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Descobrir o rio Tejo no "Comboio Aventura"

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Descobrir o rio Tejo no "Comboio Aventura"

O "Comboio Aventura" é a nova aposta da CP para os utentes que pretendam aliar um passeio de comboio a um dia repleto de actividades radicais e culturais, num percurso que se realiza de Lisboa até à Beira Baixa.

Esta iniciativa realiza-se todos os sábados com partida de Santa Apolónia às 08:06 no comboio regular que efectua o percurso até Castelo Branco.

No sábado, a CP realizou a primeira viagem do "comboio avantura", uma iniciativa que contou com cerca de duzentos participantes, de ambos os sexos e de todas as idades.

Por volta das 09:00 os passageiros a bordo demonstravam entusiasmo pela beleza das paisagens que se iam avistando ao longo do rio Tejo, ao mesmo tempo que a viagem ia sendo animada por um dueto que tirava fotografias com os participantes.

Uma vez que o percurso é dividido em duas vertentes, o de actividades radicais (denominado de "multiactividades") e o de actividades culturais ("geo-circuito"), os participantes mais aventureiros fizeram a primeira paragem por volta das 11:30 na vila de Belver, local onde iriam decorrer diversos jogos nos quais se incluem rappel, slide, tiro com arco e zarabatana, prova de obstáculos (tirolesa, ponte himalaia e ponte paralela), passeio pedestre, canoagem e visita à vila e castelo de Belver.

Os restantes participantes, que se destinavam às actividades culturais, seguiram o percurso por mais meia hora, até Vila Velha de Ród��o, local onde foram recebidos pela presidente da câmara na Casa das Artes e Cultura do Tejo.

Quem opte pelo geo-circuito, tem oportunidade de passear pelo primeiro geo-parque em Portugal, eleito pela UNESCO há dois anos, no qual é possível observar arte rupestre e arqueológica, espécies em vias de extinção, fazer passeios pedestres e de barco e visitar monumentos templários.

As deslocações entre os diversos locais são feitas numa carrinha e acompanhadas por um guia turístico durante todo o percurso.

A primeira etapa do passeio é feita no Castelo de Ródão, uma torre templária, onde se podem avistar as Portas de Ródão e as espécies protegidas, tais como os grifos, lontras, águias, cegonhas negras, garças ou patos mergulhões, numa área com mais de 300 milhões de anos. Na chegada ao local, o guia apresenta o local e conta histórias de lendas locais.

Por volta das 13:00 a fome já apertava e os participantes davam sinais de algum cansaço, altura em que se fez a pausa para o almoço em Foz do Cobrão.

Depois da passagem por aldeias perdidas no tempo, o percurso continua com um passeio de barco, onde é possível ver de perto a imponência das Portas de Ródão, observar os grifos que sobrevoavam o barco e visitar as gravuras rupestres.

O passeio termina por volta das 18:00 com o regresso à Casa das Artes e Cultura do Tejo em Ródão, onde é possível visitar as exposições patentes e petiscar algumas doçarias da região, oferecidas por Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara, que explicou o porquê da sua afeição a este projecto.

"Desde o inicio mostrei logo uma grande abertura porque acho que as pessoas que estão em Lisboa vêm o Tejo mas não têm conhecimento deste lado do rio, as pessoas não imaginam a beleza que está escondida aqui, são visitas de sonho porque não há nada disto nas grandes cidades", justificou.

Era visível a satisfação dos participantes, que comparavam o passeio e a beleza paisagística do Tejo com os passeios turísticos do Douro, onde o vinho do Porto e as vinhas são substituídos pelo azeite e as oliveiras.

O grupo de participantes das actividades radicais contava histórias do que tinha acontecido ao longo do dia com um sorriso nos lábios, ao mesmo tempo que era possível observar as t-shirts com nódoas, os cabelos molhados, as mochilas às costas e as faces avermelhadas que denunciavam o resultado de um dia repleto de actividades debaixo de um sol intenso.

A carruagem estava bem mais tranquila no regresso, deixando transparecer o cansaço de um dia de actividades que no total durou mais de 12 horas.

Durante a viagem, Nuno Moreira, administrador da CP, explicou que este não é um comboio especial, por isso toda a gente pode vir.

O objectivo desta iniciativa "não se prende tanto com o decréscimo de utentes na linha mas sim com o facto de haver pequenos grupos de pessoas constituídos por 4 ou 8 elementos que não tinham possibilidade de fazer estas actividades caso não estivessem incluidas num grande grupo, desta forma as pessoas não precisam de se organizar em grandes grupos, podem vir quando quiserem e de que forma quiserem".

Depois de três horas de viagem, o comboio chegou a Santa Apolónia já passava das 22:00.

O preço das viagens inclui almoço, lanche e seguro, sendo de 50 euros por adulto e de 42 euros por criança (na vertente das multiactividades), e de 46 euros por adulto e 23 por criança (na vertente do geo-circuito), havendo também preços especiais para grupos escolares com 34 euros (adultos) e 27 euros (crianças).



Fonte:Lusa
 
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