• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Especialistas sugerem melhor coordenação, profissionalização e aposta na intervenção

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,984
Gostos Recebidos
344
Especialistas em incêndios florestais consideram que Portugal está no bom caminho no combate aos fogos, mas "ainda não é suficiente", sugerindo melhorias na coordenação, profissionalização dos bombeiros e aposta nas equipas de intervenção rápida.

Fazendo um balanço da época mais crítica de incêndios florestais, que termina na quinta feira, o investigador do Departamento Florestal da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) Hermínio Botelho refere: "A surpresa para mim é que tenha ardido tão pouco".

Isto porque, adiantou em declarações à agência Lusa, este verão foi um dos "piores anos de conjuntura meteorológica" para os incêndios de grande dimensão e nos últimos quatros anos "ardeu muito pouco".

Henrique Botelho adiantou que, devido ao número elevado de ignição diárias, "previa-se que a dimensão dos incêndios fosse maior", uma vez que os bombeiros "não podiam acorrer" a todos os fogos.

"Claramente estamos a andar no caminho certo, embora paulatinamente. Aquilo que se tem feito nos últimos anos está no bom caminho, temos que reforçar um pouco mais e fazer mais investimento no combate aos incêndios", sustentou, sugerindo que se deve "melhorar essencialmente a qualidade dos meios e profissionalizar os recursos humanos".

O investigador defende "mais formação" e "especialização" dos bombeiros, como a aposta no Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR e bombeiros "Canarinhos".

"Não se deve apostar tanto nos aviões e nos carros de combate", mas sim em "processos de combate mais rápido", disse, adiantando que as equipas helitransportadas "chegam mais rápido a locais inacessíveis".

Também o investigador do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa Francisco Castro Rego destacou as melhorias relativamente a 2003 e 2005, mas sublinhou que "ainda falta bastante trabalho de casa".

O ex-director da extinta Direcção Geral dos Recursos Florestais considerou que não se pode atribuir a culpa do aumento do número de incêndios este ano apenas à meteorologia, defendendo a nível da prevenção uma maior utilização do fogo controlado durante o inverno para a redução dos combustíveis.

Melhorar a coordenação é outra proposta deixada pelo investigador, que sugere também que as diferenças distritais verificadas neste verão "necessitam de ser avaliadas e depois corrigidas".

"É natural que quando há uma sequência de anos melhores que o dispositivo fique menos operacional e que se descanse um pouco mais julgando-se que o problema está resolvido. Tem que haver um contínuo investimento e solidez das estruturas organizativas", frisou.

Nesse sentido, sublinhou que a prática dos fogos controlados de inverno pode ser "uma escola excelente de exercício" de acções de coordenação e de contacto com o terreno.

Já a Associação de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL) lamenta a "ausência" de medidas de prevenção básica no final do inverno, nomeadamente as limpezas dos terrenos.

O presidente da ASPROCIVIL, Ricardo Ribeiro, disse também que uma das "falhas do dispositivo" se relaciona com a "inoperância dos serviços municipais de protecção civil", nomeadamente devido à ausência de técnicos de protecção civil e dos comandantes operacionais municipais.

Fonte JN
 
Topo