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Cimeira tripartida em Luanda anulada. Presidência congolesa culpa ruandeses

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Presidente do Ruanda, Paul Kagame, não compareceu.

A cimeira tripartida que iria ter lugar este domingo em Luanda para encontrar soluções de paz para a Republica Democrática do Congo foi anulada, confirmaram fontes da presidência angolana e congolesa.

Segundo a presidência congolesa, o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, está reunido com o seu homólogo angolano, João Lourenço, em privado antes de alargarem o encontro às respetivas delegações.

Na cimeira deste domingo era esperado também o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, que não compareceu.

A presidência congolesa refere na sua página da rede social X (antiga Twitter) que a anulação da cimeira se deveu à recusa da delegação ruandesa de participar no encontro que tem como objetivo por fim às hostilidades no leste da RD Congo "retirando as tropas do Ruanda das zonas congolesas".

No sábado realizou-se em Luanda, no âmbito do processo de mediação sobre a situação de segurança e de paz no, leste da RD Congo, uma reunião ministerial entre o Ruanda e a RDCongo com foco na proposta da mediação, relacionada com o Desarmamento e Acantonamento do M23, grupo considerado terrorista pela RD Congo que acusa Kigali de apoiar este grupo armado.

As delegações foram encabeçadas pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos respetivos países, mas o lado angolano, que tem servido como mediador neste processo, não divulgou o resultado da reunião.

A presidência congolesa diz que "o Ruanda condicionou a assinatura do acordo" a um dialogo direto entre a RD Congo e o M23, uma oferta rejeitada pela parte congolesa.

No mês passado, a RDCongo e o Ruanda tinham chegado a um acordo sobre um plano para desmantelar o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR).

Trata-se de um passo fundamental no caminho para a paz no leste da RDCongo, onde operam dezenas de grupos rebeldes, já que o fim das FDLR é uma exigência do Governo ruandês, que colabora com o Movimento 23 de Março (M23), que está em conflito com o exército regular congolês.

Embora as autoridades ruandesas neguem a alegada colaboração de Kigali com o M23, este facto foi confirmado pela ONU.

Num relatório divulgado em julho, investigadores do Conselho de Segurança das Nações Unidas declararam haver 3.000 a 4.000 soldados ruandeses a combater ao lado dos rebeldes do M23 contra o exército congolês no leste da RDCongo.

Segundo os investigadores, o exército ruandês assumiu "de facto o controlo e a direção das operações do M23" e a sua intervenção militar "foi decisiva para a significativa expansão territorial conseguida entre janeiro e março de 2024".

Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com os rebeldes das FDLR, fundadas em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e por outros ruandeses (hutus) exilados na RDCongo para recuperar o poder político no seu país, colaboração também confirmada pela ONU.

Em 30 de julho, as delegações da RDCongo e do Ruanda assinaram em Luanda um acordo de cessar-fogo entre as Forças Armadas da RDCongo (FARDC) e o M23, que entrou em vigor na madrugada de 4 de agosto e que foi violado em várias ocasiões.

A atividade armada do M23 foi reativada em 2022 após anos de relativa calma e, desde então, o grupo avançou em várias frentes para se posicionar perto da cidade de Goma, nas margens do lago Kivu, que ocupou durante dez dias em 2012.

Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de paz da ONU no país.

Correio da Manhã
 
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