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Duas mulheres colhidas mortalmente por comboio no Bombarral

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Duas mulheres foram hoje colhidas por um comboio da Linha do Oeste, entre o Bombarral e a localidade de São Mamede, estando a circulação ferroviária interrompida no troço Bombarral- Caldas da Rainha.
Fonte dos bombeiros do Bombarral confirmou à agência Lusa que as duas vítimas mortais são duas mulheres, desconhecendo-se as respectivas idades.

Ambas foram colhidas por um comboio que fazia a circulação entre Meleças e Caldas da Rainha, tendo o acidente ocorrido às 13:15, revelou à Lusa fonte oficial da CP.

A mesma fonte adiantou que o comboio está parado entre o troço Bombarral- Caldas da Rainha e a circulação “está interrompida” na mesma zona, até que as autoridades procedam à retirada dos corpos.

Devido ao acidente, a CP estima que possa haver atrasos de alguns comboios, bem como alguns condicionamentos na circulação em toda a linha.

GNR e Polícia Judiciária estão no local a reunir provas, para apurar as causas do acidente.

Diário Digital / Lusa
 

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Mãe e filha avançam juntas para a morte

Uma imagem aterrorizou o maquinista quando desfez uma curva em São Mamede, Bombarral. Duas mulheres estendidas sobre os carris, imóveis. Ainda apitou, mas já nada havia a fazer. Mãe e filha tinham escolhido morrer ontem à tarde. No instante a seguir, o comboio trucidou-as.


"Há acidentes em passagens de nível e suicídios nas linhas-férreas, mas nunca em tantos anos de trabalho vi um suicídio duplo." O desabafo de um dos técnicos da Refer no local descreve o cenário macabro encontrado na Linha do Oeste, onde as duas mulheres foram decapitadas depois de colocarem a cabeça nos carris, no troço entre o Bombarral e as Caldas da Rainha.

As motivações para esta tragédia são desconhecidas, e a identificação das vítimas – uma mulher entre 60 e 70 anos e outra a rondar os 45 anos – estava ainda a ser apurada, pelas 21h00, pelo destacamento da GNR das Caldas da Rainha.

A única testemunha do acidente é o maquinista da composição regional 6415, que ligava Meleças a Caldas da Rainha. Ao km 92,8, pelas 13h00, em São Mamede, ao efectuar a curva da Baleeira, "viu duas pessoas deitadas lado a lado em cima do carril, em cima da banqueta [peça que sustenta os carris]. E para tentar evitar o choque ainda apitou para saírem", disse ao CM o revisor que seguia no comboio. As vítimas não se moveram, e foram trucidadas, tendo a composição conseguido parar apenas 400 metros à frente.

As mulheres, que residem nas Caldas da Rainha, terão premeditado o suicídio. Segundo apurou o CM, ter-se-ão deslocado para a zona de táxis e foram vistas a percorrer algumas centenas de metros até chegarem ao parque de merendas de São Mamede, junto à linha férrea do Oeste. Não havia ninguém por perto, e mãe e a filha dirigiram-se para cima dos carris, esperando então a passagem do comboio. Uma fonte policial adiantou que ambas ficaram "completamente desfiguradas", com os membros espalhados ao longo da linha.

Os Bombeiros Voluntários de Óbidos, que também efectuaram a limpeza da via, transportaram os dois cadáveres para o Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras. A circulação dos comboios esteve interrompida durante cinco horas.

"PUSERAM-SE NA BERMA MESMO PARA SE MATAREM"

"Não notei nada. Pensava que tinha sido uma avaria", conta ao CM Fernanda Silva, uma das passageiras da composição ferroviária. "Há alguma bomba?", interrogou por sua vez Lucília Lopes, que acabou por sair do comboio e ir a pé para casa por morar próximo do local da tragédia. "Eu estava na primeira carruagem e o comboio não ia a grande velocidade porque estava prestes a chegar à estação. Elas puseram-se mesmo na berma para se matarem", adiantou.

