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Biocombustíveis

Satpa

GF Ouro
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Retirado da:

DIRECTIVA 2003/30/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO
de 8 de Maio de 2003

relativa à promoção da utilização de biocombustíveis ou de

outros combustíveis renováveis nos transportes​

(")


"Artigo 1.º

A presente directiva promove a utilização de biocombustíveis ou de outros combustíveis renováveis, em substituição do gasóleo ou da gasolina para efeitos de transporte, em cada Estado-Membro, por forma a contribuir para o alcance de objectivos tais como o cumprimento dos compromissos relativos às alterações climáticas, à segurança do abastecimento de forma que não prejudique o ambiente e à promoção das fontes de energia renováveis.

"Artigo 2.º

1. Para efeitos da presente directiva, entende-se por:

a) «Biocombustível», o combustível líquido ou gasoso para transportes produzido a partir de biomassa;

b) «Biomassa», a fracção biodegradável de produtos e resíduos provenientes da agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), da silvicultura e das indústrias conexas, bem como a fracção biodegradável dos resíduos industriais e urbanos;

c) «Outros combustíveis renováveis», os combustíveis renováveis que não sejam biocombustíveis, obtidos a partir de fontes de energia renováveis tal como se encontram definidas na Directiva 2001/77/CE (8), utilizados para efeitos de transporte;

d) «Teor energético», o poder calorífico inferior de um combustível.



2. São considerados biocombustíveis pelo menos os produtos a seguir indicados:

a) «Bioetanol»: etanol produzido a partir de biomassa e/ou da fracção biodegradável de resíduos, para utilização como biocombustível;

b) «Biodiesel»: éster metílico produzido a partir de óleos vegetais ou animais, com qualidade de combustível para motores diesel, para utilização como biocombustível;

c) «Biogás»: gás combustível produzido a partir de biomassa e/ /ou da fracção biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até à qualidade do gás natural, para utilização como biocombustível, ou gás de madeira;

d) «Biometanol»: metanol produzido a partir de biomassa, para utilização como biocombustível;

e) «Bioéter dimetílico»: éter dimetílico produzido a partir de biomassa, para utilização como biocombustível;

f) «Bio-ETBE (bioéter etil-ter-butílico)»: ETBE produzido a partir do bioetanol; A percentagem volumétrica de bio–

ETBE calculada como biocombustível é de 47 %;

g) «Bio-MTBE (bioéter etil-ter-metílico)»: combustível produzido com base no biometanol. A percentagem volumétrica de bio-MTBE calculada como biocombustível é de 36 %;

h) «Biocombustíveis sintéticos»: hidrocarbonetos sintéticos ou misturas de hidrocarbonetos sintéticos produzidos a partir de biomassa;

i) «Biohidrogénio»: hidrogénio produzido a partir de biomassa e/ou da fracção biodegradável de resíduos, para utilização como biocombustível;

j) «Óleo vegetal puro produzido a partir de plantas oleaginosas »: óleo produzido por pressão, extracção ou métodos comparáveis, a partir de plantas oleaginosas, em bruto ou refinado, mas quimicamente inalterado, quando a sua utilização for compatível com o tipo de motores e os respectivos requisitos relativos a emissões."
 

xicca

GF Ouro
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Biodiesel


biodiesel.jpg

Biodiesel: o combustível ecológico


O que é o biodiesel?


O biodiesel é um combustível renovável, pois é produzido a partir de fontes vegetais (soja, mamona, dendê, girassol, entre outros), misturado com etanol (proveniente da cana-de-açúcar) ou metanol (pode ser obtido a partir da biomassa de madeiras). Ou seja, um combustível totalmente limpo, orgânico e renovável.



A tecnologia de fabricação do biodiesel está em desenvolvimento avançado no Brasil. A Petrobrás possui esta tecnologia e o combustível orgânico já está sendo utilizado em alguns veículos em nosso país. Acredita-se que, para o futuro, este combustível possa, aos poucos, substituir nos veículos os combustíveis fósseis. Será um grande avanço em busca da diminuição da poluição do ar.


Vantagens do biodiesel:

· A queima do biodiesel gera baixos índices de poluição, não colaborando para o aquecimento global
· Gera emprego e renda no campo, diminuindo o êxodo rural
· Trata-se de uma fonte de energia renovável, dependendo da plantação de grãos oleoginosos no campo
· Deixa as economias dos países menos dependentes dos produtores de petróleo
· Produzido em larga escala e com uso de tecnologias, o custo de produção pode ser mais baixo do que os derivados de petróleo.

