Matapitosboss
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O ex-presidente do Barclays, Robert Diamond, envolveu esta terça-feira o vice-governador do Banco de Inglaterra no escândalo da manipulação da Libor e o anterior Governo. O responsável do banco inglês que se demitiu hoje escreveu um documento onde relata a sua versão de uma conversa telefónica ocorrida em 2009.
Robert Diamond, que hoje apresentou a sua demissão como CEO do Barclays, diz ter tido uma conversa telefónica com Paul Tucker, vice-governador do Banco de Inglaterra, a 29 de Outubro de 2008, onde o regulador terá dito que “recebeu chamadas de vários” responsáveis do Governo a “questionar por que é que o Barclays estava sempre no limite máximo do preço da Libor”.
Tucker terá mesmo dito: “vocês pagam o que têm de pagar”, sugerindo que o banco deveria descer o preço que estava a praticar, de acordo com a carta divulgada e transcrita pelo “The Guardian”.
Em causa está a manipulação da taxa Libor, que é o equivalente à Euribor para o mercado britânico, e que funciona como uma taxa de juro cobrada pelos bancos entre si para se financiarem, bem como para financiarem a economia ou pagarem juros dos depósitos. O problema é que alguns bancos manipularam o preço da Libor a seu favor, apresentando assim custos de financiamento bastante mais baixos do que a realidade, o que escondeu alguma pressão que o sistema financeiro inglês estava a viver, em 2008. Ano em que a pressão sobre a banca se intensificou, nomeadamente depois da falência do Lehman Brothers.
Robert Diamond diz ter perguntado a Tucker se este fecharia os olhos ao facto de que nem todos os bancos estavam a fornecer cotações em níveis que representassem transacções reais. Ao que o vice-governador do Banco de Inglaterra respondeu: “oh, isso seria pior”.
Na carta tornada pública, Diamond deixa subentender que Tucker, sem se comprometer, sabia do que se estava a passar e terá, de alguma forma, incentivado estas práticas. Isto porque terá sublinhado que as perguntas estavam a chegar de responsáveis do governo e que o Barclays não precisava de receber conselhos, mas “não era preciso aparecer [em níveis] tão altos” como estava a aparecer recentemente.
Diamond disse ainda na carta que esta é uma de apenas três “cartas de arquivo” que ele escreveu em toda a sua carreira.
O “Financial Times” adianta que depois desta chamada terão sido dadas indicações dentro do Barclays para que fossem reduzidas diariamente as estimativas da Libor. Ao fazer isso, o Barclays começou a dar indicações que estava forte em termos financeiros, já que conseguia financiar-se teoricamente a custos mais baixos. E isto, sublinha o “Financial Times”, numa altura em que algumas instituições financeiras do Reino Unido já tinham recebido ajuda do Estado e se especulava que outras instituições financeiras precisavam de apoio. O Barclays estava na lista.
“The Guardian” e “Financial Times” tentaram contactar as partes envolvidas nesta carta, mas não obtiveram reacções.
In' Jornal de Negócios

Robert Diamond, que hoje apresentou a sua demissão como CEO do Barclays, diz ter tido uma conversa telefónica com Paul Tucker, vice-governador do Banco de Inglaterra, a 29 de Outubro de 2008, onde o regulador terá dito que “recebeu chamadas de vários” responsáveis do Governo a “questionar por que é que o Barclays estava sempre no limite máximo do preço da Libor”.
Tucker terá mesmo dito: “vocês pagam o que têm de pagar”, sugerindo que o banco deveria descer o preço que estava a praticar, de acordo com a carta divulgada e transcrita pelo “The Guardian”.
Em causa está a manipulação da taxa Libor, que é o equivalente à Euribor para o mercado britânico, e que funciona como uma taxa de juro cobrada pelos bancos entre si para se financiarem, bem como para financiarem a economia ou pagarem juros dos depósitos. O problema é que alguns bancos manipularam o preço da Libor a seu favor, apresentando assim custos de financiamento bastante mais baixos do que a realidade, o que escondeu alguma pressão que o sistema financeiro inglês estava a viver, em 2008. Ano em que a pressão sobre a banca se intensificou, nomeadamente depois da falência do Lehman Brothers.
Robert Diamond diz ter perguntado a Tucker se este fecharia os olhos ao facto de que nem todos os bancos estavam a fornecer cotações em níveis que representassem transacções reais. Ao que o vice-governador do Banco de Inglaterra respondeu: “oh, isso seria pior”.
Na carta tornada pública, Diamond deixa subentender que Tucker, sem se comprometer, sabia do que se estava a passar e terá, de alguma forma, incentivado estas práticas. Isto porque terá sublinhado que as perguntas estavam a chegar de responsáveis do governo e que o Barclays não precisava de receber conselhos, mas “não era preciso aparecer [em níveis] tão altos” como estava a aparecer recentemente.
Diamond disse ainda na carta que esta é uma de apenas três “cartas de arquivo” que ele escreveu em toda a sua carreira.
O “Financial Times” adianta que depois desta chamada terão sido dadas indicações dentro do Barclays para que fossem reduzidas diariamente as estimativas da Libor. Ao fazer isso, o Barclays começou a dar indicações que estava forte em termos financeiros, já que conseguia financiar-se teoricamente a custos mais baixos. E isto, sublinha o “Financial Times”, numa altura em que algumas instituições financeiras do Reino Unido já tinham recebido ajuda do Estado e se especulava que outras instituições financeiras precisavam de apoio. O Barclays estava na lista.
“The Guardian” e “Financial Times” tentaram contactar as partes envolvidas nesta carta, mas não obtiveram reacções.
In' Jornal de Negócios