Rotertinho
GF Ouro
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Verão: Temperaturas ultrapassaram os 40º em várias zonas do País
Calor leva jovens a desafiar o perigo
Mergulhar do tabuleiro da ponte D. Luís, no Porto, para o rio Douro – o que representa uma altura de cerca de 25 metros – é já quase uma tradição para a maioria dos jovens da Ribeira, e nem o registo de mortos e feridos terminou com aquilo que para muitos é apenas "uma brincadeira".
As elevadas temperaturas que se têm feito sentir nos últimos dias, e que em algumas zonas do País ultrapassaram os 40 graus, levaram os jovens a mais uma vez desafiar o perigo. A última tragédia sucedeu em 2006, altura em que um jovem de 17 anos, natural de Gaia, morreu após ter saltado da estrutura.
Para muitos, mergulhar da ponte é apenas um desafio, para outros atinge proporções mais extremas. Há casos de jovens que saltam aliciados pelo dinheiro que alguns turistas atiram propositadamente para o rio.
Ontem à tarde, a situação voltou a acontecer. Ainda não eram 14h00 e já dezenas de jovens, muito deles menores de 14 anos, se preparavam para se refrescar nas águas do Douro, numa altura do dia em que as temperaturas em Portugal atingiam o seu ponto mais alto.
O plano dos adolescentes é sempre o mesmo: um grupo sobe ao tabuleiro da ponte e, inicialmente, começa por se agarrar com as mãos à estrutura balançado o corpo. Depois, praticamente sincronizados, os jovens saltam para o rio. À medida que as horas avançam, várias pessoas acabam mesmo por ficar no local a ver a 'brincadeira'. Muitas vezes há aplausos e até fotografias.
Também no YouTube há já vários vídeos nos quais se vêem crianças e jovens a saltar da ponte.
Apesar dos vários avisos por parte das autoridades, os adolescentes continuam a arriscar a vida. Muitos fazem mesmo apostas para ver quem consegue saltar de uma altura mais elevada.
Embora o risco seja muito elevado, saltar da ponte D. Luís para o rio Douro está a tornar-se um verdadeiro fenómeno, que ano após ano ganha mais adeptos. Vêm não só na cidade do Porto, como também dos arredores.
PORMENORES
ESTREMOZ
Mais de 60 bombeiros combateram um incêndio florestal na Serra d’Ossa, Estremoz.
FIGUEIRÓ DOS VINHOS
Uma viatura dos B. V. de Figueiró dos Vinhos colidiu com um ligeiro, a caminho de um fogo. Os quatro ocupantes do automóvel ficaram feridos, dois com gravidade.
PENELA
Um fogo deflagrou em Penela. Foi combatido por 114 bombeiros e 45 elementos do GIPS.
LISBOA
Um incêndio na estrada de Chelas, nos terrenos de uma antiga fábrica de químicos, provocou algum pânico entre moradores.
CHAMADAS PARA A LINHA SAÚDE 24 AUMENTAM
O aumento das temperaturas fez disparar o número de chamadas para a Linha Saúde 24. De acordo com José Robalo, subdirector-geral da Saúde (DGS), passou-se de 'uma, duas chamadas por dia para mais de 20', sendo que a grande maioria 'procurava apenas informações sobre como se comportar perante o calor'.
Com a decisão da Protecção Civil de alargar o alerta amarelo até amanhã em todos os distritos do continente, a DGS emitiu ontem um comunicado a alertar a população para os cuidados a ter com o calor. Crianças e idosos devem evitar exposições ao sol e procurar ingerir água com frequência.
FALHA NO ALERTA DO OZONO
Os alertas para os níveis de ozono em regiões do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo não chegaram às populações. Hélder Spínola, da Quercus, acusa a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo de não ter emitido qualquer alerta, quando a estação do Restelo registou valores acima dos 180 microgramas por metro cúbico de ar, o mínimo para se alertar a população.
INCÊNDIO CONSOME ZONA DE FLORESTA
As elevadas temperaturas que se fizeram sentir levaram a que um incêndio nos lugares de Piaras e Laras, em Monção, se reacendesse por diversas vezes durante a tarde de ontem. O fogo, que teve início já ontem às 03h20, consumiu uma vasta área de pinhais e mato. Por volta das 10h00, o incêndio entrou em fase de rescaldo, mas cerca de três horas depois reacendeu-se.
