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BE: Catarina sobe aos céus e desce para ser aclamada

kokas

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Set 27, 2006
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Líder bloquista sobrevoa serra da Arrábida e vê zona "esventrada". Arruada em Lisboa dá dimensão popular à campanha.





Descer do céu ao inferno é uma expressão que não cabe no jargão político do Bloco. Catarina Martins começou ontem o dia a sobrevoar a serra da Arrábida para ver com os seus próprios olhos o "crime ambiental escondido" que está a "esventrar" aquela zona, apontando baterias às pedreiras ilegais, bem como ao contrato do Estado com a cimenteira Secil, que vigora até 2042. E horas depois do voo de helicóptero feito a 1500 pés de altitude, com partida e chegada no aeródromo de Tires, a líder bloquista pôs os pés em terra para a maior arruada do partido nesta campanha.Reunindo as numerosas tropas atrás de si - só Mariana Mortágua, Pedro Filipe Soares e Fernando Rosas a ladearam -, Catarina marchou em Lisboa, desde o Largo do Chiado até à Rua Augusta, num percurso pouco habitual mas no qual se voltou a sentir o clima de confiança que abunda no BE. A meio do pelotão Luís Nunes, estudante de 20 anos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, ia dando o mote de megafone em punho: "Deixa passar, deixaaaaa! Eu estou na rua e no Bloco vou votar." Ali perto, Luís Fazenda e Francisco Louçã também engrossavam as fileiras de uma caravana ruidosa e colorida que convocava as pessoas para as janelas e as varandas.Embalada, a porta-voz do BE ia recolhendo os costumeiros beijos e apertos de mão e ainda um inusitado incentivo de uma senhora que preferiu não ser identificada: "Normalmente, eu voto PS. Mas, como tenho memória, este PS não me convence." Já Marta Contrão, de apenas 18 anos, revelou que votará pela primeira vez no domingo e confessou a afinidade com os bloquistas. "Há muitos partidos mas identifico-me com o BE. É de uma esquerda mais central, mas tem algumas ideias radicais e princípios que é necessário acordar", afirmou para justificar a pergunta que fizera a Catarina: o que poderia o partido fazer por ela. A porta--voz do BE falou do investimento na qualificação e, claro, da cruzada contra a precariedade. Marta concordou, até porque é aluna do ensino artístico e sente na pele a falta de recursos do Conservatório. Sobre as palavras do Presidente da República, em Nova Iorque, de que a disputa eleitoral está renhida, Catarina foi contundente: "Acho sinceramente que nestas eleições, com o devido respeito pelo cargo institucional que o Presidente tem, naturalmente, as afirmações de Cavaco Silva não são aquilo que acrescentam à escolha que as pessoas têm de fazer no domingo."Sobre a CDU, com quem o BE disputa diretamente o eleitorado à esquerda do PS, Catarina evitou fricções e agitou a bandeira branca, tal como Jerónimo de Sousa fizera horas antes. Limitou-se a responder que a coligação PCP-PEV "tem estado a fazer uma boa campanha" e que deseja que assim seja até amanhã.



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