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Egípcios celebram aniversário da queda de Mubarak com manifestações
As comemorações do dia 25 de Janeiro começaram cedo na Praça Tahrir, no Cairo, local que acolheu a revolta que derrubou Hosni Mubarak um ano antes, e que foi palco de consecutivas manifestações contra o Conselho Militar que tomou o poder logo após a retirada do líder.
Mas o dia não foi marcado por comemorações de alegria e optimismo.
Com liberais e islamistas em lados opostos da Praça as manifestações marcaram o dia, num claro reflexo das profundas divisões políticas que surgiram durante o ano que sucedeu à queda do antigo líder supremo.
Grupos como a Irmandade Muçulmana e os seus rivais liberais deixaram patentes as suas divergências no ajuntamento na Praça Tahrir.
Os objectivos da revolução, a estratégia para os alcançar e a relação a ter com o governo militar interino, são alguns aspectos que os separam.
Uns chegaram ainda de madrugada, logo nas primeiras horas do dia, outros juntaram-se-lhes pela manhã.
Com tendas montadas, eram dezenas de milhares os manifestantes que entoavam frases de apelo ao fim da revolução ou contra a junta militar que, dizem alguns, deve abandonar imediatamente o poder para dar lugar à democracia.
Mas se os fundamentalistas islâmicos sairam à rua para celebrar o sucesso dos partidos islamistas nas primeiras eleições pós-Mubarak – que conquistaram quase metade dos assentos parlamentares – a maior parte dos liberais que se juntaram na Praça Tahrir exigiram novas reformas políticas e, sobretudo, a retirada do Conselho Supremo das Forças Armadas, liderado pelo marechal de campo Hussein Tantawi.
De um lado da Praça ouviam-se slogans como «Allahu Akbar» (Deus é grande), ao passo que do outro, não cessavam entoações como «Abaixo a junta militar» ou «Tantawi, vem e mata mais manifestantes, queremos a tua execução», referindo-se aos mais de 80 civis mortos pelas forças armadas durante os protestos revolucionários desde Outubro.
Onde reinam os liberais, a frase de ordem que marcou as celebrações do último ano no Egipto é indiscutível:
«Não estamos aqui para celebrar. Estamos aqui para derrubar o conselho militar, que falhou a revolução e não cumpriu nenhum dos objectivos que prometeu», sumariou um farmacêutico de 27 anos, Iman Fahmy.
Um ano após a revolução, o clima continua a ser de divergência política e ideológica.
E depois das «eleições mais justas de sempre», para os islamistas, continuam os apelos dos liberais para a execução do general Tantawi, que foi ministro da defesa do governo de Mubarak durante quase 20 anos.
Para alguns, um ano depois, a revolução ainda não está completa.
AP/SOL
As comemorações do dia 25 de Janeiro começaram cedo na Praça Tahrir, no Cairo, local que acolheu a revolta que derrubou Hosni Mubarak um ano antes, e que foi palco de consecutivas manifestações contra o Conselho Militar que tomou o poder logo após a retirada do líder.
Mas o dia não foi marcado por comemorações de alegria e optimismo.
Com liberais e islamistas em lados opostos da Praça as manifestações marcaram o dia, num claro reflexo das profundas divisões políticas que surgiram durante o ano que sucedeu à queda do antigo líder supremo.
Grupos como a Irmandade Muçulmana e os seus rivais liberais deixaram patentes as suas divergências no ajuntamento na Praça Tahrir.
Os objectivos da revolução, a estratégia para os alcançar e a relação a ter com o governo militar interino, são alguns aspectos que os separam.
Uns chegaram ainda de madrugada, logo nas primeiras horas do dia, outros juntaram-se-lhes pela manhã.
Com tendas montadas, eram dezenas de milhares os manifestantes que entoavam frases de apelo ao fim da revolução ou contra a junta militar que, dizem alguns, deve abandonar imediatamente o poder para dar lugar à democracia.
Mas se os fundamentalistas islâmicos sairam à rua para celebrar o sucesso dos partidos islamistas nas primeiras eleições pós-Mubarak – que conquistaram quase metade dos assentos parlamentares – a maior parte dos liberais que se juntaram na Praça Tahrir exigiram novas reformas políticas e, sobretudo, a retirada do Conselho Supremo das Forças Armadas, liderado pelo marechal de campo Hussein Tantawi.
De um lado da Praça ouviam-se slogans como «Allahu Akbar» (Deus é grande), ao passo que do outro, não cessavam entoações como «Abaixo a junta militar» ou «Tantawi, vem e mata mais manifestantes, queremos a tua execução», referindo-se aos mais de 80 civis mortos pelas forças armadas durante os protestos revolucionários desde Outubro.
Onde reinam os liberais, a frase de ordem que marcou as celebrações do último ano no Egipto é indiscutível:
«Não estamos aqui para celebrar. Estamos aqui para derrubar o conselho militar, que falhou a revolução e não cumpriu nenhum dos objectivos que prometeu», sumariou um farmacêutico de 27 anos, Iman Fahmy.
Um ano após a revolução, o clima continua a ser de divergência política e ideológica.
E depois das «eleições mais justas de sempre», para os islamistas, continuam os apelos dos liberais para a execução do general Tantawi, que foi ministro da defesa do governo de Mubarak durante quase 20 anos.
Para alguns, um ano depois, a revolução ainda não está completa.
AP/SOL