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Desemprego e baixa escolaridade expõem mulheres à violência em Moçambique
Maior parte da violência contra a mulher ocorre dentro de casa e no seio do agregado familiar, concretamente perpetrada pelos maridos.
O elevado nível de desemprego e a baixa escolaridade são as situações que mais expõem as mulheres à violência em Moçambique, refere o estudo Movfemme Projeto 24H de Segurança, consultado esta terça-feira pela Lusa.
O estudo foi realizado pelo Movimento Feminista Jovem de Moçambique (Movfemme), uma organização não-governamental (ONG) e baseou-se em inquéritos presenciais a 497 jovens mulheres, com idades entre os 22 e os 35 anos, dos bairros de Romão e Luís Cabral, na cidade de Maputo, sul do país, e Tratara, na província de Cabo Delgado, região norte.
"A forma de violência mais frequente sofrida pelas mulheres jovens é física, em locais com maior desemprego e menor escolaridade [Tratara]", revela o estudo.
A violência física foi a mais comum relatada pela maioria das inquiridas, mas a psicológica foi mencionada como que ocorre mais de uma vez por mês, lê-se no documento.
"Contudo sendo [a violência psicológica] pouco conhecida e às vezes não percebida, a sua gravidade é mais tolerável nas comunidades e pode incubar futuras violências físicas com consequências mais graves", alertas os autores.
O documento assinala que a maior parte da violência contra a mulher ocorre dentro de casa e no seio do agregado familiar, concretamente perpetrada pelos maridos (violência doméstica).
O consumo de álcool e recusa da mulher em manter relações sexuais com o parceiro foram apontados como fatores que desencadeiam a violência baseada no género, consubstanciados na construção social de supremacia do homem sob a mulher.
O estudo Movfemme Projeto 24H de Segurança indica que a noção de violência a nível local é percebida e reconhecida pelas mulheres jovens e pelos líderes comunitários, mas os bairros da cidade de Maputo estão mais familiarizados com o conceito em relação ao Bairro Tratara.
Neste bairro de Cabo Delgado, "o grau de familiarização é baixo, possivelmente ligado também a baixo nível de escolaridade de Tratara", diz o estudo.
Apenas 15% das inquiridas tem denunciado os atos de violência baseada no género de que são vítimas e as maiores taxas de denúncia foram relatadas em Tratara (24%).
As vítimas têm denunciado principalmente à polícia, 84% dos casos, seguindo-se a participação aos líderes comunitários, 8%, estabelecimentos de saúde, 5%, e, por fim, os líderes religiosos 4%.
Por outro lado, 50% dos líderes comunitários desconhecem a legislação sobre violência contra a mulher em Moçambique.
O acesso aos serviços de saúde sexual reprodutivos, que incluem assistência e atendimento a vítimas de violência doméstica, existem a nível local e são usados pela maioria das jovens mulheres, embora de forma reduzida para o Bairro de Tratara em comparação com os demais.
O grau de satisfação é baixo nos hospitais e farmácias, sendo que as opções que geram maior satisfação incluem a procura de assistência em pastores, curandeiros, clínicas móveis, instalações privadas e agentes comunitários de saúde, de acordo com o estudo.
Correio da Manhã

Maior parte da violência contra a mulher ocorre dentro de casa e no seio do agregado familiar, concretamente perpetrada pelos maridos.
O elevado nível de desemprego e a baixa escolaridade são as situações que mais expõem as mulheres à violência em Moçambique, refere o estudo Movfemme Projeto 24H de Segurança, consultado esta terça-feira pela Lusa.
O estudo foi realizado pelo Movimento Feminista Jovem de Moçambique (Movfemme), uma organização não-governamental (ONG) e baseou-se em inquéritos presenciais a 497 jovens mulheres, com idades entre os 22 e os 35 anos, dos bairros de Romão e Luís Cabral, na cidade de Maputo, sul do país, e Tratara, na província de Cabo Delgado, região norte.
"A forma de violência mais frequente sofrida pelas mulheres jovens é física, em locais com maior desemprego e menor escolaridade [Tratara]", revela o estudo.
A violência física foi a mais comum relatada pela maioria das inquiridas, mas a psicológica foi mencionada como que ocorre mais de uma vez por mês, lê-se no documento.
"Contudo sendo [a violência psicológica] pouco conhecida e às vezes não percebida, a sua gravidade é mais tolerável nas comunidades e pode incubar futuras violências físicas com consequências mais graves", alertas os autores.
O documento assinala que a maior parte da violência contra a mulher ocorre dentro de casa e no seio do agregado familiar, concretamente perpetrada pelos maridos (violência doméstica).
O consumo de álcool e recusa da mulher em manter relações sexuais com o parceiro foram apontados como fatores que desencadeiam a violência baseada no género, consubstanciados na construção social de supremacia do homem sob a mulher.
O estudo Movfemme Projeto 24H de Segurança indica que a noção de violência a nível local é percebida e reconhecida pelas mulheres jovens e pelos líderes comunitários, mas os bairros da cidade de Maputo estão mais familiarizados com o conceito em relação ao Bairro Tratara.
Neste bairro de Cabo Delgado, "o grau de familiarização é baixo, possivelmente ligado também a baixo nível de escolaridade de Tratara", diz o estudo.
Apenas 15% das inquiridas tem denunciado os atos de violência baseada no género de que são vítimas e as maiores taxas de denúncia foram relatadas em Tratara (24%).
As vítimas têm denunciado principalmente à polícia, 84% dos casos, seguindo-se a participação aos líderes comunitários, 8%, estabelecimentos de saúde, 5%, e, por fim, os líderes religiosos 4%.
Por outro lado, 50% dos líderes comunitários desconhecem a legislação sobre violência contra a mulher em Moçambique.
O acesso aos serviços de saúde sexual reprodutivos, que incluem assistência e atendimento a vítimas de violência doméstica, existem a nível local e são usados pela maioria das jovens mulheres, embora de forma reduzida para o Bairro de Tratara em comparação com os demais.
O grau de satisfação é baixo nos hospitais e farmácias, sendo que as opções que geram maior satisfação incluem a procura de assistência em pastores, curandeiros, clínicas móveis, instalações privadas e agentes comunitários de saúde, de acordo com o estudo.
Correio da Manhã