O facto de a zona onde o incêndio estava activo ser de difícil acesso para os bombeiros complicou o combate às chamas.
Durante várias horas, três corporações de bombeiros do distrito de Viana do Castelo combateram as chamas.
Por volta das 14h30, foi mesmo necessário recorrer a dois helicópteros bombardeiros, bem como pedir reforço de bombeiros à corporação de Vila Nova de Cerveira. No local estiveram ainda elementos da Polícia Marítima de Caminha, que garantiram a segurança do abastecimento dos aviões Canadair, que também ajudaram no combate ao fogo.
No total, estiveram 43 bombeiros no local.
DISCURSO DIRECTO
'LIMPEZA NÃO FOI MUITA', Xavier Viegas, Investigador e Professor Universitário
Correio da Manhã – Que previsão para a época de incêndios?
Xavier Viegas – Este ano houve muita chuva na Primavera, o que fez crescer muita vegetação nas matas. Agora, com o tempo seco, essa vegetação pode criar problemas e transformar a floresta num barril de combustível.
– O País está mais preparado para o combate aos fogos?
– Nunca se pode dizer que está preparado. A esse nível nenhum país do Mundo está – veja-se os casos da Austrália e dos Estados Unidos. No entanto, reconheço que temos evoluído muito em termos de meios disponíveis e na forma de combate.
– E na prevenção?
– A prevenção ainda é o aspecto fraco do sistema.O trabalho de limpeza não foi muito este ano, em parte devido à chuva.
BRAGANÇA: ACORDAR MAIS CEDO
O calor intenso que se tem sentido nos últimos dias tem obrigado os habitantes das aldeias de Bragança a madrugar ainda mais para irem para o campo trabalhar
FARO: CHUVA ÀS 22 HORAS
Uma chuvada intensa caiu sobre Faro ontem à noite, por volta das 22h23. A precipitação durou pouco mais de cinco minutos, com as temperaturas a manterem-se elevadas
TONDELA: ACIDENTE COM 'HELI'
Um helicóptero de combate aos incêndios aterrou ontem de emergência, em Tondela, após ter embatido com uma das pás num eucalipto. A aeronave auxiliava na extinção de um fogo
Correio Manha
Calor leva jovens a desafiar o perigo
Mergulhar do tabuleiro da ponte D. Luís, no Porto, para o rio Douro – o que representa uma altura de cerca de 25 metros – é já quase uma tradição para a maioria dos jovens da Ribeira, e nem o registo de mortos e feridos terminou com aquilo que para muitos é apenas "uma brincadeira".
As elevadas temperaturas que se têm feito sentir nos últimos dias, e que em algumas zonas do País ultrapassaram os 40 graus, levaram os jovens a mais uma vez desafiar o perigo. A última tragédia sucedeu em 2006, altura em que um jovem de 17 anos, natural de Gaia, morreu após ter saltado da estrutura.
Para muitos, mergulhar da ponte é apenas um desafio, para outros atinge proporções mais extremas. Há casos de jovens que saltam aliciados pelo dinheiro que alguns turistas atiram propositadamente para o rio.
Ontem à tarde, a situação voltou a acontecer. Ainda não eram 14h00 e já dezenas de jovens, muito deles menores de 14 anos, se preparavam para se refrescar nas águas do Douro, numa altura do dia em que as temperaturas em Portugal atingiam o seu ponto mais alto.
O plano dos adolescentes é sempre o mesmo: um grupo sobe ao tabuleiro da ponte e, inicialmente, começa por se agarrar com as mãos à estrutura balançado o corpo. Depois, praticamente sincronizados, os jovens saltam para o rio. À medida que as horas avançam, várias pessoas acabam mesmo por ficar no local a ver a 'brincadeira'. Muitas vezes há aplausos e até fotografias.
Também no YouTube há já vários vídeos nos quais se vêem crianças e jovens a saltar da ponte.
Apesar dos vários avisos por parte das autoridades, os adolescentes continuam a arriscar a vida. Muitos fazem mesmo apostas para ver quem consegue saltar de uma altura mais elevada.
Embora o risco seja muito elevado, saltar da ponte D. Luís para o rio Douro está a tornar-se um verdadeiro fenómeno, que ano após ano ganha mais adeptos. Vêm não só na cidade do Porto, como também dos arredores.
