Portal Chamar Táxi

Bruxelas adverte Portugal por violar lei sobre água potável

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,470
Gostos Recebidos
1
Bruxelas adverte Portugal por violar lei sobre água potável

A Comissão Europeia enviou hoje uma última advertência a Portugal por incumprimento da legislação comunitária sobre água potável, oito anos após a sua entrada em vigor, ameaçando pedir ao Tribunal de Justiça europeu a aplicação de multas diárias.

Lembrando que já há três anos, na sequência de um processo intentando pela Comissão, o Tribunal de Justiça declarou que a água potável em Portugal infringia a directiva por não cumprir sete dos seus requisitos, Bruxelas dá agora dois meses a Lisboa para cumprir esse acórdão de 2005.

«É inaceitável que, passado tanto tempo, Portugal não garanta ainda a segurança da água potável em todo o país. Este problema representa uma ameaça para a saúde humana e deve ser rapidamente resolvido», afirmou hoje o comissário europeu do Ambiente, Stavros Dimas.

O comissário acrescentou que, «se tal não acontecer, a Comissão encarará a possibilidade de requerer ao Tribunal de Justiça a aplicação de coimas a Portugal por cada dia em que persista o incumprimento».

A directiva (lei comunitária) relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano, de 1998, tem por objectivo garantir a segurança de toda a água potável estabelecendo limites rigorosos para as concentrações toleradas de microrganismos e produtos químicos.

A água potável deve ser regularmente controlada para assegurar o cumprimento da directiva.

No seu acórdão de 2005, o Tribunal de Justiça declarou que a água potável em Portugal infringia a directiva por não cumprir sete dos seus requisitos relativos, nomeadamente, a coliformes fecais, coliformes totais, estreptococos fecais, Clostridia perfringens, alumínio, ferro e manganês.

Segundo a Comissão, desde o acórdão «as autoridades portuguesas adoptaram várias medidas para resolver o problemas como a criação de um organismo único para a gestão dos sistemas de controlo da água, medidas de controlo da qualidade da água e de desinfecção da água nas redes de distribuição, bem como a modernização das infra-estruturas», mas persistem atrasos.

Bruxelas aponta que se registam «atrasos na aplicação de algumas destas medidas e os projectos de infra-estruturas no domínio da água não deverão estar concluídos antes de 2013».

«Entretanto, o mais recente relatório de controlo revela que a água potável em muitas áreas de Portugal continua a não respeitar os limites microbiológicos estabelecidos no acórdão do Tribunal», aponta o executivo comunitário.


Diário Digital / Lusa
 

xicca

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Abr 10, 2008
Mensagens
3,080
Gostos Recebidos
1
Ministério do Ambiente garante que água distribuída em Portugal não constitui ameaça à saúde


O Ministério do Ambiente negou ontem que a água para consumo humano distribuída em Portugal constitua uma ameaça para a saúde, em reacção a uma advertência da Comissão Europeia por incumprimento da lei sobre água potável.

A Comissão Europeia enviou ontem uma última advertência a Portugal por incumprimento da legislação comunitária sobre água potável, oito anos após a sua entrada em vigor, ameaçando pedir ao Tribunal Europeu de Justiça a aplicação de multas diárias.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR) apoia-se nas autoridades de saúde para afirmar que "não há evidências" de que os incumprimentos verificados se tenham traduzido em doenças transmitidas pela água distribuída. Lembra que "nem houve relatos de surtos epidemiológicos associados à ingestão de água para consumo humano de qualidade insuficiente".

O incumprimento denunciado pela Comissão Europeia refere-se "aos anos de 1999 e 2000", com "um enquadramento muito diverso do actualmente existente", salienta o comunicado do Ministério do Ambiente.

Segundo o Ministério, a qualidade da água para consumo humano continua a melhorar "consistentemente" e "a quase universalidade da população dispõe de uma água fornecida pelos serviços públicos de abastecimento de boa qualidade".

O ministério reconhece que há um esforço a fazer para melhorar algumas situações, especialmente no interior, "em zonas de abastecimento com menos de cinco mil habitantes, com maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros".

Quercus aplaude advertência de Bruxelas

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza aplaudiu esta advertência a Portugal e lembrou que 63 mil portugueses continuam a ser abastecidos por água de má qualidade.

"É verdade que a situação melhorou desde 2005 [quando foi aberto o processo contra Portugal], quando cerca de 200 mil portugueses eram abastecidos por água de má qualidade, mas os últimos dados mostram que 63 mil pessoas continuam nessa situação", afirmou Francisco Ferreira, da Quercus.

A razão do incumprimento, segundo o ambientalista, é a "desinfecção insuficiente" da água que chega a casa daquelas mais de 60 mil pessoas.

"Acho muito bem esta terceira advertência. A legislação é para cumprir de forma exemplar. Qualquer ultrapassagem do limite deve ser uma excepção. Não se pode tolerar que entre cinco a oito por cento do total de análises revele uma violação dos parâmetros", defendeu Francisco Ferreira.




Público
 
Topo