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Carjacking e solitários dominam crime violento

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Mar 7, 2009
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O carjacking, os multibanco e os roubos a estabelecimentos dominam a subida do crime violento, mas os dados de 2009 são já inferiores aos do ano passado. Em contrapartida, foram detectados novos gangues de Leste.
Estudar estes fenómenos é o objectivo dos grupos de trabalho que estão já a funcionar no âmbito do Sistema de Segurança Interna (SSI) e na GNR e na PSP, face ao crescimento do crime violento, na ordem dos 10,7 por cento, com um pico "anormal" de 17 por cento no Verão, reconhecido pelo próprio secretário-geral do SSI, Mário Mendes. E ontem de manhã houve reunião no plenário do Gabinete Coordenador de Segurança, presidida por Rui Pereira, onde foram analisados os dados da criminalidade e as soluções.
A questão é que as autoridades policiais, em particular a PSP e a GNR, as estruturas que mais lidam com os crimes que mais atingem a população, estão convictas de que se está perante dois tipos de actuação, uma praticada por gangues outra por indivíduos solitários, e "cada um deles tem a sua própria motivação", adiantou ao JN uma fonte da GNR.
A constituição dos grupos de trabalho foi determinada depois de terem sido conhecidos os dados relativamente ao aumento da criminalidade, em particular, em Lisboa, Porto e Setúbal. A subida da criminalidade era já esperada por parte das forças policiais, mas o objectivo agora é tentar perceber a sua razão de ser e as motivações para melhor poder combater os fenómenos.
É que se a actividade grupal está identificada e a sua perseguição se insere na tradicional acção policial, já os "solitários" armados simplesmente com uma faca ou uma pistola são de muito difícil detecção ou de conduta imprevisível. E em qualquer um dos casos, em grupo ou isoladamente, "cada indivíduo chega a cometer quatro e cinco crimes", uma prática que faz subir os índices estatísticos da criminalidade.
Os "solitários", por exemplo, têm sido muito comuns nos assaltos a bancos - com um aumento de 230 casos em 2007 para 468 em 2008 -, uma actuação que pode estar associada à crise económica e às dificuldades financeiras, mas também ao consumo de droga, com uma prática conhecida a nível do roubo por esticão e com recurso à arma branca.
Mas este último tipo de criminoso é também responsável pela actuação em estabelecimentos comerciais, em particular farmácias e bombas de gasolina - igualmente alvo da criminalidade grupal -, onde se verificou um aumento da ordem dos 18%.
A criação por parte da GNR e da PSP das equipas anticarjacking, com recurso a unidades especiais, e a sua operação a partir de Setembro e Outubro teve reflexos imediatos, em particular em Lisboa e Setúbal - onde o crime violento chegou a subir 24% - não tanto pelas detenções mas mais pela dissuasão.
Na preocupação das autoridades estão também os roubos a ourivesarias e os furtos em residências, se bem que já fora da estatística do crime violento. Uns e outros estão associados a novos gangues de Leste, os primeiros com origem na Ucrânia e Roménia e os segundos com origem na Croácia. Os primeiros têm tido práticas muito violentas, enquanto os segundos estão a recorrer a menores para entrarem em residências. A Divisão de Investigação Criminal do Porto desmantelou este ano uma rede que operava no Norte e no Tribunal de Almada decorre um inquérito contra outra rede que opera no Centro e Sul.
«JN»
 
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