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Imagem dos tubarões mudou. Nos Açores, o mergulho com tubarões gera cerca de dois milhões de euros por ano .
Steven Spielberg deixou crianças e adultos com medo dos tubarões, com o Jaws, em 1975. Quarenta anos depois, não se pode dizer que a sociedade deixou de temer estes animais, mas já não os vê como terríveis caçadores de humanos. Pelo menos é esta a convicção de quem trabalha com a espécie. "Por mais estranho que pareça, os tubarões gozam, hoje, de uma imagem "fofinha" comparável à dos golfinhos, coalas, pandas e outras criaturas fofas", diz ao DN João Correia, biólogo marinho.
Segundo o especialista em tubarões, "multiplicam-se, nas redes sociais, os exemplos de ações tomadas por cidadãos a defenderem os tubarões". O medo ainda existe, reconhece, e há razões para persistir. "São animais selvagens e, tal como um urso, leão, tigre ou crocodilo, não hesitarão em morder se se sentirem ameaçados", explica. Contudo, o biólogo destaca que, entre estas espécies, são "de longe os menos perigosos."
São muito frequentes os mergulhos com tubarões (sem jaula), "mesmo com tubarões brancos, e os ataques não passam de meia dúzia por ano no mundo inteiro." "Posso garantir, contudo, que uma pessoa não sobreviverá a um encontro imediato com uma família de leões em África ou um tigre na Ásia", afirma João Correia.
Esta semana, dois adolescentes foram atacados na Carolina do Norte. Infelizmente, diz o biólogo, não podemos falar de um padrão em relação aos ataques. É "estar no sítio errado, na hora errada".
Nos Açores, o mergulho com tubarões é uma atividade em crescimento. Desde 2007 que a empresa Paralelo 37 se dedica à atividade, sobretudo com duas espécies: o tubarão baleia e o tubarão azul. "O filme mexeu com muita gente pelo negativo. Mas já se quebrou essa barreira psicológica e cultural. O medo está a perder-se", garante o gerente, Paulo Reis, destacando que o mergulho está "em crescimento a nível mundial." Nos Açores, o proprietário da empresa contabiliza 12 empresas dedicadas à atividade, que gera receitas na ordem dos dois milhões de euros por ano. Regra geral, quem procura os tubarões são "mergulhadores com experiência, mas também há jovens e pessoas com mais de 60 anos, de ambos os sexos". Paulo Reis descreve-o como um "mergulho excecional, onde não falta adrenalina e aventura". Já João Correia diz que "depois do se-xo, é a melhor sensação do mundo".
dn