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Depois de Debaltseve, separatistas avançam para Mariupol

kokas

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Set 27, 2006
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Uma semana depois da assinatura do acordo de cessar-fogo em Minsk, os combates continuam no Leste da Ucrânia. A Alemanha, a França e a Rússia insistem na necessidade de levar à prática os compromissos acordados na capital bielorrussa, mas a realidade do terreno volta a impor-se. Depois de perder Debaltseve, as autoridades ucranianas pedem agora o envio de uma missão de pacificação da ONU.
Após vários dias com os combates confinados a Debaltseve, esta quinta-feira os confrontos voltaram a outros locais onde o cessar-fogo até tinha sido cumprido. Para além da continuação de bombardeamentos na cidade recém-tomada pelos separatistas, houve fogo de artilharia em Donetsk e lançamento de rockets perto de Mariupol, no Sul do país.
O foco mais preocupante é precisamente o da cidade portuária no mar de Azov – com 500 mil habitantes, Mariupol é o mais importante reduto nas regiões de Donetsk e Lugansk sob controlo de Kiev. Várias posições ucranianas foram atingidas por morteiros disparados pelas forças rebeldes em Shirokine, a 30 quilómetros de Mariupol, disse à Reuters um porta-voz militar. Os comandos pró-russos estavam a concentrar reservas naquela zona e persiste o receio de que seja lançado um ataque à cidade. Com a conquista de Mariupol, os rebeldes abririam uma ligação terrestre à península da Crimeia.
As novas ofensivas vêm derrubar as esperanças que ainda persistiam de que o cessar-fogo acordado em Minsk pudesse finalmente vingar. Durante a cimeira de Minsk, a pedra na engrenagem das negociações tinha um nome: Debaltseve. Os separatistas pró-russos consideravam que aquele nó ferroviário estratégico devia ficar de fora do regime de cessar-fogo, uma vez que as suas tropas estavam prestes a tomá-lo.
No terreno foi isso que acabou por acontecer. O cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite de domingo em toda a linha da frente, com excepção de Debaltseve, onde continuavam as investidas das forças rebeldes. Na quarta-feira, a resistência do Exército ucraniano foi oficialmente terminada pelo Presidente ucraniano, Petro Poroshenko.
A luta por Debaltseve não era nada que surpreendesse os líderes ocidentais, que manifestaram esperança de que, assim que esse capítulo estivesse fechado, as tréguas pudessem finalmente florescer. O tom dominante das reacções de Berlim e de Paris à tomada da cidade foi de condenação pela ofensiva rebelde, mas sem colocar em causa o acordo de “Minsk 2”.
Esta quinta-feira, os líderes da Alemanha, França, Rússia e Ucrânia participaram numa conferência telefónica em que continuou patente o desejo de que o acordo de Minsk seja cumprido, de acordo com a AFP. Poroshenko pediu aos homólogos “garantias claras”, que não foram explicitadas, em caso de novas “violações dos acordos” pelos rebeldes.
Pedido à ONU
O Presidente ucraniano anunciou esta quarta-feira que vai pedir às Nações Unidas que enviem uma missão de manutenção da paz para verificar o cumprimento do cessar-fogo no Leste do país. Horas depois de ter anunciado a saída de milhares de tropas governamentais da estratégica cidade, Poroshenko convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança e Defesa Nacional que se estendeu pela noite de quarta-feira e em que o pedido foi aprovado.
“O melhor formato para nós é uma missão de supervisão da UE. Será o garante mais eficiente de segurança numa situação em que a palavra da paz não é observada nem pela Rússia, nem por aqueles que apoia”, disse o Presidente, de acordo com um comunicado. A questão do envio de uma força de pacificação foi discutida com a chanceler alemã e com os presidentes da França e da Rússia – os países que mediaram o acordo de Minsk na última semana –, diz o mesmo documento. Cabe agora ao Parlamento aprovar a decisão da presidência e do conselho de segurança.
O pedido de uma missão de manutenção de paz foi criticado pela Rússia, que o encara como um passo para “destruir os acordos de Minsk”. “Quando alguém, em vez de fazer aquilo que foi acordado, promove um novo esquema alimenta a suspeita de que deseja destruir os acordos de Minsk”, afirmou o embaixador russo na ONU, Vitali Churkin.
Com o envio de “capacetes azuis” das Nações Unidas para a Ucrânia dependente da luz verde do Conselho de Segurança – onde a Rússia dispõe de poder de veto – torna-se praticamente impossível que a pretensão de Kiev venha a ser acolhida. É preciso recuar até aos anos 1990 para encontrar a última ocasião em que a ONU aprovou o envio de uma força de pacificação para um país europeu, na altura para os Balcãs na sequência do colapso da Jugoslávia. Por definição, uma missão deste cariz é enviada em situações pós-conflito para assegurar a transição do estado de guerra para a paz.

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