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GF Ouro
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O mecanismo da "cunha", ou seja, o recurso a conhecimentos que se têm com pessoas dentro da profissão, "é o modo de acesso mais frequente" à carreira de jornalista, embora em Portugal os estágios ganhem cada vez mais importância.
Estas são algumas conclusões de um estudo sobre o perfil sociológico dos jornalistas portugueses, realizado desde 2005 por uma equipa coordenada por José Rebelo, do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), e amanhã debatido no Sindicato de Jornalistas, em Lisboa.
Foram entrevistados 41 profissionais na fase qualitativa do trabalho de investigação; perto de metade das suas respostas sobre os respectivos modos de acesso à profissão apontam para as relações sociais directas ou indirectas como porta de entrada no mundo jornalístico, indica José Luiz Fernandes, um dos participantes na investigação, num dos artigos publicados sobre o estudo no último número da revista Trajectos, do ISCTE.
Uma entrevistada bastante jovem é citada sobre a forma de "arranjar trabalho nos jornais de Lisboa": "É com cunhas, nomes de família, amizades com figuras públicas, pertença a clãs jornalísticos."
Já as relações familiares surgem "com pouca importância" neste domínio, mas o autor menciona laços de parentesco com outros jornalistas em 15 dos 41 entrevistados, em especial aqueles que "adquiriram ligações já no interior do grupo, através do casamento e da união de facto". Exemplos? "Dois irmãos jornalistas, filhos de um casal de jornalistas"; outro que é "um jornalista filho e sobrinho de jornalistas, primo de jornalistas e casados com [uma] jornalista".
Relações à parte, os estágios são cada vez mais importantes no acesso, em especial desde os anos 80. Mas os chamados estágios curriculares tiveram "o seu objectivo pervertido", acrescenta o autor do artigo sobre "Motivações e modos de acesso à actividade de jornalista".
Quatro dos sete entrevistados que se tornaram jornalistas após 2000 ficaram sem emprego antes da entrevista ou pouco depois, e "na procura incessante de emprego que faziam, o que lhes surgia eram propostas de novos estágios sem remuneração", indica José Luiz Fernandes.
O estudo coordenado por José Rebelo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e realizado através de um protocolo entre o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do ISCTE, o Sindicato de Jornalistas e a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Nele participaram vários académicos e profissionais de comunicação social, estes últimos no âmbito de mestrados e doutoramentos. As conclusões finais vão ser debatidas em seminário durante o próximo fim-de-semana, faltando agora terminar o relatório final.
@ Público
Estas são algumas conclusões de um estudo sobre o perfil sociológico dos jornalistas portugueses, realizado desde 2005 por uma equipa coordenada por José Rebelo, do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), e amanhã debatido no Sindicato de Jornalistas, em Lisboa.
Foram entrevistados 41 profissionais na fase qualitativa do trabalho de investigação; perto de metade das suas respostas sobre os respectivos modos de acesso à profissão apontam para as relações sociais directas ou indirectas como porta de entrada no mundo jornalístico, indica José Luiz Fernandes, um dos participantes na investigação, num dos artigos publicados sobre o estudo no último número da revista Trajectos, do ISCTE.
Uma entrevistada bastante jovem é citada sobre a forma de "arranjar trabalho nos jornais de Lisboa": "É com cunhas, nomes de família, amizades com figuras públicas, pertença a clãs jornalísticos."
Já as relações familiares surgem "com pouca importância" neste domínio, mas o autor menciona laços de parentesco com outros jornalistas em 15 dos 41 entrevistados, em especial aqueles que "adquiriram ligações já no interior do grupo, através do casamento e da união de facto". Exemplos? "Dois irmãos jornalistas, filhos de um casal de jornalistas"; outro que é "um jornalista filho e sobrinho de jornalistas, primo de jornalistas e casados com [uma] jornalista".
Relações à parte, os estágios são cada vez mais importantes no acesso, em especial desde os anos 80. Mas os chamados estágios curriculares tiveram "o seu objectivo pervertido", acrescenta o autor do artigo sobre "Motivações e modos de acesso à actividade de jornalista".
Quatro dos sete entrevistados que se tornaram jornalistas após 2000 ficaram sem emprego antes da entrevista ou pouco depois, e "na procura incessante de emprego que faziam, o que lhes surgia eram propostas de novos estágios sem remuneração", indica José Luiz Fernandes.
O estudo coordenado por José Rebelo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e realizado através de um protocolo entre o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do ISCTE, o Sindicato de Jornalistas e a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Nele participaram vários académicos e profissionais de comunicação social, estes últimos no âmbito de mestrados e doutoramentos. As conclusões finais vão ser debatidas em seminário durante o próximo fim-de-semana, faltando agora terminar o relatório final.
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