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Conservação da natureza atrai negócios

xicca

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O Dia Mundial da Conservação da Natureza comemora-se a 28 de Julho. Mais do que alertar para os problemas que ameaçam a conservação da natureza e a biodiversidade, a data pode servir para salientar o potencial de negócios desta área.


«Quando começámos a trabalhar em 2005, não havia nada na área da conservação da natureza, a não ser para dar resposta às exigências da lei, como os estudos de impacte ambiental», recorda Nuno Oliveira, director da Ambiodiv, empresa de consultoria especializada em conservação da natureza e desenvolvimento sustentável.


A Ambiodiv não enveredou pela área da avaliação de impacte ambiental e não está nada arrependida. «No primeiro ano tivemos um grande prejuízo, mas hoje estamos muito satisfeitos com a nossa opção», garante. Apesar de ainda não existirem muitas empresas como a Ambiodiv a dedicarem-se unicamente a elaborar, por exemplo, planos de gestão/protecção de espécies protegidas, áreas de Rede Natura, avaliação socioeconómica da funcionalidade de ecossistemas na conservação da biodiversidade ou gestão de zonas húmidas, algumas empresas que aderiram à iniciativa Business & Biodiversity começam também a trabalhar no sector.


Negócios em expansão


Existem muitas actividades para as quais o investimento na área da biodiversidade se prefigura como potencialmente relevante e até incontornável para a manutenção das respectivas actividades. É o caso das florestas, sector das pescas, turismo, energia, actividade agrícola, caça ou construção ecológica. A conservação da natureza foi «identificada como um driver de melhorias e oportunidades», assegura Nuno Oliveira. Por exemplo, as ovelhas quase que deixaram de ser tosquiadas porque o preço da lã não compensa a tosquia. Contudo, no Reino Unido este material está ser já utilizado na construção sustentável. «Quando existem produtores de ovelhas com preocupações ambientais e que certificam o seu activo pode haver aqui um enorme activo», chama a atenção Nuno Oliveira.


Apesar dos diversos negócios associados, a quantificação dos mesmos tem-se revelado complexa. Para tentar apurar o valor monetário da biodiversidade, a União Europeia e o governo alemão estão a preparar um documento, à semelhança do Relatório Stern para as alterações climáticas, para mostrar quanto vale o que é oferecido pelos ecossistemas naturais. Os resultados serão publicados no final de 2009, com o objectivo de chamar a atenção dos legisladores para a perda de biodiversidade.


Um estudo citado por Sigmar Gabriel, ministro do ambiente alemão, e pelo secretário executivo da Convenção da Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf, em Maio, mostra que as áreas mundiais protegidas valem 5 biliões de dólares em serviços como alimentos, madeira e água purificada, comparado com 1,8 biliões de dólares da facturação anual da indústria automóvel.


Já em 1997, o pesquisador Constanza e uma equipa internacional de cientistas estimaram que o valor total dos serviços dos ecossistemas a nível mundial se situava entre 16 e 54 biliões de dólares, com uma média de 33 biliões anuais, recorda Ivo Mulder, consultor da empresa Triple E. Uma estimativa mais recente indica que o mundo gasta cerca de 10 mil milhões de dólares por ano na conservação de ecossistemas.


Mercado nacional por contabilizar


Os especialistas têm dificuldade em atribuir um valor aos negócios da biodiversidade em Portugal. O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade «procurará estar a par e desenvolver algumas iniciativas de avaliação neste domínio», revela Tito Rosa, presidente da instituição.


Por sua vez, Francisco Mendes Palma, coordenador do estudo «Ganhar com a Biodiversidade – Oportunidades de Negócio em Portugal», lançado em Maio, sublinha que o propósito deste trabalho não foi o de quantificar o valor económico, mas em mostrar que a biodiversidade é «um activo e tem de ser gerido da forma mais eficiente possível».


Mas a biodiversidade ainda não passa de um nicho de mercado, porque, apesar dos seus activos estarem em todo o lado, «a sua percepção e internalização é ainda embrionária», sustenta Mendes Palma, também director da Espírito Santo Research. O seu crescimento poderá ser impulsionado através do cruzamento entre a oferta e a procura. É o que já acontece no caso da agricultura biológica.



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