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Ciclo dedicado à encenadora siciliana Emma Dante no CCB
Um ciclo dedicado a Emma Dante, uma encenadora siciliana emergente no teatro europeu, com peças, laboratórios e encontros com o público, decorre entre 28 de Fevereiro e 09 de Março no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Pla primeira vez na capital portuguesa, Emma Dante, de 40 anos, propõe três espectáculos - «Carnezzeria» (2002), «Vita Mia» (2004) e «Mishelle di Sant'Oliva» (2005) - que apresentam, na sua complementaridade, três perspectivas diferentes sobre o tema da família, que reflectem ao mesmo tempo a cultura siciliana e o seu conceito de família.
Em cena de 28 de Fevereiro a 01 de Março no pequeno auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), «Carnezzeria» conta a história de uma família de talhantes, três irmãos e uma irmã, grávida, vestida de branco e coberta de vergonha, no dia do seu casamento.
«"Carnezzeria" é uma cerimónia encenada para absolver uma mulher do pecado, redimi-la, consertar o erro, limpar a honra ao filho bastardo», diz Emma Dante, autora e encenadora do texto, citada no comunicado do CCB.
A segunda peça, intitulada «Vita Mia», sobe ao palco do pequeno auditório entre 03 e 05 de Março e desenrola-se numa sala vazia com uma cama ao centro - que pode ser interpretada como um refúgio, um local de repouso ou o fim.
«Uma mãe olha doce e tristemente para os três filhos, que se encontram à sua frente, e ensina-lhes que a vida é um bem precioso (...) A vida é uma corrida à volta dessa cama. "Vita Mia" é a tentativa louca e desesperada de atrasar, até ao limite do suportável, a última corrida antes da morte», descreve a encenadora.
De 07 a 09 de Março, será a vez de «Mishelle di Sant`Oliva», a história de um travesti que se prostitui em Palermo, perto de Sant`Oliva, no bairro das prostitutas, e a quem o pai virou costas há 10 anos.
As três peças são faladas em dialecto de Palermo, cidade natal da autora, embora esta não o tenha aprendido em criança.
«O dialecto era proibido na nossa casa, porque era a língua dos pobres. Aprendi-o através do contacto com as outras crianças, na escola. A minha família não o queria, então falávamo-lo às escondidas, entre nós. Era a língua secreta das crianças», relata.
Emma Dante considera que o dialecto nasceu ao mesmo tempo que o seu teatro.
«É a língua do meu teatro - frisa -, um dialecto que evolui, que se modifica ao longo da encenação (...) Inventamos uma nova linguagem em cena, baseada no palermitano, o "palermitano-dantesco"».
No CCB, todas as peças serão legendadas em português, embora habitualmente a encenadora se oponha à tradução, admitindo apenas uma solução de compromisso: a legendagem em italiano, «que reduz a poesia do texto mas preserva a poesia em cena», defende.
O ciclo Emma Dante inclui ainda encontros com o público e laboratórios realizados pela companhia Sud Costa Occidentale (fundada pela autora e encenadora em 1999, em Palermo) que se destinam a actores portugueses e estudantes de teatro, críticos e investigadores, para eventuais futuras colaborações.
Um ciclo dedicado a Emma Dante, uma encenadora siciliana emergente no teatro europeu, com peças, laboratórios e encontros com o público, decorre entre 28 de Fevereiro e 09 de Março no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Pla primeira vez na capital portuguesa, Emma Dante, de 40 anos, propõe três espectáculos - «Carnezzeria» (2002), «Vita Mia» (2004) e «Mishelle di Sant'Oliva» (2005) - que apresentam, na sua complementaridade, três perspectivas diferentes sobre o tema da família, que reflectem ao mesmo tempo a cultura siciliana e o seu conceito de família.
Em cena de 28 de Fevereiro a 01 de Março no pequeno auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), «Carnezzeria» conta a história de uma família de talhantes, três irmãos e uma irmã, grávida, vestida de branco e coberta de vergonha, no dia do seu casamento.
«"Carnezzeria" é uma cerimónia encenada para absolver uma mulher do pecado, redimi-la, consertar o erro, limpar a honra ao filho bastardo», diz Emma Dante, autora e encenadora do texto, citada no comunicado do CCB.
A segunda peça, intitulada «Vita Mia», sobe ao palco do pequeno auditório entre 03 e 05 de Março e desenrola-se numa sala vazia com uma cama ao centro - que pode ser interpretada como um refúgio, um local de repouso ou o fim.
«Uma mãe olha doce e tristemente para os três filhos, que se encontram à sua frente, e ensina-lhes que a vida é um bem precioso (...) A vida é uma corrida à volta dessa cama. "Vita Mia" é a tentativa louca e desesperada de atrasar, até ao limite do suportável, a última corrida antes da morte», descreve a encenadora.
De 07 a 09 de Março, será a vez de «Mishelle di Sant`Oliva», a história de um travesti que se prostitui em Palermo, perto de Sant`Oliva, no bairro das prostitutas, e a quem o pai virou costas há 10 anos.
As três peças são faladas em dialecto de Palermo, cidade natal da autora, embora esta não o tenha aprendido em criança.
«O dialecto era proibido na nossa casa, porque era a língua dos pobres. Aprendi-o através do contacto com as outras crianças, na escola. A minha família não o queria, então falávamo-lo às escondidas, entre nós. Era a língua secreta das crianças», relata.
Emma Dante considera que o dialecto nasceu ao mesmo tempo que o seu teatro.
«É a língua do meu teatro - frisa -, um dialecto que evolui, que se modifica ao longo da encenação (...) Inventamos uma nova linguagem em cena, baseada no palermitano, o "palermitano-dantesco"».
No CCB, todas as peças serão legendadas em português, embora habitualmente a encenadora se oponha à tradução, admitindo apenas uma solução de compromisso: a legendagem em italiano, «que reduz a poesia do texto mas preserva a poesia em cena», defende.
O ciclo Emma Dante inclui ainda encontros com o público e laboratórios realizados pela companhia Sud Costa Occidentale (fundada pela autora e encenadora em 1999, em Palermo) que se destinam a actores portugueses e estudantes de teatro, críticos e investigadores, para eventuais futuras colaborações.