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"Custou-me um braço e uma perna, mas valeu a pena": Voluntário britânico ferido em ataque russo recusa abandonar a Ucrânia
Muitos tentaram convencê-lo a voltar ao Reino Unido para a recuperação, mas a sua resposta é clara: “Não vou a lado nenhum. Esta é a minha casa”.
Eddy Scott, um britânico de 28 anos que trabalhava como paramédico voluntário na Ucrânia, viu ser-lhe amputado o braço e uma perna quando o veículo onde seguia foi atingido por um drone russo. Apesar dos ferimentos graves, recusa abandonar o país e promete continuar a lutar pela causa ucraniana.
A manhã do dia 30 de janeiro parecia igual a tantas outras para Eddy Scott. Conduzia um veículo de resgate identificado como humanitário, em Pokrovsk, uma das regiões mais violentas da guerra, quando ouviu o som inconfundível de um drone russo. O impacto da explosão arrancou-lhe a perna e o braço esquerdo.
O britânico lembra-se do momento com clareza. “Senti o estilhaço atravessar-me o corpo. Olhei para baixo e soube imediatamente que estava em apuros”, recorda o paramédico ao The Independent.
Mesmo ferido, manteve-se consciente até ser transportado para um hospital em Dnipro. No trajeto, lutou contra o sono, sabendo que poderia nunca mais acordar. “O paramédico na ambulância estava a dar-me bofetadas e a despejar-me água na cara para me manter acordado”, conta.
"A Rússia está a usar crimes de guerra como estratégia”
A sua sobrevivência deveu-se a uma transfusão de sangue massiva. “Recebi seis litros de sangue ucraniano. Acho que agora sou oficialmente ucraniano”, brinca.
Eddy Scott não tem dúvidas de que foi alvo de um ataque deliberado. “O nosso carro ia a menos de 30 km/h e estava claramente marcado como humanitário. Os drones tiveram tempo para nos identificar e escolher onde atingir”, explica.
O voluntário destaca que aquilo que lhe aconteceu não foi um caso isolado. “Olhem para mim, mas olhem também para os milhares de civis ucranianos que vivem isto todos os dias. A Rússia está a usar crimes de guerra como estratégia”, denuncia.
Eddy considera que Ucrânia é a sua nova casa
Apesar da perda de dois membros, Scott mantém-se surpreendentemente otimista e diz que a sua vida está longe de terminar. “A minha lesão muda a vida, mas não a acaba. Agora tenho um futuro na Ucrânia e posso fazer muito mais pela causa do que antes”, afirma.
Muitos tentaram convencê-lo a voltar ao Reino Unido para a recuperação, mas a sua resposta é clara: “Não vou a lado nenhum. Esta é a minha casa”.
Agora, sem um braço e uma perna, olha para o futuro sem arrependimentos. “Custou-me um braço e uma perna, mas valeu a pena. Continuarei a viver e lutar ao lado dos ucranianos”.
A sua resiliência tem inspirado doações, e uma ONG comprometeu-se a pagar os seus tratamentos e as próteses que necessita. O paramédico espera construir uma casa adaptada na Ucrânia.
“A certa altura, aceitei que ia morrer aqui"
Antes da guerra, Scott levava uma vida tranquila no Reino Unido, uma vez que pertence a uma família de agricultores em Dorset. Apaixonado por vela, nunca imaginou que acabaria no meio de um conflito, mas um dia decidiu que não podia ficar indiferente à guerra.
Comprou um jipe e viajou para a Ucrânia em 2022, onde começou a trabalhar com grupos humanitários. Transportou alimentos, medicamentos e resgatou pessoas presas nos combates. Com o passar do tempo, percebeu que dificilmente conseguiria sair ileso. “A certa altura, aceitei que ia morrer aqui. A cada dia a situação ficava pior", explica.
Eddy Scott está convicto de que o povo ucraniano merece paz e quer estar presente no dia da vitória. “Vou continuar aqui, a ajudar, a viver. A Ucrânia é a minha casa. E não há explosão nenhuma que vá mudar isso”, defende.
