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Biden aprova perdão “pleno e incondicional” ao filho
Presidente cessante livra Hunter Biden das acusações de compra ilegal de arma e evasão fiscal.
A pouco mais de um mês do final do mandato, o Presidente cessante dos EUA, Joe Biden, deu o dito por não dito e resolveu indultar o filho, Hunter, das acusações de compra ilegal de arma de fogo e evasão fiscal, numa decisão que gerou fortes críticas da parte dos seus adversários republicanos.
Hunter Biden, de 54 anos, foi condenado em junho por um tribunal do Delaware por mentir sobre a sua adição às drogas ao preencher um formulário obrigatório para a aquisição de uma arma de fogo e, semanas depois, num processo separado, admitiu evasão fiscal no valor de 1,4 milhões de dólares. A sentença de ambos os processos estava marcada para a próxima semana e o filho do Presidente arriscava uma pena máxima de até 25 anos de cadeia pela compra ilegal de arma e 17 anos por fuga ao Fisco.
Biden prometeu repetidamente que não iria interferir nos processos nem perdoar o filho, mas, segundo explicou, decidiu voltar com a palavra atrás por ter chegado à conclusão de que Hunter “foi tratado de forma diferente” pela Justiça. “Estas acusações foram instigadas pelos meus adversários políticos para me atacarem”, justificou o Presiden- te cessante, lembrando que “quase ninguém” é levado a tribunal por prestar declarações falsas para a compra de uma arma ou por se atrasar a pagar os impostos. No ano passado, recorde-se, os advogados de Hunter negociaram um acordo extrajudicial para resolver ambos os processos, mas a acusação acabou por recuar após forte pressão dos republicanos.
“Nenhuma pessoa razoável que olhe para os factos pode deixar de concluir que Hunter foi perseguido apenas por ser meu filho - e isso está errado. Espero que os americanos compreendam esta decisão de um pai e Presidente”, escreve Biden na nota que explica o indulto presidencial “pleno e incondicional”.
O Presidente eleito, Donald Trump, criticou a decisão, afirmando que se trata de um “abuso da Justiça”. “Este perdão também inclui os reféns do 6 de janeiro, que estão há anos na prisão?”, questionou, referindo-se aos seus apoiantes condenados após a invasão do Capitólio.
O perdão presidencial abrange todos os crimes cometidos por Hunter Biden entre 1 de janeiro de 2014 e o final do corrente ano, o que levou muitos críticos a acusarem Joe Biden de tentar proteger o filho de futuras investigações relacionadas com os seus negócios na China e na Ucrânia naquele período, nomeadamente o alegado tráfico de influências a favor da empresa ucraniana Burisma, que chegou a ser investigado pelo Congresso.
Biden em silêncio à chegada a Angola
O controverso indulto presidencial ao filho ameaça ensombrar a histórica visita de Joe Biden a Angola, que ontem teve início. Durante uma breve escala em Cabo Verde, o Presidente norte-americano recusou responder às insistentes perguntas dos jornalistas que acompanham a comitiva e, mais tarde, à chegada a Luanda, remeteu-se ao silêncio sobre o assunto, mas a questão não deverá ficar por aqui e teme-se que a polémica acabe por ofuscar toda a visita.
A deslocação de Biden a Angola está centrada no ambicioso projeto do Corredor do Lobito, uma via ferroviária com 1300 quilómetros de extensão que liga aquele porto angolano da província de Benguela às regiões ricas em minerais da República Democrática do Congo, que conta com um importante financiamento americano e que é vista como uma importante aposta dos EUA para desviar aqueles minerais da China, que tem uma forte presença no continente africano e está a construir uma ferrovia rival em direção ao Índico.
Além da participação numa cimeira internacional sobre o Corredor do Lobito e da visita ao porto na quarta-feira, Biden deverá discursar hoje no Museu Nacional da Escravatura, em Luanda, e reunir-se com o Presidente angolano, João Lourenço. Em cima da mesa estarão, além da cooperação económica, assuntos relacionados com a segurança global em saúde, segurança alimentar e agronegócio. Os dois líderes deverão ainda fazer um “anúncio importante sobre cooperação no setor de segurança”, avançou a Casa Branca. “Vemos Angola como um parceiro estratégico e um líder regional”, disse a diretora de Assuntos Africanos do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Frances Brown.
Escândalo
Em 2020 vieram a público vídeos e fotos retirados de um computador portátil que Hunter Biden deixou a arranjar, e que mostravam o filho do então candidato presidencial a consumir ‘crack’ na companhia de prostitutas. Joe Biden garantiu ontem que o filho está sóbrio há mais de cinco anos e que conseguiu endireitar a vida apesar da perseguição política de que foi alvo.
Antecedentes
Biden não é o primeiro Presi- dente a perdoar familiares ou pessoas próximas nos últimos dias de mandato. Bill Clinton perdoou um cunhado e Donald Trump, além de vários colaboradores diretos, decidiu indultar Charles Kushner, pai do seu genro, Jared Kushner, que tinha sido condenado por evasão fiscal e corrupção de testemunhas, e que agora decidiu nomear como embaixador em França.
