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Múmia "Donatella" está em exposição num museu, em Salta
Os incas preparavam as crianças que escolhiam para sacrifícar dando-lhes álcool e folhas de coca, meses antes da morte. A conclusão é de uma investigação feita a três múmias com mais de 500 anos.
Já se sabia que o álcool e a coca eram determinantes nos sacrifícios humanos dos incas, mas os restos encontrados nos cabelos das múmias permitiram chegar a novos detalhes sobre como se preparavam os rituais, revela o estudo publicado na revista da Academia Norte-Americana de Ciências, Proceedings.
O álcool que consumiam era chicha, uma bebida derivada da fermentação do milho. As folhas de coca, utilizadas como matéria prima na produção de cocaína, produziam um efeito calmante quando mastigadas misturadas com cinzas.
Os incas acreditavam que os estados de embriaguez permitiam aceder ao mundo dos espíritos. "A coca e o álcool eram substâncias que provocavam um estado alterado considerado alterado", explica o estudo. As drogas tornavam as crianças mais dóceis e cooperantes nos rituais, conhecidos como "copacocha".
As crianças eleitas percorriam geralmente grandes distâncias e participavam em cerimónias na capital inca, Cuzco, antes de se dirigirem ao cimo do vulcão, onde eram sacrificadas.
As três múmias, - "El Niño", "La Doncella" e a "Niña del Rayo" -, estavam em muito bom estado quando foram encontradas, junto à cratera do vulcão Llullaillaco, na região argentina de Salta, devido às temperaturas gélidas em que foram conservadas.
Um ano antes de morrer, a alimentação da "Doncella", a maior das três múmias estudadas, mudou drasticamente. Desde o momento em que foi escolhida para o sacrifício, a menina, de 13 anos, foi muito melhor alimentada, concluíram, também, os cientistas da universidade de Bradford.
JN