Os dois técnicos da Unidade Operacional Centro da Refer que estiveram no local para "verificação das condições em que se deu o acidente, e para transmitir a autorização de circulação de composições após serem removidos os corpos", vão efectuar um relatório interno e recusaram pronunciar-se sobre o que observaram. O comboio seguiu com os passageiros para a estação das Caldas da Rainha duas horas após a tragédia.

As duas mulheres não tinham consigo qualquer elemento de identificação, apenas um número de telefone a contactar em caso de urgência. Quanto às motivações que levaram ao duplo suicídio, estão a ser investigadas.

HOMEM PERDE AS DUAS PERNAS

No início deste mês, um homem terá tentado o suicídio na linha ferroviária entre Tavira e Vila Real de Santo António. Sobreviveu, mas foram-lhe amputados os membros inferiores.

DUAS MORTES EM DOIS MESES

Um homem de 48 anos atirou-se para a linha do comboio, em Abril, perto da estação de Pinhal Novo, Palmela, e foi colhido mortalmente. A morte foi a segunda no mesmo local no espaço de dois meses.

SENTOU-SE NA LINHA MAS MAQUINISTA VIU

Uma tentativa de suicídio foi travada em Março pelo maquinista de um intercidades que conseguiu parar a composição antes de colher um homem sentado na Linha do Norte, em Ovar.

ESTAVA DEITADO NOS CARRIS

Um homem de 33 anos foi trucidado por um comboio em Janeiro do ano passado, na passagem de nível da Ribeira de Santarém. A vítima deitou-se na linha e a composição não pôde evitar o embate.

PORMENORES

TRAVAR É PERIGOSO

A velocidade a que a composição circulava não foi avançada pela Refer, mas uma travagem brusca poderia pôr em causa a estabilidade das duas carruagens nos carris.

VENDEDOR AUSENTE

No Parque de Merendas de São Mamede não se encontrava ontem um habitual vendedor de melões. Por isso não testemunhou o acto das mulheres.

SEM TESTEMUNHAS

A GNR procurou entre as pessoas concentradas no local a existência de testemunhas. Como ninguém se manifestou, foram obrigadas a sair do Parque de Merendas.

ASSEGURAR VESTÍGIOS

Cerca de dez elementos da GNR do Bombarral e do destacamento das Caldas da Rainha estiveram no local para recolher de vestígios e assegurar as operações das equipas especializadas.

OPERAÇÕES DIFÍCEIS

A composição envolvida no acidente seguiu para as Caldas da Rainha, com os passageiros passado duas horas, mas a circulação ferroviária apenas foi reaberta cinco horas depois da tragédia, que aconteceu pelas 13h00.

INÍCIO DO SÉCULO COM MENOS CASOS

As mortes por suicídio em Portugal estão a diminuir, depois de um aumento verificado na última década do século passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a partir dos anos 1990 houve um aumento, mas entre 2002 e 2005 registou-se um decréscimo de situações, que foram inferiores a mil no último ano.

IDENTIFICAÇÃO COMPLICADA

A mala que uma das vítimas transportava, encontrada junto aos corpos, foi a única pista que permitiu à GNR desenvolver diligências para identificar as duas mulheres. No interior encontrava-se um papel com um número de telefone e a indicação para ser contactado em caso de necessidade. Ontem à noite, a GNR tinha conseguido efectuar o contacto e contava poder confirmar em breve a identificação dos cadáveres no Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras.

NOTAS

ESTATÍSTICA: 910 VÍTIMAS

O Instituto Nacional de Estatística registou 910 suicídios em 2005, ou seja, 8,6 casos por cada 100 mil habitantes. Desde 2002, o total de casos registados era superior, com 1100 vítimas

PORTUGAL: TAXAS SÃO BAIXAS

A generalidade dos países da Europa Centrale do Norte regista taxas de suicídio muito mais elevadas – chegam a atingir os 18,4 por cento– do que em Portugal, onde tendem a diminuir

FRANÇA: MORTES FREQUENTES

Em França, a companhia dos caminhos-de-ferro regista um suicídio de dois em dois dias. Uma centena de comboios e cem mil passageiros podem ser afectados pelo suicídio

CM
 

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Deixam testamento e bens embalados

O duplo suicídio foi premeditado e pensado ao pormenor. Bela Castro, de 54 anos, e a sua mãe, Isabel Maria, de 81, que escolheram morrer decapitadas pelo comboio no Bombarral, na quarta-feira, prepararam a tragédia e concretizaram-na com sangue-frio que impressiona os próprios investigadores policiais, que procuram perceber as motivações das mortes. Em casa, a filha deixou tudo arranjado: os bens a distribuir embalados, com uma relação como se fosse um testamento.