Desvantagens do biodiesel

· Se o consumo mundial for em larga escala, serão necessárias plantações em grandes áreas agrícolas. Em países que não fiscalizam adequadamente seus recursos florestais, poderemos ter um alto grau de desmatamento de florestas para dar espaço para a plantação de grãos. Ou seja, diminuição das reservas florestais do nosso planeta
· Com o uso de grãos para a produção do biodiesel, poderemos ter o aumento no preço dos produtos derivados deste tipo de matéria-prima ou que utilizam eles em alguma fase de produção. Exemplos: leite de soja, óleos, carne, rações para animais, ovos entre outros.



Fonte: Ecologia e Saúde
 

xicca

GF Ouro
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Eles andam aí, mas continuam a ser um tema estranho ou desconhecido. Biodisel, bioetanol, biogás...sabe o que podem fazer pela economia, pela agricultura e pelo ambiente? Enquanto na Europa se fala de 5.75 % como meta para 2010, no Brasil a taxa de incorporação é de 40%...



Quais as vantagens dos biocombustíveis?

No aspecto político-económico, a grande vantagem é tornar os países mais independentes dos fornecedores de petróleo, não ficando sujeitos às variações de mercado, cujos preços se prevê que subam cada vez mais.

No plano ambiental, a utilização de biocombustíveis tem como consequência a redução da emissão de GEE (Gases com Efeito de Estufa), responsáveis pelo aquecimento global.

Terceira vantagem: gerar desenvolvimento rural, em especial nos países em desenvolvimento e que têm grande potencial para a produção de biomassa (é o caso dos países Africanos, da América Latina e Central e Asiáticos).


O que torna os biocombustíveis menos poluentes?

Um dos principais problemas ambientais da utilização de combustíveis fósseis como a gasolina e o gasóleo é a emissão de GEE para a atmosfera, em especial o CO2 - existem outros gases mais poluentes, mas o que é emitido em maior escala é o dioxido de carbono. Além do petróleo, há no subsolo uma reserva de carbono. O petróleo é a matéria orgânica em decomposição e quando é extraído vem acompanhado do carbono que está no subsolo e que depois é lançado na atmosfera através da queima. Este processo liberta gases que provocam o efeito de estufa e consequentemente o aquecimento global. No caso dos biocombustíveis isso não acontece. No momento em que se processa a planta para a produção de combustível, o carbono que é queimado vem da própria planta (as plantas produzem-no através do sol e do ar). Ou seja, é retirado da atmosfera, e quando queimado é devolvido à atmosfera. É um ciclo que não incrementa a concentração de CO2.


Mas os biocombustíveis não garantem emissão zero de GEE...

Não. O que garantem é uma redução das emissões. Não é zero porque na produção da matéria-prima há um investimento em energia também fóssil. Quanto mais eficiente for o processo produtivo, menor é a emissão de CO2. Um exemplo para ilustrar: a cana-de-açucar nos países tropicais é a matéria-prima mais eficiente hoje em dia para a produção de álcool (bioetanol); se se pensar no rendimento que o álcool fornece, comparado com o investimento de energia que foi feito, podemos pensar em reduções de emissão de CO2 de 86-90% em relação ao uso da gasolina. Quanto ao álcool proveniente do milho, a sua queima representa uma redução das emissões de 20%. Essa diferença está relacionada com os investimentos na produção do milho: esta planta não tem a concentração de açucar que tem a cana-de-açucar e requer muito mais fertilizante e mais manutenção pelo facto de ser uma cultura anual. No final, feitas as contas, o rendimento é muito baixo comparado com o da cana-de-açucar.


E a melhor matéria-prima é a que exige menos interferências no ambiente e menor investimento?

Sim, porque quando uma cultura possui as condições naturais para o seu desenvolvimento, menos será preciso modificar o ambiente para que esta se desenvolva. Assim, menos fertilizante precisa de ser colocado, menos cuidados com as pragas e doenças, a produtividade é maior e o custo de produção menor. Esse custo é o reflexo do pouco investimento que se faz em materiais muitas vezes provenientes de combustíveis fósseis. A vantagem económica está muito ligada à vantagem ambiental.


No Brasil, a cultura mais eficiente para a produção de bioetanol é a cana-de-açucar. E em países como Portugal, onde o biodisel é o combustível com mais expressão, poderiam ser por exemplo os resíduos urbanos?

Os resíduos e não só.

Primeiro: os resíduos urbanos que se encontram nos aterros sanitários. Nestes locais existe uma queima constante de metano (CH4), que é um biogás e que pode ser usado como combustível para transportes, para aquecimento, que pode ser liquefeito; este processo ainda é pouco utilizado apesar do seu potencial. Todas as concentrações urbanas têm aterros sanitários que podem tornar-se grandes fontes de energia.

Segundo: o sebo bovino que os matadouros e os armazéns frigoríficos deitam fora, mas que pode ser aproveitado para a produção de biodisel.

Terceiro: óleos resíduais (de cozinha) que em Portugal são utilizados para produzir biodisel. Se processados adequadamente, dão um biocombustível muito eficiente, além de que se resolve a questão do que fazer com esse resíduo.


