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Presidente da República recebe o presidente do Parlamento, que lhe comunicará a rejeição do programa do governo. E depois estará com o primeiro-ministro para decidir o futuro
O presidente da Assembleia da República vai hoje, pelas 15.45, explicar em menos de 15 minutos ao Presidente da República o que se passou nos dois últimos dias no Parlamento, e que culminou com a rejeição do programa do XX governo constitucional. Cavaco Silva parece não ter tomado ainda uma decisão definitiva sobre o futuro do país. Tanto mais que vai ouvir um conjunto de personalidades nos próximos dias.Hoje, pelas 16.30, recebe o primeiro-ministro Passos Coelho para a habitual reunião semanal, que nesta semana foi antecipada em um dia. O primeiro-ministro demissionário deverá sair da reunião sem um sinal sobre o que o Presidente tenciona fazer para solucionar a crise política.O Presidente da República inicia, entretanto, um processo de consultas a diferentes personalidades e é mesmo muito provável que dê nota pública da lista de quem tenciona ouvir. Sem obrigação legal de ouvir o Conselho de Estado, o Presidente não deu sinais de o querer convocar - o que aliás está de acordo com a sua prática: o Chefe do Estado tem sido sempre muito contido na convocação deste órgão político de consulta.Com Passos Coelho, a reunião será certamente bem mais prolongada - e um ponto único na agenda: que futuro para o XX governo constitucional. Cavaco Silva tem duas opções: aceitar a decisão do Parlamento e indigitar o líder do segundo partido mais votado (António Costa do PS), ou recusar o chumbo e manter o executivo em funções. E neste capítulo o primeiro-ministro abriu ontem a porta a todos os cenários para o Presidente da República poder decidir.No discurso de encerramento do debate do programa do governo na Assembleia da República, Passos Coelho rematou o seu discurso dizendo presente à luta na oposição. "Sempre disse que não abandonava o meu país, e não o abandono. Se não me deixam lutar por ele à frente do governo, como quiseram os eleitores, lutarei no Parlamento, porque me orgulho de ter muito respeito." Antes, dirigiu-se às bancadas da esquerda para duvidar dos acordos mínimos assinados por PS, BE e PCP. "Se esta maioria negativa que hoje se propõe derrubar o governo o fizer, tem moralmente a obrigação de se converter numa maioria positiva, e é assim que deve ser conduzida, com sentido de responsabilidade, perante o senhor Presidente da República." Mas, notou o primeiro-ministro, "os acordos políticos que foram realizados não sustentam essa visão de maioria positiva".O tempo de BelémPassos não disse nada sobre o que poderá fazer se Cavaco tiver a mesma leitura. De que a esquerda se uniu numa "maioria negativa" e que, nesse caso, poderá não indigitar Costa como primeiro-ministro.Já o secretário-geral do PS chutou a responsabilidade para Belém. "Aguardemos que o Presidente da República proceda, num prazo que entenda, à designação de um novo primeiro-ministro, à formação de um governo e que esse se apresente na Assembleia da República." Sem prazo de validade, que é como quem diz, sem pressionar Cavaco Silva. O Presidente, disse Costa, "saberá qual é o calendário" para responder às competências que lhe estão atribuídas, explicou aos jornalistas, no final dos dois dias de debate.De manhã, a ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha recuperado a expressão do "cofres cheio", "uma margem financeira de 7,8 mil milhões de euros". Se, por um lado, ficar sem estas margens, terá "um preço elevado", como notou, por outro, este "cofre cheio" pode acomodar e acautelar as necessidades de um governo de gestão.O tempo agora é de Belém. À agenda preenchida de Cavaco Silva, a Presidência da República deverá ainda somar uma deslocação de dois dias à Madeira na próxima semana, a 16 e 17. Desta vez, sem as Selvagens no roteiro, de onde assistiu há dois anos ao desmoronar do "compromisso de salvação nacional" para que tinha desafiado então o PSD, PS e CDS.
dn

O presidente da Assembleia da República vai hoje, pelas 15.45, explicar em menos de 15 minutos ao Presidente da República o que se passou nos dois últimos dias no Parlamento, e que culminou com a rejeição do programa do XX governo constitucional. Cavaco Silva parece não ter tomado ainda uma decisão definitiva sobre o futuro do país. Tanto mais que vai ouvir um conjunto de personalidades nos próximos dias.Hoje, pelas 16.30, recebe o primeiro-ministro Passos Coelho para a habitual reunião semanal, que nesta semana foi antecipada em um dia. O primeiro-ministro demissionário deverá sair da reunião sem um sinal sobre o que o Presidente tenciona fazer para solucionar a crise política.O Presidente da República inicia, entretanto, um processo de consultas a diferentes personalidades e é mesmo muito provável que dê nota pública da lista de quem tenciona ouvir. Sem obrigação legal de ouvir o Conselho de Estado, o Presidente não deu sinais de o querer convocar - o que aliás está de acordo com a sua prática: o Chefe do Estado tem sido sempre muito contido na convocação deste órgão político de consulta.Com Passos Coelho, a reunião será certamente bem mais prolongada - e um ponto único na agenda: que futuro para o XX governo constitucional. Cavaco Silva tem duas opções: aceitar a decisão do Parlamento e indigitar o líder do segundo partido mais votado (António Costa do PS), ou recusar o chumbo e manter o executivo em funções. E neste capítulo o primeiro-ministro abriu ontem a porta a todos os cenários para o Presidente da República poder decidir.No discurso de encerramento do debate do programa do governo na Assembleia da República, Passos Coelho rematou o seu discurso dizendo presente à luta na oposição. "Sempre disse que não abandonava o meu país, e não o abandono. Se não me deixam lutar por ele à frente do governo, como quiseram os eleitores, lutarei no Parlamento, porque me orgulho de ter muito respeito." Antes, dirigiu-se às bancadas da esquerda para duvidar dos acordos mínimos assinados por PS, BE e PCP. "Se esta maioria negativa que hoje se propõe derrubar o governo o fizer, tem moralmente a obrigação de se converter numa maioria positiva, e é assim que deve ser conduzida, com sentido de responsabilidade, perante o senhor Presidente da República." Mas, notou o primeiro-ministro, "os acordos políticos que foram realizados não sustentam essa visão de maioria positiva".O tempo de BelémPassos não disse nada sobre o que poderá fazer se Cavaco tiver a mesma leitura. De que a esquerda se uniu numa "maioria negativa" e que, nesse caso, poderá não indigitar Costa como primeiro-ministro.Já o secretário-geral do PS chutou a responsabilidade para Belém. "Aguardemos que o Presidente da República proceda, num prazo que entenda, à designação de um novo primeiro-ministro, à formação de um governo e que esse se apresente na Assembleia da República." Sem prazo de validade, que é como quem diz, sem pressionar Cavaco Silva. O Presidente, disse Costa, "saberá qual é o calendário" para responder às competências que lhe estão atribuídas, explicou aos jornalistas, no final dos dois dias de debate.De manhã, a ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha recuperado a expressão do "cofres cheio", "uma margem financeira de 7,8 mil milhões de euros". Se, por um lado, ficar sem estas margens, terá "um preço elevado", como notou, por outro, este "cofre cheio" pode acomodar e acautelar as necessidades de um governo de gestão.O tempo agora é de Belém. À agenda preenchida de Cavaco Silva, a Presidência da República deverá ainda somar uma deslocação de dois dias à Madeira na próxima semana, a 16 e 17. Desta vez, sem as Selvagens no roteiro, de onde assistiu há dois anos ao desmoronar do "compromisso de salvação nacional" para que tinha desafiado então o PSD, PS e CDS.
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