corpo central da lagoa é possível encontrar bastantes ostraceiros. As manchas de caniçal existentes na Poça do Vau e nas partes a montante da Lagoa albergam espécies como o Garçote, o Rouxinol-dos-caniços ou a Cigarrinha-ruiva.

Berlenga

Arquipélago localizado ao largo de Peniche, do qual fazem parte a Ilha da Berlenga, as Estelas e os Farilhões. A Gaivota-de-patas-amarelas Larus cachinnans é a espécie mais comum da ilha da Berlenga. O arquipélago é particularmente importante para as aves marinhas como a Cagarra Calonectris diomedea, o Roquinho Oceanodroma castro, o Airo Uria aalge e a Galheta Phalacrocorax aristotelis. Devido ao seu carácter insular, a avifauna terrestre é relativamente pobre, destacando-se o Rabirruivo Phoenicurus ochruros e o Falcão-peregrino Falco peregrinus. Durante as migrações é possível observar diversas espécies de passeriformes.

S. Mamede

É a maior Zona montanhosa a sul do Tejo, onde a influência atlântica da zona norte contrasta com a influência mediterrância da zona sul. Nas zonas de escarpas ocorrem a Cegonha-preta Ciconia nigra, a Águia de Bonelli Hieraaetus pennatus , o Britango Neophron percnopterus e, mais raramente, o Abutre-preto Aegypius monachus. Podem ser observadas algumas espécies de aves estepárias, como o Sisão Tetrax tetrax, o Alcaravão Burhinus oedicnemus e a Calhandra-real Melanocorypha calandra.

Cabeção

A paisagem da região de Cabeção é dominada, essencialmente, por extensos montados de sobro. É particularmente conhecida pelas espécies de aves de rapina que aqui ocorrem. As mais comuns são o Peneireiro-cinzento Elanus caruleus, o Milhafre-preto Milvus migrans, a Águia-d’asa-redonda Buteo buteo e a Águia-calçada Hieraaetus pennatus. Mais raros, mas também nidificantes na região, são o Bútio-vespeiro Pernis apivorus, a Águia-cobreira Circaetus gallicus e o Bufo-real Bubo bubo.

Serra d’Aire e Candeeiros

Ecossistema montanhoso de baixa altitude, onde predominam os matos e zonas de rocha (calcário) nua. Podem ser observadas cerca de 140 espécies de aves, destacando-se a Águia-perdigueira Hieraaetus pennatus, a Gralha-de-bico-vermelho Pyrrhocorax pyrrhocorax, o Açor Accipiter gentilis, o Pica-pau-malhado Dendrocopus major e diversas espécies de passeriformes associados às zonas de matos.

Serra de Montejunto

Esta serra calcária, situada cerca de 50 km a norte de Lisboa, eleva-se até aos 660 metros de altitude. A vegetação original foi devastada por sucessivos incêndios e pela ação do homem, restando atualmente pequenas bolsas de Carvalho-português. Uma grande parte da área encontra-se coberta por pinhais e matos. Existem também pequenas áreas de castanheiros e eucaliptal. A natureza calcária do terreno deu origem à existência de fragas, grutas e algares que albergam uma fauna rupícola bastante característica. Entre as espécies que aí se podem encontrar contam-se a Águia-perdigueira Hieraaetus pennatus, o Gavião Accipiter nisus, o Peneireiro Falco tinnunculus, o Bufo-real Bubo bubo, o Andorinhão-real Apus melba, o Corvo Corvus corax .

Lagoa dos Patos

Grupos de dois lagos, cuja extensão é extremamente variável e dependente do regime de chuvas. Na época de reprodução podem ser observados Mergulhões-de-poupa Podiceps cristatus, Garças-reais Ardea cinerea, Frisadas Anas strepera, Peneireiros-cinzentos Elanus caeruleus, Perdizes-do-mar Glareola pratincola, entre outras. No inverno a lagoa alberga milhares de aves aquáticas, em especial patos, dos quais se destacam o Pato-colhereiro Anas clypeata, a Frisada Anas sterpera e a Marrequinha Anas crecca.

