- Entrou
- Out 5, 2021
- Mensagens
- 56,303
- Gostos Recebidos
- 1,595
Construtora chinesa Country Garden admite que pode entrar em incumprimento
Situação pode agravar a crise no setor imobiliário chinês e o abrandamento da economia.
A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, anunciou esta terça-feira que poderá não conseguir pagar todos os empréstimos que contraiu, numa altura em que o setor imobiliário chinês enfrenta uma grave crise de liquidez.
A construtora, até há pouco considerada financeiramente saudável, foi apanhada nos últimos meses pela crise no imobiliário na China, que ameaça agora a sobrevivência de várias empresas do setor.
Uma entrada em incumprimento seria catastrófica para este sector-chave da economia chinesa, que representa um quarto do produto interno bruto (PIB) do país.
A empresa, que já esteve formalmente em risco de incumprimento em setembro, acabou por conseguir reembolsar 22,5 milhões de dólares (cerca de 20,9 milhões de euros) referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais ('offshore'), no limite de uma prorrogação de 30 dias.
O grupo, que negociou então com os credores novos prazos para o pagamento de vários empréstimos, devia ter efetuado um reembolso referente a uma obrigação na segunda-feira, mas não conseguiu efetuar o pagamento, no valor de 470 milhões de dólares de Hong Kong (56,7 milhões de euros).
O grupo dispõe agora de um período de carência de 30 dias para evitar entrar em incumprimento.
No entanto, a Country Garden admitiu "não poder honrar todos os reembolsos das suas obrigações junto dos investidores estrangeiros". "Um incumprimento podia levar os credores em causa a exigir uma aceleração" dos reembolsos que lhes são devidos ou a iniciar um processo judicial, advertiu o grupo.
A empresa pediu paciência aos investidores e disse que está a "avaliar as dificuldades atuais" e disse, ainda, ter contratado consultores financeiros "para avaliar a estrutura de capital e a liquidez" das filiais.
"A empresa pretende continuar a cooperar e a dialogar com todos os credores para chegar a uma solução realista o mais rapidamente possível", referiu o comunicado.
Um eventual incumprimento ia provocar ondas de choque nos mercados e agravar a crise no setor imobiliário chinês e o abrandamento da economia da China.
No final de 2022, a Country Garden tinha uma dívida avaliada em 180 mil milhões de euros. No final de junho, a empresa dispunha de 147,9 mil milhões de yuan (18,6 mil milhões de euros) em caixa, destinados sobretudo a concluir habitações já pagas pelos proprietários antes mesmo de serem construídas.
A Country Garden "não dispõe de fontes de tesouraria suficientes" para fazer face aos pagamentos futuros, afirmou, no mês passado, a agência de notação financeira Moody's.
A agência baixou o 'rating' do grupo em três níveis, para "Ca", sinónimo de "em incumprimento, com alguma esperança de recuperação".
Em 2021, no entanto, os reguladores chineses restringiram o acesso do setor ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, não resistiu. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das dívidas.
A Country Garden tem quatro vezes mais terrenos para construção do que o grupo Evergrande, cujo incumprimento em 2021 provocou protestos dos compradores, alguns dos quais se recusaram posteriormente a pagar as prestações mensais.
Na terça-feira, a Country Garden afirmou que a "prioridade operacional (...) é assegurar a entrega" de casas. Qualquer paragem na construção pode suscitar instabilidade social. A China tem já um grande número de construções inacabadas.
Outro construtor chinês sobre-endividado, o grupo Kaisa, admitiu hoje numa audiência em Hong Kong que está "insolvente em termos de liquidez", depois de não ter conseguido pagar as dívidas em 2021.
Correio da Manhã

Situação pode agravar a crise no setor imobiliário chinês e o abrandamento da economia.
A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, anunciou esta terça-feira que poderá não conseguir pagar todos os empréstimos que contraiu, numa altura em que o setor imobiliário chinês enfrenta uma grave crise de liquidez.
A construtora, até há pouco considerada financeiramente saudável, foi apanhada nos últimos meses pela crise no imobiliário na China, que ameaça agora a sobrevivência de várias empresas do setor.
Uma entrada em incumprimento seria catastrófica para este sector-chave da economia chinesa, que representa um quarto do produto interno bruto (PIB) do país.
A empresa, que já esteve formalmente em risco de incumprimento em setembro, acabou por conseguir reembolsar 22,5 milhões de dólares (cerca de 20,9 milhões de euros) referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais ('offshore'), no limite de uma prorrogação de 30 dias.
O grupo, que negociou então com os credores novos prazos para o pagamento de vários empréstimos, devia ter efetuado um reembolso referente a uma obrigação na segunda-feira, mas não conseguiu efetuar o pagamento, no valor de 470 milhões de dólares de Hong Kong (56,7 milhões de euros).
O grupo dispõe agora de um período de carência de 30 dias para evitar entrar em incumprimento.
No entanto, a Country Garden admitiu "não poder honrar todos os reembolsos das suas obrigações junto dos investidores estrangeiros". "Um incumprimento podia levar os credores em causa a exigir uma aceleração" dos reembolsos que lhes são devidos ou a iniciar um processo judicial, advertiu o grupo.
A empresa pediu paciência aos investidores e disse que está a "avaliar as dificuldades atuais" e disse, ainda, ter contratado consultores financeiros "para avaliar a estrutura de capital e a liquidez" das filiais.
"A empresa pretende continuar a cooperar e a dialogar com todos os credores para chegar a uma solução realista o mais rapidamente possível", referiu o comunicado.
Um eventual incumprimento ia provocar ondas de choque nos mercados e agravar a crise no setor imobiliário chinês e o abrandamento da economia da China.
No final de 2022, a Country Garden tinha uma dívida avaliada em 180 mil milhões de euros. No final de junho, a empresa dispunha de 147,9 mil milhões de yuan (18,6 mil milhões de euros) em caixa, destinados sobretudo a concluir habitações já pagas pelos proprietários antes mesmo de serem construídas.
A Country Garden "não dispõe de fontes de tesouraria suficientes" para fazer face aos pagamentos futuros, afirmou, no mês passado, a agência de notação financeira Moody's.
A agência baixou o 'rating' do grupo em três níveis, para "Ca", sinónimo de "em incumprimento, com alguma esperança de recuperação".
Em 2021, no entanto, os reguladores chineses restringiram o acesso do setor ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, não resistiu. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das dívidas.
A Country Garden tem quatro vezes mais terrenos para construção do que o grupo Evergrande, cujo incumprimento em 2021 provocou protestos dos compradores, alguns dos quais se recusaram posteriormente a pagar as prestações mensais.
Na terça-feira, a Country Garden afirmou que a "prioridade operacional (...) é assegurar a entrega" de casas. Qualquer paragem na construção pode suscitar instabilidade social. A China tem já um grande número de construções inacabadas.
Outro construtor chinês sobre-endividado, o grupo Kaisa, admitiu hoje numa audiência em Hong Kong que está "insolvente em termos de liquidez", depois de não ter conseguido pagar as dívidas em 2021.
Correio da Manhã