Correio da Manhã

Muitos tentaram convencê-lo a voltar ao Reino Unido para a recuperação, mas a sua resposta é clara: “Não vou a lado nenhum. Esta é a minha casa”.
Eddy Scott, um britânico de 28 anos que trabalhava como paramédico voluntário na Ucrânia, viu ser-lhe amputado o braço e uma perna quando o veículo onde seguia foi atingido por um drone russo. Apesar dos ferimentos graves, recusa abandonar o país e promete continuar a lutar pela causa ucraniana.
A manhã do dia 30 de janeiro parecia igual a tantas outras para Eddy Scott. Conduzia um veículo de resgate identificado como humanitário, em Pokrovsk, uma das regiões mais violentas da guerra, quando ouviu o som inconfundível de um drone russo. O impacto da explosão arrancou-lhe a perna e o braço esquerdo.
O britânico lembra-se do momento com clareza. “Senti o estilhaço atravessar-me o corpo. Olhei para baixo e soube imediatamente que estava em apuros”, recorda o paramédico ao The Independent.
Mesmo ferido, manteve-se consciente até ser transportado para um hospital em Dnipro. No trajeto, lutou contra o sono, sabendo que poderia nunca mais acordar. “O paramédico na ambulância estava a dar-me bofetadas e a despejar-me água na cara para me manter acordado”, conta.
"A Rússia está a usar crimes de guerra como estratégia”
A sua sobrevivência deveu-se a uma transfusão de sangue massiva. “Recebi seis litros de sangue ucraniano. Acho que agora sou oficialmente ucraniano”, brinca.
Eddy Scott não tem dúvidas de que foi alvo de um ataque deliberado. “O nosso carro ia a menos de 30 km/h e estava claramente marcado como humanitário. Os drones tiveram tempo para nos identificar e escolher onde atingir”, explica.
O voluntário destaca que aquilo que lhe aconteceu não foi um caso isolado. “Olhem para mim, mas olhem também para os milhares de civis ucranianos que vivem isto todos os dias. A Rússia está a usar crimes de guerra como estratégia”, denuncia.
Eddy considera que Ucrânia é a sua nova casa
Apesar da perda de dois membros, Scott mantém-se surpreendentemente otimista e diz que a sua vida está longe de terminar. “A minha lesão muda a vida, mas não a acaba. Agora tenho um futuro na Ucrânia e posso fazer muito mais pela causa do que antes”, afirma.
Muitos tentaram convencê-lo a voltar ao Reino Unido para a recuperação, mas a sua resposta é clara: “Não vou a lado nenhum. Esta é a minha casa”.
Agora, sem um braço e uma perna, olha para o futuro sem arrependimentos. “Custou-me um braço e uma perna, mas valeu a pena. Continuarei a viver e lutar ao lado dos ucranianos”.
A sua resiliência tem inspirado doações, e uma ONG comprometeu-se a pagar os seus tratamentos e as próteses que necessita. O paramédico espera construir uma casa adaptada na Ucrânia.
“A certa altura, aceitei que ia morrer aqui"
Antes da guerra, Scott levava uma vida tranquila no Reino Unido, uma vez que pertence a uma família de agricultores em Dorset. Apaixonado por vela, nunca imaginou que acabaria no meio de um conflito, mas um dia decidiu que não podia ficar indiferente à guerra.
Comprou um jipe e viajou para a Ucrânia em 2022, onde começou a trabalhar com grupos humanitários. Transportou alimentos, medicamentos e resgatou pessoas presas nos combates. Com o passar do tempo, percebeu que dificilmente conseguiria sair ileso. “A certa altura, aceitei que ia morrer aqui. A cada dia a situação ficava pior", explica.
Eddy Scott está convicto de que o povo ucraniano merece paz e quer estar presente no dia da vitória. “Vou continuar aqui, a ajudar, a viver. A Ucrânia é a minha casa. E não há explosão nenhuma que vá mudar isso”, defende.
Correio da Manhã