Estuário do Tejo

É a maior zona húmida do país, ocorrendo regularmente cerca de 200 aves, das quais cerca de 100 são nidificantes. Tem importância internacional para várias espécies de aves, das quais se destacam o Pato-colhereiro Anas clypeata, o Alfaiate Recurvirostra avosetta, a Tarambola-cinzenta Pluvialis squatarola, o Pilrito-de-peito-preto Calidris alpina, o Milherango Limosa limosa e o Perna-vermelha Tringa totanus. Durante a baixa-mar podem ser observados grandes bandos de limícolas, gaivotas, patos e flamingos a alimentarem-se nos extensos bancos de vasa. As salinas constituem importantes refúgios de preia-mar, e aqui nidificam o Pernilongo Himantopus himantopus, o Borrelho-de-coleira-interrompida Charadrius alexandrinus e as Chilretas Sterna albifrons.

Cabo Raso

Localizado perto de Lisboa, o Cabo Raso é um local facilmente acessível no qual podem ser observadas, com relativa facilidade, algumas espécies de aves marinhas. Destacam-se a Cagarra Calonectris diomedea, o Fura-bucho Puffinus mauretanicus, a Pardela-preta Puffinus griseus, Casquilho Oceanites oceanicus, o Alcaide Catharacta skua e o Moleiro-pequeno Stercorarius parasiticus .

Estuário do Sado

Zona húmida de importância internacional, composta por sapais, dunas, salinas, zonas entre-marés, arrozais, pinhais e montados. Reveste-se de especial importância durante o inverno e as migrações, quando aqui ocorrem milhares de aves aquáticas, destacando-se o Flamingo Phoenicopterus ruber, o Alfaiate Recurvirostra avosetta e o Pilrito-comum Calidris alpina. Durante o período de reprodução podem ser observados o Perna-longa Himantopus himantopus, a Andorinha-do-mar-anã Sterna albifrons, o Tartaranhão-ruivo-dos-paúis Circus aeruginosus, entre muitas outras espécies.

Cabo Espichel

Devido à sua localização estratégica, o cabo Espichel é um dos melhores locais do país para a observação de aves em migração. Na migração de outono, desde meados de agosto até outubro, várias espécies de migradores podem ser observados. Destacam-se o Cartaxo-nortenho Saxicola rubetra, a Toutinegra-de-bigodes Sylvia cantillans, a Sombria Emberiza hortulana, os papa-moscas e os andorinhões.

Arrábida

Serra com características tipicamente mediterrâncias, a Arrábida apresenta um valor florístico único no nosso país. Associadas à vegetação do tipo “maqui” encontram-se várias espécies de aves, como por exemplo a Toutinegra-do-mato Sylvia undata e a Toutinegra-dos-valados Sylvia melanocephala. Nas encostas e escarpas da Serra ocorrem a Águia-perdigueira Hieraetus fasciatus, o Falcão-peregrino Falco peregrinus, o Andorinhão-real Apus melba e o Melro-azul Monticola solitarius. Durante os meses de inverno são particularmente abundantes os Piscos-de-peito-ruivo Erithacus rubecula, os tordos (Turdus philomelos e T. iliacus), as Ferreirinhas Prunella modularis e as Felosinhas Phylloscopus collybita.

Lagoa de Santo André

Esta lagoa costeira, situada perto de Sines, é uma das zonas húmidas mais importantes do país. Aqui existem sistemas dunares relativamente bem conservados, zonas de caniçal, várzeas agrícolas e zonas de água livre. Entre as espécies que se podem observar contam-se a Garça-vermelha Ardea purpurea, o Garçote Ixobrychus minutus, o Colhereiro Platalea leucorodia, o Ógea Falco subbuteo, o Galeirão Fulica atra, o Pato-de-bico-vermelho Netta rufina, o Pato-real Anas platyrhynchos, a Frisada Anas strepera, o Pato-colhereiro Anas clypeata, o Rouxinol-dos-caniços Acrocephalus scirpaceus, o Rouxinol-grande-dos-caniços Acrocephalus arundinaceus ou a Cigarrinha-ruiva Locustella luscinioides.

Elvas

Perto da fronteira com Espanha, a paisagem da região de Elvas é dominada pelos vales dos rios Guadiana e Caia. Esta área é particularmente interessante durante a primavera e início do verão. São aqui facilmente observáveis o Rolierio Coracias garrulus, o Abelharuco Merops apiaster, a Perdiz-do-mar Glareola pratincola ou o Pernilongo Himantopus himantopus. Outrora mais comuns, podem ainda ser observadas algumas aves estepárias, como o Sisão Tetrax tetrax ou o Alcaravão Burhinus oedicnemus.

