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Ao "repto" de Teixeira dos Santos na AR - "digam-me onde podemos cortar" - os economistas apontam o congelamento das remunerações, eliminação de empresas públicas e redução de consumos intermédios. Mais fácil, mas desaconselhável é o corte de salários.
Rigoroso controlo da despesa que não se pode cortar e redução daquela que é redundante e gera desperdício. É esta a única forma viável, consideram vários economistas, de baixar o défice e de o manter reduzido a médio prazo. Mas há quem tema que o Governo possa ser tentado a cortar nos salários e pensões, pois esta solução - à semelhança do que acontece com o IVA do lado da receita - é uma forma rápida e fácil de, no curo prazo, se reduzir o desequilíbrio orçamental. Igualmente possível mas também desaconselhável seria um recurso à venda das reservas de outro.
Pouco comovido com a dramatização do discurso e das contas do Governo, Eduardo Catroga faz questão de sublinhar que o problema da despesa não é de 2010 nem de 2011. Arrasta-se desde "a falsa consolidação orçamental" registada entre 2005 e 2008, em que o défice caiu à custa da subida da receita.
Chegados a este ponto e tendo em conta que a despesa já galopou para valores da ordem dos 85 mil milhões de euros, o ex-ministro das Finanças entende que o problema tem de ser atacado em várias frentes.
Defende, por isso, uma redução de mil milhões de euros nas despesas de consumo intermédio, um congelamento efectivo das remunerações, a extinção de metade das empresas públicas e municipais e dos institutos públicos e ainda a não contratação de novas parcerias público-privadas (PPP).
Cortes em toda a despesa dispensável e geradora de desperdício é a receita de Octávio Teixeira para descer o défice. Exemplos não faltam, desde os gastos em consultoria e outsorcing às compras de carros - o plano de renovação de frota da Águas de Portugal foi ontem travado pelo Governo. "É inaceitável que se recorram a empresas exteriores para consultorias, quando existem quadros na Administração Pública", refere o economista.
Octávio Teixeira lembra ainda que 3,5 dos 4,5 mil milhões de euros de cortes necessários para baixar o défice de 7,3% para 4,6% já estão "cobertos" por medidas inscritas no PEC e se a situação de 2010 está à beira da derrapagem, é porque o "Governo foi megalómano" nos objectivos de redução do défice.
Outras ideias
O economista João Carvalho das Neves defende também cortes na despesa, mas que abranjam as várias rubricas, concretamente as empresas (públicas e municipais e as PPP). Duvida, no entanto, das vantagens de reduzir salários e pensões.
Além de uma reorientação das despesas e de um eventual aumento de impostos, o Governo tem outros meios para descer o défice, ainda que com efeitos não duradouros. Uma dessas soluções poderia ser a antecipação de dividendos de empresas ou por via de uma venda de reservas de ouro pelo Banco de Portugal, um metal com um valor em alta. Contabilisticamente, a operação é possível, mas defendem os economistas, o caminho não é por aí. Octávio Teixeira é mesmo o mais crítico nesta matéria, acentuando que o ouro desempenha cada vez mais o papel de moeda refúgio.
Fonte JN
cumps florindo
Rigoroso controlo da despesa que não se pode cortar e redução daquela que é redundante e gera desperdício. É esta a única forma viável, consideram vários economistas, de baixar o défice e de o manter reduzido a médio prazo. Mas há quem tema que o Governo possa ser tentado a cortar nos salários e pensões, pois esta solução - à semelhança do que acontece com o IVA do lado da receita - é uma forma rápida e fácil de, no curo prazo, se reduzir o desequilíbrio orçamental. Igualmente possível mas também desaconselhável seria um recurso à venda das reservas de outro.
Pouco comovido com a dramatização do discurso e das contas do Governo, Eduardo Catroga faz questão de sublinhar que o problema da despesa não é de 2010 nem de 2011. Arrasta-se desde "a falsa consolidação orçamental" registada entre 2005 e 2008, em que o défice caiu à custa da subida da receita.
Chegados a este ponto e tendo em conta que a despesa já galopou para valores da ordem dos 85 mil milhões de euros, o ex-ministro das Finanças entende que o problema tem de ser atacado em várias frentes.
Defende, por isso, uma redução de mil milhões de euros nas despesas de consumo intermédio, um congelamento efectivo das remunerações, a extinção de metade das empresas públicas e municipais e dos institutos públicos e ainda a não contratação de novas parcerias público-privadas (PPP).
Cortes em toda a despesa dispensável e geradora de desperdício é a receita de Octávio Teixeira para descer o défice. Exemplos não faltam, desde os gastos em consultoria e outsorcing às compras de carros - o plano de renovação de frota da Águas de Portugal foi ontem travado pelo Governo. "É inaceitável que se recorram a empresas exteriores para consultorias, quando existem quadros na Administração Pública", refere o economista.
Octávio Teixeira lembra ainda que 3,5 dos 4,5 mil milhões de euros de cortes necessários para baixar o défice de 7,3% para 4,6% já estão "cobertos" por medidas inscritas no PEC e se a situação de 2010 está à beira da derrapagem, é porque o "Governo foi megalómano" nos objectivos de redução do défice.
Outras ideias
O economista João Carvalho das Neves defende também cortes na despesa, mas que abranjam as várias rubricas, concretamente as empresas (públicas e municipais e as PPP). Duvida, no entanto, das vantagens de reduzir salários e pensões.
Além de uma reorientação das despesas e de um eventual aumento de impostos, o Governo tem outros meios para descer o défice, ainda que com efeitos não duradouros. Uma dessas soluções poderia ser a antecipação de dividendos de empresas ou por via de uma venda de reservas de ouro pelo Banco de Portugal, um metal com um valor em alta. Contabilisticamente, a operação é possível, mas defendem os economistas, o caminho não é por aí. Octávio Teixeira é mesmo o mais crítico nesta matéria, acentuando que o ouro desempenha cada vez mais o papel de moeda refúgio.
Fonte JN
cumps florindo