brunocardoso
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Lisboa, 04 Mar (Lusa) - As duas maiores federações sindicais de professores desafiaram hoje o Ministério da Educação (ME) a divulgar estudos sobre a qualidade das actividades de enriquecimento curricular e não apenas dados estatísticas quantitativos.
Em declarações à Agência Lusa, a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) estranhou ainda a coincidência da revelação de dados sobre a organização do ano lectivo 2007/08 num momento de grande contestação no sector da Educação.
"Sublinhamos que num momento em que a contestação às políticas do Ministério da Educação relativamente à carreira docente e aos professores é muito complexa saia um relatório destes. Não é por acaso que é divulgado nas vésperas da manifestação de dia 8", afirmou Lucinda Manuela, dirigente da FNE.
Reconhecendo um salto quantitativo na promoção da escola a tempo inteiro, com o prolongamento de horário e as actividades de enriquecimento curricular, a responsável desafia o ME a avançar com dados qualitativos.
"Há um salto quantitativo, mas gostávamos também de saber qual é qualidade que está subjacente a este prolongamento de horário num grande conjunto de escolas e agrupamentos. Temos conhecimento que em muitos casos a qualidade é muito má", sublinhou.
Lucinda Manuela referiu, por exemplo, actividades de enriquecimento curricular realizadas na mesma sala onde os alunos têm as actividades normais, actividades físicas na sala de aula quando chove, ou a precariedade dos monitores, "muitos a recibos verdes".
"Importante não é só saber os números, mas também sabermos como é que o prolongamento de horário e actividades de enriquecimento curricular estão a decorrer. A quantidade importa, mas a qualidade não é menos importante", reiterou.
Segundo um relatório da Inspecção-Geral da Educação (IGE) divulgado hoje, a quase totalidade das escolas (99 por cento) assegura actividades de enriquecimento curricular, prática que engloba aulas de inglês, apoio ao estudo, desporto e outras actividades.
Por outro lado, uma em cada quatro crianças com três anos continua a não conseguir entrar na escola pública, revela o relatório, que já no ano passado apontava a mesma insuficiência na rede pré-escolar.
O relatório da IGE revela ainda que o número de jardins-de-infância que oferece serviço de refeições aumentou de 87 por cento em 2005/2006 para 94 por cento este ano.
Nas escolas do primeiro ciclo o aumento foi mais notório, tendo passado de 47 por cento para 86 por cento este ano lectivo.
À margem de uma conferência de imprensa sobre aulas de substituição, também o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) desafiou o Governo a debruçar-se sobre a qualidade e não apenas sobre a quantidade.
"O Ministério tem estado a explorar a estatística e não a qualidade das respostas. Quer chegar ao fim da legislatura com estatísticas mais favoráveis, disfarçando os problemas graves da educação", comentou Mário Nogueira.
MLS/HN.
Fonte:Lusa/Fim
Em declarações à Agência Lusa, a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) estranhou ainda a coincidência da revelação de dados sobre a organização do ano lectivo 2007/08 num momento de grande contestação no sector da Educação.
"Sublinhamos que num momento em que a contestação às políticas do Ministério da Educação relativamente à carreira docente e aos professores é muito complexa saia um relatório destes. Não é por acaso que é divulgado nas vésperas da manifestação de dia 8", afirmou Lucinda Manuela, dirigente da FNE.
Reconhecendo um salto quantitativo na promoção da escola a tempo inteiro, com o prolongamento de horário e as actividades de enriquecimento curricular, a responsável desafia o ME a avançar com dados qualitativos.
"Há um salto quantitativo, mas gostávamos também de saber qual é qualidade que está subjacente a este prolongamento de horário num grande conjunto de escolas e agrupamentos. Temos conhecimento que em muitos casos a qualidade é muito má", sublinhou.
Lucinda Manuela referiu, por exemplo, actividades de enriquecimento curricular realizadas na mesma sala onde os alunos têm as actividades normais, actividades físicas na sala de aula quando chove, ou a precariedade dos monitores, "muitos a recibos verdes".
"Importante não é só saber os números, mas também sabermos como é que o prolongamento de horário e actividades de enriquecimento curricular estão a decorrer. A quantidade importa, mas a qualidade não é menos importante", reiterou.
Segundo um relatório da Inspecção-Geral da Educação (IGE) divulgado hoje, a quase totalidade das escolas (99 por cento) assegura actividades de enriquecimento curricular, prática que engloba aulas de inglês, apoio ao estudo, desporto e outras actividades.
Por outro lado, uma em cada quatro crianças com três anos continua a não conseguir entrar na escola pública, revela o relatório, que já no ano passado apontava a mesma insuficiência na rede pré-escolar.
O relatório da IGE revela ainda que o número de jardins-de-infância que oferece serviço de refeições aumentou de 87 por cento em 2005/2006 para 94 por cento este ano.
Nas escolas do primeiro ciclo o aumento foi mais notório, tendo passado de 47 por cento para 86 por cento este ano lectivo.
À margem de uma conferência de imprensa sobre aulas de substituição, também o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) desafiou o Governo a debruçar-se sobre a qualidade e não apenas sobre a quantidade.
"O Ministério tem estado a explorar a estatística e não a qualidade das respostas. Quer chegar ao fim da legislatura com estatísticas mais favoráveis, disfarçando os problemas graves da educação", comentou Mário Nogueira.
MLS/HN.
Fonte:Lusa/Fim