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Relatório da PSP revela que «autoridade dos docentes é frequentemente posta em causa» e que violência ocorre «dentro da escola»
Por: Cláudia Lima da Costa
Pelo menos 10 alunos por dia foram vítimas de um crime em meio escolar, no ano lectivo passado. A grande maioria são rapazes e têm menos de 15 anos. Do outro lado dos delitos estão os «criminosos» em número ligeiramente inferior. Também eles são, em grande maioria, rapazes com menos de 15 anos. Adolescentes que praticam ou sofrem furtos, roubos e agressões, os crimes mais comuns nas escolas.
Os dados da PSP relativamente ao programa Escola Segura, ano lectivo 2006/2007, revelam que os crimes de furto têm um peso 32 por cento, no total das ocorrências registadas, as agressões representam 24 por cento da criminalidade participada e os roubos 14 por cento.
Ou seja, se tivermos em conta que no ano lectivo 2006/2007 teve cerca de 200 dias de aulas, denotamos durante os períodos escolares há registo de pelos menos cinco furtos nas escolas (927 casos, mais 17 por cento), dois roubos (415 ocorrências, menos 27 por cento) e três casos de agressões (710 registos, mais oito por cento), segundo as estatísticas da PSP. No total, 2007 alunos foram vítimas de crimes e 1888 jovens foram classificados como suspeitos de delitos.
Os alunos são as grandes vítimas e protagonistas da violência escolar, no entanto, esta também chega aos professores, como foi visionado no vídeo registado na escola Carolina Michaelis. No ano passado, 281 professores e 153 funcionários foram vítimas de crimes em meio escolar.
Disciplina aplicada é insuficiente
O relatório da PSP, a que o PortugalDiário teve acesso, revela que os casos de ameaça e injúrias entre alunos e professores (313 casos, mais 16 por cento) «verificam-se, na sua maioria, no interior dos recintos escolares», nomeadamente, nos intervalos, mas também nos «refeitórios» e nas «salas de aula».
Uma informação que vem contrariar as declarações do secretário de Estado da Educação, Valter Lermos, que considerou que a violência das escolas vem de fora dos estabelecimentos de ensino, uma opinião sustentada pelos dados do programa «Escola Segura», que refere precisamente que os casos de ameaças e agressões ocorrem, na maioria dos casos, no interior das escolas.
Casos, que segundo a PSP, «começam por simples faltas de respeito a professores» e «acabam, por vezes, por derivar em situações onde a autoridade dos docentes é frequentemente posta em causa, afectando todo o processo educativo, devido a não serem adoptadas medidas correctivas em face dos primeiros episódios de indisciplina».
Mais agressões à porta da escola
As agressões entre alunos e por vezes, com professores e funcionários, ocorrem na maior parte das vezes dentro das escolas. No entanto, a PSP admite que o número de casos à porta dos estabelecimentos tem crescido. «Tem sido registado um número crescente de ofensas à integridade física no exterior das escolas, e, em alguns casos, muito perto da entrada, na sua maioria entre alunos».
Estes «ajustes de contas», como classifica a PSP, são protagonizados, em alguns casos, por elementos estranhos à escola, como «ex-alunos, familiares e amigos de alunos.
Ofensas sexuais aumentam 26 por cento
No ano lectivo 2006/2007, as ofensas sexuais foram o delito que mais aumentou, segundo os dados da PSP. No entanto, este aumento representa apenas um crescimento de 15 casos, que, segundo a polícia, são «na sua maioria relacionados com atentados ao pudor», isto é, «têm um cariz essencialmente simbólico, traduzindo-se designadamente em comentários sexistas, exibicionismo, assédio sexual».
É já o segundo ano lectivo em que os crimes sexuais registam um crescimento. No ano anterior, o aumento destes ilícitos foi de 14 por cento. No total, foram registadas em 2006/2007 73 ofensas sexuais em meio escolar.
Por: Cláudia Lima da Costa
Pelo menos 10 alunos por dia foram vítimas de um crime em meio escolar, no ano lectivo passado. A grande maioria são rapazes e têm menos de 15 anos. Do outro lado dos delitos estão os «criminosos» em número ligeiramente inferior. Também eles são, em grande maioria, rapazes com menos de 15 anos. Adolescentes que praticam ou sofrem furtos, roubos e agressões, os crimes mais comuns nas escolas.
Os dados da PSP relativamente ao programa Escola Segura, ano lectivo 2006/2007, revelam que os crimes de furto têm um peso 32 por cento, no total das ocorrências registadas, as agressões representam 24 por cento da criminalidade participada e os roubos 14 por cento.
Ou seja, se tivermos em conta que no ano lectivo 2006/2007 teve cerca de 200 dias de aulas, denotamos durante os períodos escolares há registo de pelos menos cinco furtos nas escolas (927 casos, mais 17 por cento), dois roubos (415 ocorrências, menos 27 por cento) e três casos de agressões (710 registos, mais oito por cento), segundo as estatísticas da PSP. No total, 2007 alunos foram vítimas de crimes e 1888 jovens foram classificados como suspeitos de delitos.
Os alunos são as grandes vítimas e protagonistas da violência escolar, no entanto, esta também chega aos professores, como foi visionado no vídeo registado na escola Carolina Michaelis. No ano passado, 281 professores e 153 funcionários foram vítimas de crimes em meio escolar.
Disciplina aplicada é insuficiente
O relatório da PSP, a que o PortugalDiário teve acesso, revela que os casos de ameaça e injúrias entre alunos e professores (313 casos, mais 16 por cento) «verificam-se, na sua maioria, no interior dos recintos escolares», nomeadamente, nos intervalos, mas também nos «refeitórios» e nas «salas de aula».
Uma informação que vem contrariar as declarações do secretário de Estado da Educação, Valter Lermos, que considerou que a violência das escolas vem de fora dos estabelecimentos de ensino, uma opinião sustentada pelos dados do programa «Escola Segura», que refere precisamente que os casos de ameaças e agressões ocorrem, na maioria dos casos, no interior das escolas.
Casos, que segundo a PSP, «começam por simples faltas de respeito a professores» e «acabam, por vezes, por derivar em situações onde a autoridade dos docentes é frequentemente posta em causa, afectando todo o processo educativo, devido a não serem adoptadas medidas correctivas em face dos primeiros episódios de indisciplina».
Mais agressões à porta da escola
As agressões entre alunos e por vezes, com professores e funcionários, ocorrem na maior parte das vezes dentro das escolas. No entanto, a PSP admite que o número de casos à porta dos estabelecimentos tem crescido. «Tem sido registado um número crescente de ofensas à integridade física no exterior das escolas, e, em alguns casos, muito perto da entrada, na sua maioria entre alunos».
Estes «ajustes de contas», como classifica a PSP, são protagonizados, em alguns casos, por elementos estranhos à escola, como «ex-alunos, familiares e amigos de alunos.
Ofensas sexuais aumentam 26 por cento
No ano lectivo 2006/2007, as ofensas sexuais foram o delito que mais aumentou, segundo os dados da PSP. No entanto, este aumento representa apenas um crescimento de 15 casos, que, segundo a polícia, são «na sua maioria relacionados com atentados ao pudor», isto é, «têm um cariz essencialmente simbólico, traduzindo-se designadamente em comentários sexistas, exibicionismo, assédio sexual».
É já o segundo ano lectivo em que os crimes sexuais registam um crescimento. No ano anterior, o aumento destes ilícitos foi de 14 por cento. No total, foram registadas em 2006/2007 73 ofensas sexuais em meio escolar.