Bela Maria Martins Castro, natural e residente das Caldas da Rainha, era técnica de turismo numa agência de viagens e a empregada mais antiga da empresa, onde trabalhava há 35 anos. Estava ausente há alguns dias. "Era uma excelente colega e estamos chocadíssimos", afirmou um dos responsáveis.

Pelas 11h00 de quarta-feira, na companhia da mãe Isabel, Bela Castro apanhou um táxi nas Caldas da Rainha. Dirigiram-se a São Mamede. "Quando for a altura de parar eu digo", disse a José Casimiro, o taxista que as transportou. Ficaram no limite da aldeia junto a uma vivenda isolada. "Pagaram 13 euros. Pediram-me um cartão, dizendo que, se precisassem, me telefonavam para ir buscá-las", contou ontem o taxista. "Não desconfiei de nada e só soube o que aconteceu quando a GNR me telefonou."

As mulheres seguiram a pé algumas centenas de metros até ao parque de merendas de São Mamede e, deitadas lado a lado com a cabeça em cima do carril, esperaram pelo comboio que as viria a trucidar. O maquinista do regional 6415, Meleças/Caldas da Rainha, foi surpreendido a seguir à curva e não pôde evitar o acidente.

Mãe e filha não levavam qualquer identificação. Tinham apenas um papel com um número de telefone (de uma amiga da mais nova) na mala, com a indicação para ser contactado em caso de necessidade. A amiga garantiu ontem ao Correio da Manhã desconhecer o motivo do suicídio.

Em casa de Bela Castro ficou tudo preparado como numa despedida. As roupas estavam embaladas e havia uma relação de bens a deixar, semelhante a um testamento. Também esta semana, a técnica de turismo foi a um banco passar à ordem o dinheiro que tinha numa conta a prazo. A mãe, no dia da morte, foi vista muito agitada pela vizinhança. Mas ninguém sabe ainda explicar a tragédia.

PORMENORES

PRÓXIMAS

Bela Castro era divorciada e vivia sozinha num apartamento. Teria uma vida desafogada e estabilidade profissional. Isabel Maria, viúva, morava próximo, em casa de uma irmã.

HORÁRIOS

Na mala estava um folheto com os horários dos comboios da Linha do Oeste. A amiga pode ser a única pessoa a ajudar a desvendar a tragédia.

cm
 

ecks1978

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Mãe e filha em silêncio até à morte

Taxista que transportou as duas mulheres antes destas colocarem termo à vida na linha de comboio, no lugar de São Mamede, no Bombarral, levou o JN ao local onde mãe e filha cometeram o duplo suicídio.

José Casimiro nem queria acreditar quando leu o jornal pela manhã: as duas clientes que tinha transportado no dia anterior para um sítio ermo em São Mamede, próximo do Bombarral estavam mortas. Tinham cometido duplo suicídio na linha do comboio e ele foi quem as transportou ao local da morte.

Quinze quilómetros e 13,15 euros de corrida depois, mãe e filha ordenaram ao motorista de táxi para que parasse. Pagaram, saíram, mas antes ainda lhe pediram um cartão com o número de telefone. "A mais nova disse-me que poderiam vir a precisar", contou ao JN.

E foi precisamente esse cartão que levou a Polícia até José Casimiro e depois à identidade das vítimas, visto que estas não tinham consigo qualquer identificação na altura do acidente.

Se desconfiou de alguma coisa ou se notou comportamentos estranhos durante a viagem desde as Caldas da Rainha, o taxista não hesita em afirmar: "Nada. Uma corrida normal. Duas mulheres, bem arranjadas, mas quase sempre em silêncio. Só perto do final da viagem é que a mãe disse à filha para me indicar o local exacto para as deixar e a filha disse-lhe para ela não se preocupar".