Os biocombustíveis podem substituir completamente a gasolina e o gasóleo?

Não, porque os biocombustíveis têm limitações no sentido de que competem por terra e por matéria-prima para a produção de alimentos. Esta é uma questão que já se coloca no Brasil. A produção de alimento vai ter de ser cada dia maior conforme a população vai aumentando. Por isso, nenhum país tem na sua política de fomento do uso de biocombustíveis a intenção de proceder completamente a essa substituição. Os biocombustíveis devem ser uma entre outras opções em matéria de combustíveis.


Já se fala na segunda geração de biocombustíveis. O que a distingue da primeira?

A produção de biocombustíveis de segunda geração envolve um emprego muito maior de tecnologia. No caso do álcool, vamos poder usar qualquer tipo de matéria-prima vegetal ou qualquer tipo de resíduo agrícola para a sua produção. Ou seja, depois de tirarmos os frutos das plantas - que é normalmente a parte que interessa para a alimentação -, tudo o resto pode ser utilizado para a produção de biocombustíveis. Haverá uma diversidade muito maior de matérias-primas e a produtividade daquelas em uso será aumentada. A cana-de-açucar, por exemplo: em vez de se usar somente a sacarose e outros açucares, vai ser usada toda a planta. O mesmo acontece com a planta do milho, a madeira, a palha...qualquer resto vegetal ou resíduo de fibra vegetal. Isto ainda não é uma realidade, mas será em breve.


A União Europeia quer uma redução de 20% das emissões de GEE até 2020. Considera esta uma meta ambiciosa?

Enquanto não estivermos preparados para discutir e assumir uma mudança no estilo de vida, a substituição dos combustíveis fósseis em 20% já é uma meta ambiciosa. Para se atingir mais do que essa percentagem, bom...é uma questão que exige a mudança de comportamento da humanidade.



Entrevista a Catarina Pezzo, no "Noticias magazine" :right:
 

xicca

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Biocombustíveis gasosos: biogás


Actualmente existe em Portugal cerca de uma centena de sistemas de produção de biogás, na sua maior parte proveniente do tratamento de efluentes agro-pecuários (cerca de 85%) e destas cerca de 85% são suiniculturas.

Este aproveitamento que, para além de resolver os problemas de poluição dos efluentes, pode tornar uma exploração agro-pecuária auto-suficiente em termos energéticos. Os efluentes sólidos resultantes podem ser ainda aproveitados como adubo.

O biogás representa actualmente cerca de 3% do consumo energético nacional.

Existe no entanto um potencial muito maior por explorar, o qual está estimado em:


Fonte Energia eléctrica[GWh/ano]
___________________________________________
Agro-pecuário 120
___________________________________________
ETAR's 157
___________________________________________
RSU (aterros) 383
___________________________________________

Existem porém alguns constrangimentos que passam essencialmente por:

- Uma fraca aceitação do processo de digestão anaeróbia, com excepção do tratamento das lamas das ETAR's.

- Pouca relevância dada à valia energética dos projectos ambientais, avaliados essencialmente pela capacidade de tratamento.

- Baixa retribuição da energia eléctrica produzida a partir da digestão anaeróbia, prejudicando assim a amortização dos investimentos.

Alterações recentes ao tarifários poderão levar a uma maior implementação de projectos de aproveitamento de biogás.



Fonte: PER
 

Fonsec@

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Casca de laranja usada para produzir biocombustível

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Um grupo de especialistas da Universidade de São Paulo, em parceria com a Universidade de Córdoba, em Espanha, e a Universidade britânica de York, está a testar um método capaz de produzir biocombustível a partir de cascas de laranja, que poderá vir a ser mais um passo importante no caminho das energias limpas.


A notícia é avançada pelo portal brasileiro Planeta Sustentável, que explica em que consiste o processo: os restos da produção industrial de sumo de laranja, que correspondem anualmente a toneladas de cascas de fruta, são triturados e colocados numa máquina especial. No interior dessa máquina, capaz de processar cerca de seis toneladas de resíduos por hora, as cascas são expostas a altas potências de microondas, que ativam a celulose que contêm.

Posteriormente, a substância é isolada e usada no fabrico de biocombustível que poderá ter várias finalidades, entre elas o abastecimento de automóveis. Além disso, uma vez que a celulose é um elemento central do processo, a técnica poderá funcionar com qualquer produto que contenha a substância, como o papel.

Segundo o Planeta Sustentável, os cientistas acreditam que, futuramente, a tecnologia poderá mesmo ganhar uma aplicação doméstica, podendo ser utilizada por cada um em sua casa. Porém, essa é uma perspetiva longínqua, uma vez que a máquina que desenvolveram custa, por agora, cerca de um milhão de euros.

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