Correio da Manhã

Presidente cessante livra Hunter Biden das acusações de compra ilegal de arma e evasão fiscal.
A pouco mais de um mês do final do mandato, o Presidente cessante dos EUA, Joe Biden, deu o dito por não dito e resolveu indultar o filho, Hunter, das acusações de compra ilegal de arma de fogo e evasão fiscal, numa decisão que gerou fortes críticas da parte dos seus adversários republicanos.
Hunter Biden, de 54 anos, foi condenado em junho por um tribunal do Delaware por mentir sobre a sua adição às drogas ao preencher um formulário obrigatório para a aquisição de uma arma de fogo e, semanas depois, num processo separado, admitiu evasão fiscal no valor de 1,4 milhões de dólares. A sentença de ambos os processos estava marcada para a próxima semana e o filho do Presidente arriscava uma pena máxima de até 25 anos de cadeia pela compra ilegal de arma e 17 anos por fuga ao Fisco.
Biden prometeu repetidamente que não iria interferir nos processos nem perdoar o filho, mas, segundo explicou, decidiu voltar com a palavra atrás por ter chegado à conclusão de que Hunter “foi tratado de forma diferente” pela Justiça. “Estas acusações foram instigadas pelos meus adversários políticos para me atacarem”, justificou o Presiden- te cessante, lembrando que “quase ninguém” é levado a tribunal por prestar declarações falsas para a compra de uma arma ou por se atrasar a pagar os impostos. No ano passado, recorde-se, os advogados de Hunter negociaram um acordo extrajudicial para resolver ambos os processos, mas a acusação acabou por recuar após forte pressão dos republicanos.
“Nenhuma pessoa razoável que olhe para os factos pode deixar de concluir que Hunter foi perseguido apenas por ser meu filho - e isso está errado. Espero que os americanos compreendam esta decisão de um pai e Presidente”, escreve Biden na nota que explica o indulto presidencial “pleno e incondicional”.
O Presidente eleito, Donald Trump, criticou a decisão, afirmando que se trata de um “abuso da Justiça”. “Este perdão também inclui os reféns do 6 de janeiro, que estão há anos na prisão?”, questionou, referindo-se aos seus apoiantes condenados após a invasão do Capitólio.
O perdão presidencial abrange todos os crimes cometidos por Hunter Biden entre 1 de janeiro de 2014 e o final do corrente ano, o que levou muitos críticos a acusarem Joe Biden de tentar proteger o filho de futuras investigações relacionadas com os seus negócios na China e na Ucrânia naquele período, nomeadamente o alegado tráfico de influências a favor da empresa ucraniana Burisma, que chegou a ser investigado pelo Congresso.
Biden em silêncio à chegada a Angola
O controverso indulto presidencial ao filho ameaça ensombrar a histórica visita de Joe Biden a Angola, que ontem teve início. Durante uma breve escala em Cabo Verde, o Presidente norte-americano recusou responder às insistentes perguntas dos jornalistas que acompanham a comitiva e, mais tarde, à chegada a Luanda, remeteu-se ao silêncio sobre o assunto, mas a questão não deverá ficar por aqui e teme-se que a polémica acabe por ofuscar toda a visita.
A deslocação de Biden a Angola está centrada no ambicioso projeto do Corredor do Lobito, uma via ferroviária com 1300 quilómetros de extensão que liga aquele porto angolano da província de Benguela às regiões ricas em minerais da República Democrática do Congo, que conta com um importante financiamento americano e que é vista como uma importante aposta dos EUA para desviar aqueles minerais da China, que tem uma forte presença no continente africano e está a construir uma ferrovia rival em direção ao Índico.
Além da participação numa cimeira internacional sobre o Corredor do Lobito e da visita ao porto na quarta-feira, Biden deverá discursar hoje no Museu Nacional da Escravatura, em Luanda, e reunir-se com o Presidente angolano, João Lourenço. Em cima da mesa estarão, além da cooperação económica, assuntos relacionados com a segurança global em saúde, segurança alimentar e agronegócio. Os dois líderes deverão ainda fazer um “anúncio importante sobre cooperação no setor de segurança”, avançou a Casa Branca. “Vemos Angola como um parceiro estratégico e um líder regional”, disse a diretora de Assuntos Africanos do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Frances Brown.
Escândalo
Em 2020 vieram a público vídeos e fotos retirados de um computador portátil que Hunter Biden deixou a arranjar, e que mostravam o filho do então candidato presidencial a consumir ‘crack’ na companhia de prostitutas. Joe Biden garantiu ontem que o filho está sóbrio há mais de cinco anos e que conseguiu endireitar a vida apesar da perseguição política de que foi alvo.
Antecedentes
Biden não é o primeiro Presi- dente a perdoar familiares ou pessoas próximas nos últimos dias de mandato. Bill Clinton perdoou um cunhado e Donald Trump, além de vários colaboradores diretos, decidiu indultar Charles Kushner, pai do seu genro, Jared Kushner, que tinha sido condenado por evasão fiscal e corrupção de testemunhas, e que agora decidiu nomear como embaixador em França.
Correio da Manhã