Bélgica: 15 mil em marcha para criticar crise política

[delfimsilva]

Pelo menos 15 mil belgas começaram hoje ao início da tarde a desfilar em Bruxelas numa inédita marcha da «vergonha» para criticar a crise política no país, sem governo há sete meses e meio, constatou a agência noticiosa francesa AFP.

É a primeira vez desde as eleições legislativas belgas de junho de 2010, na origem do atual impasse político, que os cidadãos exprimem em voz alta a sua frustração, quando as divisões são cada vez maiores entre flamengos e francófonos.

"O que é que queremos? Queremos um governo", gritavam os manifestantes, a maioria jovens e alguns vestidos de branco.




lusa

 

[florindo]

Marcha da "vergonha" junta 15 mil pessoas na Bélgica

Pelo menos 15 mil belgas começaram hoje ao início da tarde a desfilar em Bruxelas numa inédita marcha da "vergonha" para criticar a crise política no país, sem governo há sete meses e meio, constatou a agência noticiosa francesa AFP.

É a primeira vez desde as eleições legislativas belgas de Junho de 2010, na origem do actual impasse político, que os cidadãos exprimem em voz alta a sua frustração, quando as divisões são cada vez maiores entre flamengos e francófonos.

"O que é que queremos? Queremos um governo", gritavam os manifestantes, a maioria jovens e alguns vestidos de branco.

Uma forma dos organizadores, que deram à manifestação o nome de marcha da "vergonha", lembrarem a célebre "marcha branca" belga, que juntou cerca de 300 mil pessoas em 1996 para protestarem contra os crimes do pedófilo Marc Dutroux.

Partindo do norte da capital, os manifestantes têm como destino um parque no centro, onde estão previstos discursos exortando os partidos políticos a acabarem com o impasse.

A Bélgica atinge hoje o 224.º dia sem um verdadeiro governo e já ultrapassou o recorde europeu detido desde 1977 pela vizinha Holanda (208 dias). O recorde mundial é do Iraque, que precisou de 289 dias para formar um executivo em 2009.

A unidade da Bélgica está posta em causa pelo impasse político, apesar de prolongadas negociações entre as duas comunidades.

Os flamengos (60 por cento dos cerca de 11 milhões de belgas) exigem uma autonomia reforçada para a sua região, nomeadamente no domínio fiscal e social.

Os francófonos procuram limitar tal descentralização com receio de perda de transferências financeiras e porque vêem nisso o início da dissolução do país.

Jornal de Notícias