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Roter.Teufel

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Bloqueio de Israel a Gaza leva a escassez de medicamentos. Recuperação de crianças queimadas é lenta e dolorosa

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Bloqueio imposto a 2 de março impede entrada de medicamentos, alimentos, combustível e outros bens.

O bloqueio de Israel à entrada de medicamentos, alimentos, combustível e outros bens em Gaza está a conduzir vários feridos a uma recuperação lenta e dolorosa. Para os doentes queimados, a situação torna-se particularmente penosa.

Iman Abu Shabab disse à Associated Press que a recuperação do filho, Hamza, de 7 anos, que sofre com queimaduras de terceiro grau, tem sido condicionada pelo bloqueio israelita, imposto desde 2 de março. As queimaduras do menino infetaram devido ao escasso fornecimento de antibióticos e o seu sistema imunitário está enfraquecido devido à má nutrição. “Se não houvesse um cerco ou se fosse um país diferente, ele teria sido tratado e curado das suas feridas”, disse Iman Abu Shabab, junto do filho que se encontra no Hospital Nasser em Khan Younis.

Os hospitais, incluindo o de Nasser, têm falta de analgésicos, anestésicos, pensos e material de higiene, disse Julie Faucon, coordenadora médica de Médicos Sem Fronteiras para Gaza e a Cisjordânia ocupada à mesma fonte.

Hamza ficou com queimaduras depois de ter derramado comida quente sobre o corpo, ao assustar-se com um bombardeamento.

Os casos de queimaduras graves aumentaram desde que Israel retomou os ataque a Gaza, a meados de março. No Hospital Nasser, o número de pacientes a dar entrada com queimaduras graves quadruplicou, passando de cinco para 20 por dia, segundo os Médicos Sem Fronteiras, que apoiam as instalações. As queimaduras também são maiores, cobrindo até 40% do corpo das pessoas, disse Julie Faucon.

A médica explicou à AP que alguns pacientes acabam por morrer porque as queimaduras afetam as vias aéreas e a respiração ou porque desenvolvem infeções graves.

Hamza é um dos mais de 70 doentes internados na ala de queimaduras e ortopedia do Hospital Nasser, que corresponde ao número máximo de doentes que o hospital pode acolher, mas continuavam a chegar feridos a requerer cuidados médicos.

Subnutrição atrasa a recuperação

Noutra sala, Layan Ibrahim Sahloul, de 4 anos, com queimaduras de segundo grau no rosto, no pé e no estômago, brinca com bonecas. Há uma semana, um ataque à sua casa em Khan Younis matou a mãe grávida e os dois irmãos, que ficaram soterrados pelos escombros.

Layan tem dificuldade em mover-se e tornou-se retraída, num constante estado de medo e também sobre de subnutrição, afirmou a sua tia, Raga Sahloul, à Associated Press. “Tenho medo de que ela leve meses em vez de semanas a sarar”, disse a tia.

O número de crianças subnutridas aumentou com a proibição de entrada de alimentos em Gaza imposta por Israel. Sem uma nutrição adequada, a recuperação dos doentes é mais lenta e o combate a infeções torna-se mais difícil, explicam os profissionais de saúde.

Na reunião do Gabinete de Segurança de Netanyahu, esta semana, que decidiu alargar as operações em Gaza, foi dito aos ministros que “nesta altura há alimentos suficientes em Gaza”, sem entrar em pormenores, de acordo com dois funcionários israelitas, que falaram sob condição de anonimato para discutir a reunião.

Israel afirma que o bloqueio e a nova campanha militar têm como objetivo pressionar o Hamas a libertar os restantes 59 reféns que detém e a aceder às exigências israelitas de desarmamento.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos já alertaram para a fome em Gaza e afirmam que o bloqueio é uma "política de fome" e um potencial crime de guerra.

As Nações Unidas, por sua vez, já alertaram para o facto de o sistema de saúde de Gaza estar à beira do colapso, sobrecarregado pelo aumento das vítimas e com medicamentos essenciais a esgotarem-se.

Vida em tendas sem condições adequadas para a recuperação

Os profissionais de saúde explicam que as condições da vida em tendas, expostas ao sol, calor e sujidade, prejudicam também a recuperação adequada.

Mira al-Khazandar, de 10 anos, ficou gravemente queimada nos braços e no peito quando foi atingida por um ataque aéreo, próximo da tenda onde habita. Foi tratada no hospital, mas regressou à tenda, onde sofre com areia e mosquitos. Mira tem de se deslocar com frequência ao hospital, ficando ao sol à espera de transporte - o que aumenta o risco de infeção.

"Está a recuperar lentamente, porque não há tratamento, nem medicamentos, nem comida", disse a mãe da menina. "Está cansada, não consegue dormir toda a noite por causa das dores, mesmo quando lhe dou medicamentos, não ajuda", completou.

75% dos veículos de socorro na Faixa de Gaza imobilizados por falta de combústivel

A Defesa Civil Palestiniana disse esta quinta-feira que 75% dos seus veículos de socorro na Faixa de Gaza foram imobilizados devido à falta de combustível, uma vez que Israel bloqueou a ajuda no território desde 2 de março.

"Setenta e cinco por cento dos nossos veículos estão parados por falta de gasóleo", disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, à agência de Notícias France Press.

Mahmoud Baçal alertou também para uma grave escassez de geradores de energia e máquinas de oxigénio.

Correio da Manhã
 
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