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Cândida Almeida. A procuradora que recusou ir para o Supremo

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Cândida Almeida. A procuradora que recusou ir para o Supremo

31/12/2010 • 08:47
MM

Anónimo



A primeira magistrada do Ministério Público esteve quase a ir para o Supremo Tribunal de Justiça. Mas recuou para não trair a sua equipa.

Foi a primeira mulher a entrar para o Ministério Público (MP), pouco depois do 25 de Abril de 1974. Descrita pelos colegas de magistratura como uma pessoa serena e competente, Cândida Almeida está longe de ser uma figura consensual: a sua postura à frente do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) não colhe as melhores opiniões junto da magistratura judicial. Depois de quase 40 anos dedicados à investigação criminal, a procuradora-geral adjunta vai ser alvo de um processo disciplinar por não ter impedido a inclusão, no despacho final do inquérito ao caso Freeport, das 27 perguntas a José Sócrates - que nunca foram formuladas e às quais o primeiro-ministro nunca respondeu.

Em 2007, Cândida Almeida esteve prestes a deixar o DCIAP, depois de a sua candidatura ao Supremo Tribunal de Justiça ter sido aceite. Mas a procuradora acabou por recuar, já em Novembro desse ano: segundo fontes próximas, o facto de ter em mãos casos complexos como o processo Portucale e a operação Furacão, para os quais tinha convidado várias pessoas para trabalhar consigo, levaram--na a manter-se na direcção do DCIAP, em vez de assumir o cargo de conselheira do STJ. "Temia que a mudança fosse vista como uma traição, havia muitas responsabilidades em jogo", garante a mesma fonte, para quem a decisão de não assumir o cargo no STJ representa apenas uma "opção de carreira".

Do lado da magistratura judicial, o discurso afina noutro tom: "A maior parte dos magistrados em topo de carreira opta por um cargo mais tranquilo, como o de conselheiro", adianta um juiz contactado pelo i.

De Moçambique a Grândola Quando Cândida Almeida começou a trabalhar no MP, as mulheres não eram muito populares no meio judicial. Mas o facto de ser das poucas magistradas ao serviço não teve qualquer influência na forma como era tratada pelos restantes colegas. "Naquela altura, em 1974, destacou-se muito por ser a magistrada com mais experiência. Por causa da guerra colonial, não havia praticamente quadros no MP", lembra um colega da magistratura.

In Noticias Juridicas
 
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