Dois guardas prisionais acusados em megaprocesso por tráfico de droga

[kokas]

A Procuradoria da República junto da comarca de Santo Tirso deduziu acusação contra 50 indivíduos, entre os quais dois guardas prisionais, num megaprocesso relacionado com tráfico de estupefacientes.

Doze dos arguidos respondem pelos crimes de tráfico de estupefacientes agravado, em concurso real e efetivo com o crime de associação criminosa.

Oito estão a aguardar julgamento em prisão preventiva e um em prisão domiciliária, com vigilância eletrónica.

Segundo a acusação, que tem 604 páginas e a que a Lusa teve acesso, alguns dos arguidos dedicaram-se «pelo menos» desde 2008 e até maio de 2012 à venda de produtos estupefacientes de derivados de canábis, designadamente folhas e sumidades dessas plantas, pólen de haxixe e «bolotas».

Os outros colaboravam nessa atividade, nomeadamente assegurando transporte até aos locais de compra, cedendo as suas residências para os atos de entrega a clientes ou para a guarda de produto estupefaciente ou facilitando contactos entre compradores e vendedores e efetuando entregas de droga.

A acusação sustenta que quatro dos arguidos constituíram «uma complexa rede» de distribuição, venda e cedência de produto estupefaciente.

«Estes quatro arguidos concertaram um complexo plano para procederem à transação, em grande escala, de produto estupefaciente, de modo a obterem avultados lucros», acrescenta.

A sua área de atuação era Santo Tirso e concelhos limítrofes.

Entre os arguidos, e além dos guardas prisionais, contam-se ainda vendedores ambulantes, operários têxteis, estudantes, mecânicos, pasteleiros, panificadores ou empregados hoteleiros.

A maior parte dos arguidos foi «apanhada» nas escutas telefónicas efetuadas durante a investigação, que esteve a cargo do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Santo Tirso.

A rede foi desmantelada em maio de 2012, quando a GNR, numa operação efetuada em Santo Tirso, Trofa, Guimarães e Vila Nova de Gaia, deteve 15 indivíduos, que entretanto foram constituídos arguidos neste processo.

A operação compreendeu buscas domiciliárias que permitiram apreender dois quilos de haxixe, 950 gramas de canábis, dez viaturas, duas armas de fogo, duas catanas e 3.245 euros.

Alunos do ensino secundário seriam alguns dos seus clientes.


tvi24