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Byblos abre segunda-feira ciclo «Letras do Mundo» com Israel

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Byblos abre segunda-feira ciclo «Letras do Mundo» com Israel

Suscitar a curiosidade sobre novos escritores de outras paragens é o objectivo do ciclo «Letras do Mundo», promovido pela Livraria Byblos, em Lisboa, cuja primeira edição, dedicada a Israel, começa segunda-feira, dia 26 de Maio.

«A ideia é suscitar a curiosidade e o interesse sobre uma literatura já mais ou menos conhecida pelo público-leitor», explicou Jorge Campos da Costa, da Byblos, adiantando que «não faz sentido organizar um evento deste género sobre uma literatura que nos seja absolutamente desconhecida, até pela ausência de traduções».

A escolha de Israel é justificada por ter «uma literatura vibrante e muito viva», além das comemorações do 60º aniversário do Estado de Israel, que se assinala este ano. O responsável salientou que, actualmente, vários autores escrevem em hebraico, que foi uma língua sagrada durante dois mil anos e «agora é uma língua da rua e de criação literária».

«Com o movimento sionista, que levou à criação do Estado de Israel, há 60 anos, há ressurgimento do hebreu como língua que saiu do templo e veio para a rua», explicou Campos da Costa. Lúcia Liba Mucznik, tradutora para português de autores como Amos Oz, David Grossman, Alona Kimhi ou Etgar Keret, que participará neste ciclo, afirmou que «a literatura hebraica criou-se ao mesmo tempo que se reinventou a língua», sublinhando que, «se a língua é sempre criada pelos escritores, o caso israelita foi mais radical, pois à excepção de alguma poesia, o hebraico estava confinado ao templo».

A tradutora irá, quarta-feira à tarde, dia 28 de Maio, abordar na sua palestra esta questão, nomeadamente «de como se reinventou a língua e se renovou. Até a sintaxe teve de ser modernizada». Durante a palestra citará alguns escritores, nomeadamente dois favoritos seus, Aharon Appelseld e Etgar Keret. «São dois escritores muito diferentes, o primeiro marcado pelo holocausto, o segundo já nasceu com o Estado de Israel criado e escreveu contos minimalistas, com um humor cáustico», explicou.

Segunda-feira, um concerto de música klezmer abre o ciclo com o Quinteto Mucznik, a que assistirá o embaixador de Israel, Aaron Ram. O quinteto é constituído por Ian Mucznik (voz e guitarra), Luís Bastos (clarinete), Nuno Reis (trompete), Filipe Rocha (contrabaixo) e Rui Alves (bateria). Terça-feira à tarde, 27 de Maio, Rami Saari lerá em hebraico poemas seus e Nuno Moura fará a tradução para português. Às 19:00 horas, o escritor judeu Richard Zimler, autor de «O último cabalista de Lisboa», apresentará uma palestra intitulada «Em busca de identidade: Paralelismos entre a ficção de diáspora e ficção israelita». O escritor, a residir no Porto, «irá reflectir sobre a identidade judaica, pois há literatura judaica escrita noutras línguas que não apenas o hebreu«, disse Jorge Campos da Costa.

«A literatura hebraica - afirmou Lúcia Liba Mucznik - diferencia-se das outras literaturas antes de mais pela reinvenção da língua, depois porque reflecte o multiculturalismo da diáspora judaica e por outro lado, há a ideia, pelos menos até à década de 1940, de criar o judeu/homem novo por oposição ao judeu do diáspora». A tradutora falará quarta-feira às 18:30, uma comunicação intitulada «Do Texto Sagrado para a rua: Reflexões em torno da Língua e da Literatura Hebraicas Contemporâneas».

Neste ciclo, participam também os escritores portugueses Lídia Jorge, que falará sexta-feira, sobre a obra «Em carne viva«, de David Grossman, e Rui Zink conversará com o público (4 de Junho) em torno de Amos Oz. O ciclo encerra dia 5 de Junho, com uma palestra de Esther Mucznik, investigadora de Estudos Judaicos e co-autora e editora da obra «Israel, ontem e hoje«, sobre «Israel ou a Difícil Busca da Normalidade«, estando já previsto «um novo ciclo em finais de Setembro ou princípios de Outubro«, disse Campos da Costa.






Fonte:Lusa
 
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