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GF Ouro
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Pode dizer-se que foi Barack Obama, aqui entre Dilma Rousseff e Angela Merkel na cimeira do G20 de 2013, que uniu a presidente brasileira e a chanceler alemã. Tudo porque os telemóveis de ambas foram alvo das escutas ilegais feitas pelos EUA
Mulheres mais poderosas da América do Sul e da Europa reúnem-se em Brasília. Boa relação entre ambas começou em 2013
Não foi Edward Snowden quem as apresentou mas quase: Dilma Rousseff e Angela Merkel, que a partir da noite de ontem se reúnem em Brasília para um rápido encontro ao mais alto nível, aproximaram-se em 2013 quando foi revelado que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) espiou os telemóveis pessoais tanto da presidente do Brasil como da chanceler alemã. Numa ação quase simultânea, exigiram de Barack Obama, chefe de Estado norte--americano, a garantia de que na sua administração a situação jamais se repetiria. Dilma chegou mesmo a adiar uma ida a Washington.
Mas a preparação da visita oficial de Merkel, da União Democrata-Cristã (CDU), para tratar de negócios e acertar agulhas em relação à questão climática começou no ano seguinte, em pleno Mundial de futebol, no Brasil. Fosse Dilma uma fanática adepta do jogo e a relação poderia ter ficado fatalmente deteriorada após o brutal 7--1 aplicado pelos germânicos aos canarinhos nas meias-finais da prova, em Belo Horizonte, cidade natal da presidente. Mas não só a brasileira não é fanática como fez um esforço, logo na altura, para tornar possível este encontro.
E em fevereiro deste ano tornou-se então oficial a cimeira entre as duas mulheres mais poderosas do continente europeu e do subcontinente sul-americano. Na época, Dilma, do Partido dos Trabalhadores (PT), ainda não passara pelo pior do caos político e do caos económico que a sufocam e Merkel ainda não experimentara o essencial do caso grexit, que a desgastou tanto na Europa como no seu próprio país. Por isso, o encontro serve de interlúdio entre crises.
Esse tom ameno é percetível nos discursos de ambas as diplomacias - dos dois lados e na imprensa especializada, além da troca de piropos habitual, assume-se que o encontro não é dos mais ambiciosos. "O objetivo é intensificar a relação com a Alemanha, com um diálogo mais constante em pontos internacionais de extrema importância", disse Biato Júnior, diretor do departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
dn