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Ghislaine N., uma mulher de 26 anos natural dos Camarões e residente em França, foi condenada ao pagamento de uma indemnização no valor simbólico de um euro, após ter fugido com a sua filha recém-nascida do Hospital Universitário de Nantes para impedir que a guarda da criança lhe fosse retirada.
O incidente aconteceu a 23 de junho de 2023, quando a mulher foi ao hospital e contou que a bebé, com apenas seis dias de vida, caiu do berço. Seis dias depois, após uma análise de assistentes sociais, disseram-lhe que a criança iria ficar à guarda do serviço de proteção de menores de Loire-Atlantique.
No entanto, a mulher estava "convencida de que não tinha cometido qualquer ato de abuso", contou o jornal francês Le Figaro, que esteve presente numa audiência no Tribunal de Nantes.
A mulher saiu então do local com a filha, deixou os seus pertences debaixo de uma colcha e escondeu-se em casa da mãe, nos arredores de Nantes, onde viria a ser encontrada na mesma noite pela polícia, enquanto amamentava, e acabou por ser detida.
Nove meses depois, foi presente ao Tribunal de Nantes, onde afirmou que foi vítima de uma injustiça. Ghislaine N. deixou de lado a defesa legal e defendeu-se com as emoções.
"Cheguei voluntariamente, no dia 16 de junho de 2023, pelas 15h00 ao Centro Hospitalar Universitário de Nantes. A minha filha caiu porque eu cometi um erro grave. Foi negligente, mas não foi deliberado", afirmou, entre lágrimas.
A mulher, esteticista de profissão, explicou que, enquanto a criança estava no berçário, teve de ir a outro quarto buscar uma fralda. Foi o que bastou para que a filha, na altura com apenas seis dias, caísse.
Segundo o diretor do Serviço de Urgência, o comportamento da mulher levantou dúvidas e fez com que fossem acionados os serviços de proteção de menores. "Opõe-se ao tratamento. Ameaça abandonar o hospital, apesar de a ecografia mostrar que o seu filho tem fraturas parietais, hematomas subcutâneos e hemorragia intracraniana", lia-se num relatório.
No entanto, Ghislaine justificou-se: "No terceiro dia, propuseram-me um tratamento para a minha filha. Não percebi o que era. Fiz-lhes perguntas. Penso que foi isso que desencadeou a mudança de 'teve um acidente com a filha' para 'é uma mãe abusiva'".
"Disseram-me que a minha filha ia ser colocada numa instituição. Que eu já não tinha o direito de a ir ver. Pode imaginar o meu choque. Foi extremamente violento", recordou, acrescentando que nunca teve problemas com as autoridades.
"Não sou uma delinquente. Não sou uma delinquente, não sou uma criminosa", reiterou.
O procurador do Ministério Público francês fez questão de dizer que não consideravam a mulher "nem delinquente nem criminosa, mas cometeu uma infração". "A decisão do Ministério Público de a colocar em prisão preventiva foi legal e prevista na lei", justificou.
"Peço-vos que a considere culpada desta infração muito grave", apelou, pedindo, no entanto, a não aplicação da pena.
A mulher foi entretanto considerada capaz de tomar conta da filha e recuperou a sua guarda integral há um mês. O serviço de proteção de menores reconheceu "o caráter impulsivo do ato" da mãe, mas testemunhou que mantém uma boa relação com a criança.
A bebé não sofreu qualquer sequela da queda e Ghislaine foi então condenada a pagar uma indemnização simbólica de um euro pelos danos sofridos.
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