PORMENORES
ESTREMOZ
Mais de 60 bombeiros combateram um incêndio florestal na Serra d’Ossa, Estremoz.
FIGUEIRÓ DOS VINHOS
Uma viatura dos B. V. de Figueiró dos Vinhos colidiu com um ligeiro, a caminho de um fogo. Os quatro ocupantes do automóvel ficaram feridos, dois com gravidade.
PENELA
Um fogo deflagrou em Penela. Foi combatido por 114 bombeiros e 45 elementos do GIPS.
LISBOA
Um incêndio na estrada de Chelas, nos terrenos de uma antiga fábrica de químicos, provocou algum pânico entre moradores.
CHAMADAS PARA A LINHA SAÚDE 24 AUMENTAM
O aumento das temperaturas fez disparar o número de chamadas para a Linha Saúde 24. De acordo com José Robalo, subdirector-geral da Saúde (DGS), passou-se de 'uma, duas chamadas por dia para mais de 20', sendo que a grande maioria 'procurava apenas informações sobre como se comportar perante o calor'.
Com a decisão da Protecção Civil de alargar o alerta amarelo até amanhã em todos os distritos do continente, a DGS emitiu ontem um comunicado a alertar a população para os cuidados a ter com o calor. Crianças e idosos devem evitar exposições ao sol e procurar ingerir água com frequência.
FALHA NO ALERTA DO OZONO
Os alertas para os níveis de ozono em regiões do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo não chegaram às populações. Hélder Spínola, da Quercus, acusa a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo de não ter emitido qualquer alerta, quando a estação do Restelo registou valores acima dos 180 microgramas por metro cúbico de ar, o mínimo para se alertar a população.
INCÊNDIO CONSOME ZONA DE FLORESTA
As elevadas temperaturas que se fizeram sentir levaram a que um incêndio nos lugares de Piaras e Laras, em Monção, se reacendesse por diversas vezes durante a tarde de ontem. O fogo, que teve início já ontem às 03h20, consumiu uma vasta área de pinhais e mato. Por volta das 10h00, o incêndio entrou em fase de rescaldo, mas cerca de três horas depois reacendeu-se.
O facto de a zona onde o incêndio estava activo ser de difícil acesso para os bombeiros complicou o combate às chamas.
Durante várias horas, três corporações de bombeiros do distrito de Viana do Castelo combateram as chamas.
Por volta das 14h30, foi mesmo necessário recorrer a dois helicópteros bombardeiros, bem como pedir reforço de bombeiros à corporação de Vila Nova de Cerveira. No local estiveram ainda elementos da Polícia Marítima de Caminha, que garantiram a segurança do abastecimento dos aviões Canadair, que também ajudaram no combate ao fogo.
No total, estiveram 43 bombeiros no local.
DISCURSO DIRECTO
'LIMPEZA NÃO FOI MUITA', Xavier Viegas, Investigador e Professor Universitário
Correio da Manhã – Que previsão para a época de incêndios?
Xavier Viegas – Este ano houve muita chuva na Primavera, o que fez crescer muita vegetação nas matas. Agora, com o tempo seco, essa vegetação pode criar problemas e transformar a floresta num barril de combustível.
– O País está mais preparado para o combate aos fogos?
– Nunca se pode dizer que está preparado. A esse nível nenhum país do Mundo está – veja-se os casos da Austrália e dos Estados Unidos. No entanto, reconheço que temos evoluído muito em termos de meios disponíveis e na forma de combate.
– E na prevenção?
– A prevenção ainda é o aspecto fraco do sistema.O trabalho de limpeza não foi muito este ano, em parte devido à chuva.
BRAGANÇA: ACORDAR MAIS CEDO
O calor intenso que se tem sentido nos últimos dias tem obrigado os habitantes das aldeias de Bragança a madrugar ainda mais para irem para o campo trabalhar
FARO: CHUVA ÀS 22 HORAS
Uma chuvada intensa caiu sobre Faro ontem à noite, por volta das 22h23. A precipitação durou pouco mais de cinco minutos, com as temperaturas a manterem-se elevadas
TONDELA: ACIDENTE COM 'HELI'
Um helicóptero de combate aos incêndios aterrou ontem de emergência, em Tondela, após ter embatido com uma das pás num eucalipto. A aeronave auxiliava na extinção de um fogo
Correio Manha