José Casimiro ainda estava em choque no dia de ontem e quando chegou ao parque de merendas de São Mamede, local onde foram encontrados os corpos, não escondeu a aflição: "Se soubesse que era para uma coisa destas nem tinha aceite que viajassem", contou, revelando que as duas entraram no seu automóvel pelas 12 horas, na praça de táxis da Rua 1º de Maio, muito perto da casa onde viviam. "Como é que é possível duas pessoas fazerem uma coisa destas sem hesitação. Devia ser algo muito grave que estava a acontecer para nem uma nem outra recuarem na altura em que viram o comboio", comentou.

José Rodrigues vive numa casa muito próximo do local onde as duas mulheres cometeram o suicídio. "Vi-as a sair do táxi e depois começaram a andar pela berma da estrada. Pouco depois ouvi um barulho forte vindo da linha férrea e quando apareceu a Polícia é que me apercebi", contou, revelando que a zona é um pouco escondida e que o maquinista terá tido, certamente, muitas dificuldades em fazer parar a composição do comboio.

Maria Isabel Castro e Bela Castro, de 81 e 54 anos, respectivamente eram mãe e filha e viviam na freguesia de Nossa Senhora de Pópulo, nas Caldas da Rainha há cerca de 10 anos. Reformada e viúva, Isabel Castro optou por ir viver com a única filha após a morte do marido. Bela Castro tinha-se divorciado recentemente e, sem filhos, levava a sua vida com a progenitora.

"Eram duas mulheres muito simpáticas e queridas por todos. Falavam muito bem comigo e não me parecia que tivessem algum problema", relatou uma vizinha.

No local de trabalho de Bela Castro, a agência de viagens Top Atlântico naquela localidade, o ambiente, ontem, era de consternação. "Só peço que respeitem a nossa dor e perda. Não sabemos o que aconteceu para acontecer uma tragédia destas", lamentava uma colega em lágrimas. Uma outra comentava que Bela Castro estava um pouco "estranha" no último dia em que falou com ela e que achou pouco normal ela ter o telefone desligado quando a tentou contactar na noite anterior. "Se calhar não queria que ninguém a influenciasse ou demovesse da sua intenção", avançou emocionada.

Vizinhos, amigos, conhecidos, estavam todos estupefactos com o sucedido e as causas para tal continuam incógnitas para todos. "Nada fazia crer que estavam a ter algum problema. É certo que a morte do marido e pai as deixou muito em baixo, mas isso já foi há tanto tempo", tentava justificar um amigo da família.

Entretanto, durante o dia de ontem as autoridades continuaram a tentar encontrar explicações para o ocorrido. Fonte da GNR realçou ao JN que as duas mulheres terão premeditado a acção e que as investigações vão prosseguir. A Polícia Judiciária (PJ) também esteve no local para recolher vestígios e questionar eventuais testemunhas. Ao que foi possível apurar, mãe e filha não têm nenhum familiar próximo, pelo que os corpos ainda não tinham sido reclamados ao final do dia de ontem e irão permanecer no Gabinete de Medicina Legal do Hospital das Caldas da Rainha, até ao serviço funerário.
publico
 

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Ex-marido atribui suicídio a emoções mal resolvidas

O ex-marido de Bela Castro, a mulher que se suicidou quarta-feira na linha do comboio juntamente com a mãe, está convencido que ela se matou "por causa de situações emocionais mal resolvidas".


"Estivemos casados 15 anos, separámo-nos há oito, mas mantínhamos o contacto. Penso que a Bela continuava com a situação emocional comigo mal resolvida", adiantou o homem, de 51 anos, pedindo para não ser identificado.

Segundo o engenheiro mecânico, a ex-sogra sofria da doença de Parkinson e a ex-mulher também apresentava sintomas. Mas na sua opinião, isso não era razão para ambas decidirem matar-se. "A Bela tinha um coração de ouro", acrescentou. A autópsia aos corpos foi realizada ontem.

CM
 
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