Barrancos

Extensas áreas de montado de azinho caracterizam a região de Barrancos, uma das mais ricas do interior do país em termos ornitológicos. São facilmente observáveis nesta região aves de rapina como o Grifo Gyps fulvus, o Milhafre-real Milvus milvus, o Milhafre-preto Milvus migrans ou a Águia-cobreira Circaetus gallicus. A Cegonha-preta Ciconia nigra e o Bufo-real Bubo bubo ocorrem essencialmente nos vales dos principais rios (o Ardila e o Murtigão). Destcam-se também a variedade de passeriformes associados aos montados: a Cotovia-dos-bosques Lullula arbora, o Picanço-barreteiro Lanius senator, o Charneco Cyanopica cyanus e o Pardal-francês, entre muitos outros, são bastante abundantes.

Castro Verde

Extensas áreas agrícolas, de cultivo de sequeiro de carácter extensivo, caracterizam a região de Castro Verde. É considerada por muitos a zona mais importante do país para as aves estepárias. Ocorrem aqui a Abetarda Otis tarda, o Sisão Tetrax tetrax, a Calhandra-real Melanocorypha calandra, o Cortiçol-de-barriga-preta Pterocles orientalis. É também em Castro Verde que se localiza a mais importante colónia do país de Francelho Falco naumanni. O Rolieiro Coracias garrulus, a Perdiz-do-mar Glareola pratincola e o Solitário Cercotrichas galactotes são relativamente comuns. No inverno podem ainda ser observados bandos de Grous Grus grus nos montados e nos açudes da região.

Sagres

A região de Sagres é um local de grande importância para a migração de aves, em especial durante a migração outonal. Durante os meses de setembro e outubro podem ser observadas várias espécies, das quais as mais comuns são a Águia-calçada Hieraaetus pennatus, o Milhafre-preto Milvus migrans, o Bútio-vespeiro Pernis apivorus, a Águia-cobreira Circaetus gallicus, o Britango Neophron percnopterus e o Gavião Accipiter nisus. Nos últimos anos a SPEA tem promovido campanhas de outono nesta região para a observação da migração de aves planadoras, passeriformes e marinhas.

Lagoa dos Salgados

Lagoa costeira ainda mal conhecida dos observadores nacionais, constitui uma das zonas húmidas mais importantes do Algarve. Ocorrem aqui diversas espécies de aves aquáticas, destacando-se os grandes bandos de Flamingo Phoenicopterus ruber, os Pernilongo Himantopus himantopus, várias espécies de limícolas, os Galeirões Fulica atra, Mergulhões-pequenos Tachybaptus ruficollis e várias espécies de patos. Nidifica aqui o Camão Porphyrio porphyrio e é o único local do nosso país onde se sabe nidificar atualmente a Pêrra Aythya nyroca.

Ria Formosa

Zona húmida de importância internacional, da Ria fazem parte um extenso cordão litoral dunar, várias ilhas barreira, penínsulas, sapais, canais, ilhotas, bancos de vasa e de areia, salinas, além de charcos de água doce, ribeiras, bosques e pinhais. Associada a esta elevada diversidade de biótopos encontra-se uma avifauna muito rica, da qual se destacam, pelos elevados efetivos, a Piadeira Anas penelope, o Pato-colhereiro Anas clypeata, a Tarambola-cinzenta Pluvialis squatarola, o Borrelho-grande-de-coleira Charadrius hiaticula, o Pilrito-de-peito-preto Calidris alpina e a Seixoeira Calidris canutus. Pode-se encontrar aqui a maior parte da população nacional de Chilreta Sterna albifrons. Nas salinas podemos observar importantes colónias de Pernilongo Himantopus himantopus e de Alfaiate Recurvirostra avosetta. O Camão Porphyrio porphyrio é uma das espécies mais emblemáticas da Ria Formosa.

Sapal de Castro Marim

Zona húmida de importância internacional, localizada junto à foz do Rio Guadiana. As salinas e os sapais predominam a paisagem. Nas salinas podem ser observadas várias espécies de aves aquáticas, das quais se destacam o Flamingo Phoenicopterus ruber, o Pilrito-de-peito-preto Calidris alpina, o Pilrito-pequeno Calidris minuta e o Perna-vermelha-bastardo Tringa erythropus. No período da nidificação esta área apresenta importantes efetivos reprodutores de Pernilongo Himantopus himantopus, de Alfaiate Recurvirostra avosetta e de Chilreta. Alberga ainda uma importante população de Toutinegra- tomilheira Sylvia conspicillata e a única população do país de Calhandrinha-das-marismas Calandrella rufescens.
 
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