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O antigo Presidente da República Ramalho Eanes defendeu hoje um Governo de amplo espectro político-partidário e aberto à sociedade civil e pediu uma campanha eleitoral com o mínimo de slogans e demagogia.
António Ramalho Eanes, o primeiro Presidente da República eleito democraticamente após o 25 de Abril de 1974, defendeu que o próximo Governo deve ser de «amplo espectro político-partidário e social, aberto aos valores da sociedade civil» que «desenhe, estabeleça e consensualize, o mais possível, um grande propósito nacional, popularmente mobilizador».
Um Governo que, «com o Presidente da República - que é quem no país mais informação possui e mais conhecimentos internacionais contabiliza - estabeleça uma sadia e proveitosa interacção estratégico-institucional que lhe permita o exercício de uma Presidência activa».
Ramalho Eanes discursava na cerimónia comemorativa do 25 de Abril de 1974, no Palácio de Belém.
O antigo Presidente da República considerou «indispensável» fazer uma campanha eleitoral que «respeite os portugueses, com competência política» e, sobretudo, com «inteira verdade, com um mínimo de slogans e um mínimo de demagogia».
Para Ramalho Eanes, na presente negociação com o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia, o país deveria concentrar «esforços na definição de uma estratégia comum defensora do interesse nacional».
«Definida essa estratégia, desenvolvê-la (.) junto dos nossos interlocutores, em concentrada coordenação de esforços políticos, partidários e sociais».
Na análise da situação do país, Ramalho Eanes disse constatar que «não conseguiram os governos» percorrer «até ao final a via difícil das reformas», contribuindo dessa forma para o descontrolo da despesa pública.
«Perante este vórtice crísico, que atinge os alicerces do regime e faz perigar o futuro colectivo, que revela a perversão do funcionamento dos partidos políticos que nos têm representado, uma só atitude devemos adoptar: responderem com empenhada responsabilidade social, reconvertendo em desenvolvimento o processo de decadência que ameaça o porvir do país», defendeu.
Lusa / SOL